Se
há território onde a democracia e a liberdade ainda não chegaram
esse território é o futebol português. Mas não só. E vem-nos
imediatamente à memória a recente resolução do conselho de
ministros que incluía Lisboa e Porto nos serviços mínimos no que
toca a abastecimento de combustível ignorando o resto do país! O
governo emendou depois a mão mas o retrato do centralismo
republicano ficou.
Dentro do mesmo padrão democrático foi hoje
noticiado que o Belenenses já não pode disputar o seu último jogo
no estádio nacional – compromissos da federação – mas a
excepção abriu-se para receber o Sporting, porque diz o regulamento,
Benfica, Porto e Sporting têm que jogar no mesmo estádio na
condição de visitantes! E como o Belenenses recebeu no Jamor o
Porto e o Benfica também terá de lá jogar com o Sporting.
Perguntamos como seria se o desafio calhasse na última jornada
coincidindo com a final da Taça de futebol feminino?! Mudava-se o
calendário?! Mudava-se a final da Taça de futebol feminino para
outro estádio?! Punia-se o Belenenses com falta de comparência?!
Ainda
sobre o interesse federativo pelo estádio nacional, só para a finais de Taça, entenda-se, tudo isto me parece absurdo! Na verdade desde que se
abdicou de investir na tradicional 'casa da selecção' optando por
andar a distribuir dinheiro pelos grandes clubes para pagar o aluguer dos respectivos
estádios quando a nossa selecção joga na condição de visitada,
desde que isso se tornou procedimento normal, não se percebe esta
afeição pelo estádio nacional! Será mania ou hipocrisia?!
E
continuando com os frutos de abril - liberdade, independência,
democracia, etc. - que dizer da desigualdade das receitas televisivas
como se em cada jogo televisionado uma equipa recebesse um cachet de
estrela da companhia e a outra cachet de figurante?! Sem falar no 'factoring', antecipação de receitas televisivas, passando por
cima dos direitos de imagem, escavando ainda mais a desigualdade
inicial! Acham bonito?! Está aí alguém a festejar o 25 de Abril?!
Com cravos e rabanetes?! Neste momento a imagem que me vem à cabeça
relativamente aos quinze clubes que aceitam esta desigualdade é uma
imagem feia, uma imagem das galés, com uma agravante,
são escravos porque querem, se calhar porque gostam.
Saudações
azuis, livres...
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