quinta-feira, março 01, 2007

Impressões da Taça

Ou é impressão minha ou a Taça de Portugal não interessa a ninguém!
Desde a Federação do Madaíl até à comunicação social, parece tratar-se de uma prova clandestina, e só se fala nela, quando jogam (ou não jogam) Benfica, Sporting ou Porto, e por esta ordem!
Ontem, quando quis saber alguma coisa sobre os jogos da Taça em que participavam os tais clubes que não interessam a ninguém, que existem apenas para preencher calendário e justificar o ‘país futebolístico’ que somos, fiquei surpreendido, ingenuidade minha, pois não havia um relato, uma indicação sequer, a dar conta da existência de mais dois jogos da Taça! Os grandes meios de informação deste país estavam preocupados com o Benfica, com o que se passa no Chelsea, ou com outra inferioridade qualquer.
Claro que não esperava notícias de Bragança para além do fecho de maternidades ou urgências, sei perfeitamente que o nordeste transmontano já vai tratar da saúde ao outro lado da fronteira, mas que diabo, quanto mais não fosse para manter as aparências, podiam dar uma noticiazinha qualquer para disfarçar. Mas nada.
Já no que toca ao outro jogo, entre primo-divisionários, um dos quais, diga-se, até foi campeão nacional não há muito tempo, achei realmente muito estranho que nem relato houvesse na telefonia. Provávelmente os meios já tinham sido todos deslocados para Alvalade, esse sim, um jogo com direito a transmissão directa no horário nobre do canal público!
Quando escrevo sobre este tema, de tão repetido, fico com pena do eventual leitor que se atreva nestas linhas! De facto começo a estar cansado desta vertigem redutora de que se não vê o fim! Antes pelo contrário, já se ouvem até vozes ‘autorizadas’ a falar em ‘ligas ibéricas’ e similares, numa lógica tão globalizante como mentecapta!
Uma coisa faço questão de deixar bem claro a propósito dessas ‘ligas’: antes de lá chegarmos, muita coisa terá de reduzir-se primeiro, a começar pela despesa de estado que, dentro da mesma lógica, terá de situar-se ao nível de uma região autónoma, como a Galiza ou a Andaluzia, acabando-se de vez com a mentira deste estado fantasma. E esta, hein!
Saudações azuis.

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