Silas
chegou ao Belenenses e começou logo a aprender. Mas cuidado porque
no Jamor o Belenenses (e Silas) ou aprendem rápidamente ou temos o
caldo entornado.
A
primeira lição que aprendemos na vida é o tamanho da nossa
ambição! E consequentemente as armas que temos para lá chegar.
Silas se não abdica de sair a jogar e se na teimosia desse processo
obriga o guarda-redes a intervir permanentemente, então tem que
mudar de guarda-redes. E tem que mudar de guarda-redes porque Muriel
não é um vulgar esquerdino, é um esquerdino total! E que por isso
sente enormes dificuldades quando a bola lhe é passada para o lado
direito. Isto vê-se da bancada, não é preciso ser treinador.
Apesar destas evidências os companheiros de equipa continuam a
atrasar bolas para o lado direito de Muriel e este, sem dar parte de
fraco, continua a tentar jogá-las. Acontece que contra um adversário
de superior qualidade, que não perdoa determinados erros, as coisas
complicam-se. Foi o caso deste jogo com o Braga.
Concluindo
este ponto: - para jogar com Muriel tem que alterar o sistema de
saída de bola. Até porque os adversários vão aprendendo...
É
verdade que também houve displicência defensiva, perdas de bola
arriscadas, lentidão a recuperar, além do erro de Sasso que deixou
fugir (nas suas costas) o veloz Wilson Eduardo. Aliás já tinha
havido uma primeira vez que Muriel conseguiu safar milagrosamente.
Outra
das teimosias de Silas tem a ver com o posicionamento e com a forma
de jogar de Fredy. Transformado em elemento fulcral da transição
ofensiva mas sem a necessária vocação para isso –
individualista, sem visão de jogo nem espontaneidade no passe – a
maioria das nossas tentativas atacantes não passavam de Fredy! Ainda
por cima encostado ao flanco esquerdo foi facilmente anulado pela
defensiva do Braga. Na primeira parte contei apenas uma transição bem
conseguida pelo lado esquerdo. Muito graças à velocidade de Reinildo. Tentativa que deu canto
e daí nasceram duas boas ocasiões para abrirmos o marcador.
Concluindo
este ponto: - o lugar de Fredy é no meio e neste jogo só poderia jogar perto de Keita, como
segundo avançado. Aliás deveríamos ter jogado apenas com dois
avançados próximos um do outro na expectativa dos raides dos nossos
laterais. Em especial Reinildo e mais tarde Zacarias.
Adianto
ainda uma última teimosia muito embora perceba as condicionantes
existentes em termos de lesões. Refiro-me ao meio campo. Aquilo tem
que levar uma volta porque senão não conseguimos marcar. O trio (ou
quarteto) actual é muito defensivo, lento e previsível. Precisamos
de injectar ali mais mordente.
Saudações
azuis
Nota
básica: Escrevi isto sabendo que defrontámos uma das melhores
(senão a melhor) equipa do campeonato. Uma equipa cujo mérito não depende de factores estranhos ao futebol. Pelo menos por enquanto.
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