Para não falar no resto, e centrando-me apenas no futebol, posso afirmar sem risco de grande contestação, que Portugal é o país mais desigual da Europa. Uma desigualdade que todos os dias se cultiva com grande entusiasmo! Ganham sempre os mesmos, só se fala nos mesmos, e isto em vez de melhorar tem vindo a piorar. A tal ponto, que me recuso a ver os jogos em que participam Benfica, Sporting e Porto! Por um lado, para não me irritar com as decisões dos árbitros, por outro, para não ouvir os comentários parciais, de um facciosismo infantil, dos pseudo locutores. Como se não bastasse, a seguir aos jogos, a situação televisiva torna-se insustentável: - todos os canais estão ocupados a comentar as incidências do jogo, incidências na perspectiva dos interesses dos grandes, sendo que os comentadores podem ir do advogado ao juíz, do ministro ao deputado. Para além de uma matilha de cartilheiros para todos os gostos. O presidente da república, por enquanto, ainda não participa. Neste cenário confesso que já cheguei a procurar abrigo no Big Brother.
Regressando à quadra natalícia e aos três jogos já realizados o que verificamos é um padrão comportamental nas equipas de arbitragem que tende a compensar Benfica, Sporting e Porto de forma a que fiquem todos satisfeitos. Assim para compensar o penalty oferecido ao Sporting, expulsaram o central do Gil Vicente facilitando a vida ao Benfica. Mais tarde, no Dragão, aconteceu um penalty madrugador para ultrapassar as dificudades do Porto. Tudo supervisionado pelo VAR. Mas pergunta-se: - não houve faltas merecedoras de castigo? Bem, em Alvalade se a saída do Defendi (socando primeiro a bola) é penalty a FIFA tem que mudar as leis de jogo. Em Barcelos o defesa do Gil Vicente salta primeiro e levanta o braço num gesto natural. É o avançado uruguaio do Benfica que choca com o defesa. No Porto o penalty pareceu-me um pouco forçado. O defesa do Nacional parece ter ganho o espaço primeiro e toca na bola. Seja como for o que eu sei é que nenhum daqueles lances causaria quaisquer malefícios aos alegados 'infractores' se na respectiva camisola estivesse um leão, uma águia ou um dragão. Sei eu e sabe o país inteiro. Só não sabem os facciosos e os batoteiros.
Uma última palavra para os 'peritos em arbitragem' que no rescaldo dos jogos têm a missão de justificar os erros dos árbitros quando esses erros beneficiam claramente os grandes. E convém dizer que estes peritos estão cada vez mais criativos! Ontem para justificar o penalty mal assinalado em Alvalade foram descobrir outro, no mesmo lance, e concluiram rápidamente que se escreveu direito por linhas tortas! Será que está na forja uma nova regra de arbitragem?!Só não explicam porque é que o VAR não detectou esse penalty tão claro!
Em Barcelos a linha de justificação assenta na gíria popular - ou há moralidade ou comem todos! Ou seja, para o defesa do Benfica ser expulso os 'peritos' entendem que o jogador do Gil Vicente que o estava a importunar também deveria ser expulso por tentativa de agressão. Como o árbitro não o expulsou o jogador do Benfica também não poderia ser expulso! E mais uma vez não explicam por que é que o VAR não alertou o árbitro para a falta merecedora de cartão vermelho a exibir ao jogador do Gil Vicente?!
Isto vai ser bonito!
Saudações azuis
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