sábado, janeiro 26, 2008

O jogo de Braga

Este jogo era importante a vários títulos e por isso tive o cuidado de pedir uma facilidade horária, onde trabalho, para poder assistir (no sófá, com dois assentos) ao respectivo prélio. Claro que peço desculpa aos ‘indefectíveis’ por não ter ido a Braga e só espero que não me coloquem na lista dos ‘pantufas’, a exonerar em próximo acto cívico.
Mas vamos ao jogo: dizia eu que era importante verificar o comportamento da equipa depois do ‘caso Meyong e sucedâneos’, aferir da sua reacção competitiva, e partir para um prognóstico quanto ao resto do campeonato. E foi positiva a atitude dos jogadores, a correrem na tentativa de recuperar a bola logo que a perdiam, sem entrarem em expectativas perniciosas, viu-se que queriam ganhar o jogo, e isso é que interessa. Como sempre faz, Jorge Jesus, estudou bem o adversário e montou um esquema que confundiu o Sporting de Braga durante toda a primeira parte! O Belém actuou em bloco, e viram-se os nossos laterais a apoiarem as transições atacantes. Mas não estávamos a jogar sozinhos. Do outro lado havia uma equipa que também tentava sua sorte, mais perigosa pela esquerda, confundindo algumas vezes Cândido Costa, ainda á procura da melhor forma e melhor posicionamento defensivo, e também pela direita, arrancando algumas faltas perigosas junto à grande área azul. Mas a iniciativa do jogo era nossa, o pendor ofensivo aumentou, e assim, o golo de Rolando chegou naturalmente. Zé Pedro marca um livre, a bola vai da cabeça de Weldon para o poste e sobra para a recarga oportuna de Rolando! Estávamos a seis minutos do intervalo.
Na segunda parte e como sempre acontece quando estamos em vantagem no marcador, continuámos a jogar da mesma maneira, mas o adversário foi mudando, foi experimentando outras soluções, e foi criando outros problemas. Do nosso lado alguns jogadores, caso de Gavilan, revelavam cansaço, mas o pior é que não conseguíamos tirar partido do contra-ataque! Era preciso fazer alguma coisa, João Pereira, o irrequieto (e irritante) arsenalista, carregava sobre Alvim, o recém entrado César Peixoto ameaçava disparar à baliza, e Wender… é sempre um jogador difícil de travar. Jesus gesticulava mas não resolvia as nossas dificuldades de transição ofensiva. E foi a vez do empate aparecer naturalmente – a bola andou por ali, mal devolvida, no despique de cabeça com Wender, Cândido precipita-se e é batido, Wender consegue cruzar, a bola muda de trajectória em Rolando e vai de bandeja, para Linz facturar. Aconteceu aos 66 minutos da segunda parte. E vi o caso mal parado. Mas veio ao de cima, de novo, o arreganho dos nossos jogadores, suficiente para aguentarmos o empate… com um susto perto do fim. Mas a bola desviada por Wender seguiu do poste para as mãos de Costinha!
Jesus, que só fez substituições no fim do jogo, para queimar tempo, declarou na entrevista da praxe, mais ou menos o seguinte: - se o futebol fosse basquetebol, teria tido tempo, no fim de cada período, para reorganizar a equipa. Mas como não é…
O que eu digo é diferente – os treinadores de futebol, quando estão a ganhar, não podem ficar bloqueados no banco enquanto o adversário vai ensaiando soluções para dar a volta ao texto. É por isso, por não ter essa capacidade de leitura de jogo, e reacção aos acontecimentos, que eu não sou treinador de futebol.
Sendo assim, esta crónica é para ser lida com alguma indulgência.
Resultado final: Braga 1 – Belenenses 1.
Melhor em campo do Belenenses: o colectivo, na primeira parte, e a atitude de vencer, durante todo o jogo.
Melhor em campo do Braga: ‘o irritante’ João Pereira… e a sagacidade de Linz.
Saudações azuis.

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