Em Vila do Conde numa tarde de
sol e vento cumpriu-se a derradeira jornada de uma época lamentável que só não
foi pior porque ainda assim nos mantivemos na primeira Liga! Mas se o
campeonato dura mais umas jornadas, não sei, não! Basta isto para se ter a
ideia do estado em que o clube se encontra, sem rei nem roque, onde todos
mandam ou julgam mandar, onde há quem se julgue melhor adepto do que o vizinho!
Na verdade somos todos responsáveis pela situação a que o clube chegou, embora
em níveis diferentes. E aqui tem que valer uma antiga regra democrática – quem mais
protagonismo tem, ou tem tido, é mais responsável do quem está longe e apenas
sofre pelo clube. É também por isso que vou resumir a minha crónica aos
aspectos meramente desportivos sabendo no entanto que as vitórias só hão-de
chegar quando remarmos todos na mesma direcção.
A partida com o Rio Ave foi uma cópia
de outras em que existe uma ideia de jogo mas é impossível pô-la em prática com
os executantes que temos. Outra razão, óbvia, resulta da descrença que se
apodera da equipa face às derrotas sucessivas que vem sofrendo. Equipa que
rende mais quando joga fora, não só porque é mais fácil defender do que atacar (outra
verdade do campeonato) mas, custa-me a dizer, porque o Restelo se transformou
em recinto de confronto e desunião.
Este jogo fica desde cedo marcado
por um primeiro golo onde à passividade do nosso central Diniz Almeida se
juntou a tradicional incapacidade de Ventura para adivinhar o lance e sair dos postes.
Tudo junto, com a ajuda do vento, e de uma carga legal mas que seria assinalada
se o Diniz fosse do Benfica, deu num golo que a maioria das equipas da primeira
Liga não sofrem. A perder, a nossa tarefa complicou-se dada a dificuldade que
temos em marcar golos. Mas lá fomos porfiando e na segunda parte conseguimos
mesmo instalarmo-nos no meio campo adversário. Tínhamos o vento a favor e tínhamos
o jovem Benny que entretanto entrou e dinamizou o meio campo. Mas o golo é que
não aparecia. Domingos quis então ser mais ousado e retirou o trinco Persson
que estava a dar conta do recado e fez entrar Yebda. O argelino começou a fazer
os seus números habituais (e disparatados) de retenção de bola e não ganhámos
nada com a troca. E, claro, levámos o dois a zero num contra ataque. Gil Dias, extremo vila-condense recém entrado e no seu estilo habitual, levou tudo à sua
frente, incluindo Yebda, e marcou.
E pronto, está feita a história
de mais uma derrota.
E uma vez que o campeonato está
práticamente terminado resta-me destacar aqueles que em minha opinião merecem mais
palmas:
No Belenenses destaco Joel
Pereira, guarda – redes emprestado pelo MU, que saiu em Janeiro, mas cujo
contributo, numa fase crucial do campeonato foi decisivo para a pontuação que
hoje temos!
Nos outros o meu destaque vai
para o Feirense, a melhor equipa face aos meios de que dispõe, e para o seu
treinador Nuno Manta, o melhor da Liga!
O jogador mais esperançoso da Liga
foi Podence. Deu uma Taça da Liga ao Moreirense e foi muito mal aproveitado no Sporting.
Saudações azuis
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