quarta-feira, agosto 18, 2010

Reformar ou revolucionar?!

No futebol português a experiência dita que é mais fácil revolucionar que reformar. Explico-me: - como reformar é praticamente impossível, porque é praticamente impossível arredar (a bem) as forças de bloqueio, o melhor é tentar revolucionar, mesmo correndo o risco de errar. Dito isto, passemos à revolução: - concordo em absoluto com a política de rescisões com alguns jogadores que têm um salário excessivamente alto em relação à média e que ainda por cima, sejamos justos, em termos de custo-benefício nunca fizeram juz às expectativas. Não se trata de menosprezar ninguém, nem de fazer um juízo sobre a simpatia das pessoas, trata-se apenas de uma avaliação puramente futebolística, que é no fundo o que interessa. Infelizmente no Belenenses mistura-se tudo e depois ninguém decide com medo de desagradar a fulano ou sicrano. Já chega de panos quentes porque a política dos panos quentes está à vista de todos.
Assim, embora agradecido, mais a uns que a outros, é esta a minha opinião sobre os jogadores com os quais rescindimos:

Cândido Costa quando chegou ao Belenenses já não era extremo, adaptado a defesa direito nunca teve a velocidade requerida para o lugar, muito menos agora. Compensava essa carência com raça e brio, e às vezes com faltas. Por outro lado, atendendo às suas características, nunca conseguiu reciclar-se no meio campo porque não tem o sentido nem a espontaneidade do passe. Pelo contrário agarrou-se sempre muito à bola, o que como extremo fazia sentido, mas como médio, não.

Gabriel Gomez apareceu no Restelo com a aura (e provávelmente com o vencimento) de internacional do Panamá, era magrinho como um fuso e em campo, nos primeiros jogos, dava a sensação de grande agilidade e leveza. Mas este Gavilan desapareceu ao fim de pouco tempo. Tornou-se muito pesado, o que para o seu físico e para o seu futebol passou a constituir um handicap enorme. Nestas condições fez o que todos os jogadores fazem, refugiou-se num futebol de retranca, pouco ofensivo, e nunca foi o médio que todos os belenenses esperavam. Dizem-me que vai para o Parma, e das duas, uma, ou emagrece muito ou então o Parma vai jogar à Belenenses fim de estação – linhas recuadas, centrais e trincos com medo de avançar no terreno porque não têm velocidade de recuperação, e um avançado lá na frente à espera dos charutos que vêm de trás. Não acredito neste Parma.

Rodrigo Arroz veio do Flamengo, cartão-de-visita que costuma augurar grande qualidade, mas isso era dantes, antes da época dos empresários do futebol. Mas Rodrigo Arroz é um central razoável, porém, não tem a autoridade que se exige a um central a evoluir no futebol português. Macio, às vezes precipitado, às vezes a temporizar demais, estava no entanto a adaptar-se e até tem qualidades para disputar os lances de bola parada na área adversária. O seu ordenado é no entanto elevado demais para a segunda Liga e convenhamos, nunca foi um central amado no Restelo. O que em termos de confiança não é bom para um central.

Mas há mais jogadores que esgotaram a capacidade de espera que um clube lhes pode conceder, sem com isso comprometer a equipa.

Saudações azuis

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