quarta-feira, dezembro 19, 2018

Um país algures no terceiro mundo...

A esta hora o canal público de televisão transmite em directo um jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal entre o Montalegre e o Benfica! E pergunta-se, mas isto podia acontecer em algum canal público de televisão europeu? Claro que não. Então porque é que acontece em Portugal?! Isto nada tem a ver com Montalegre que está naturalmente em festa por receber um grande emblema da primeira Liga. O que aqui me incomoda é o cheiro a ranço da chamada 'festa da Taça'! Que não é mais que um pretexto para a propaganda do nacional benfiquismo de má memória. E que pelos vistos continua a ter acolhimento na RTP.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, laureado com um campeonato europeu à base de emigrantes, e que foi ao Parlamento clamar contra a violência no futebol esquecendo a corrupção e a batota, reuniu com os clubes da primeira Liga com carácter de urgência! Está preocupado com o ranking europeu porque acha que o nosso lugar é acima da Rússia e se calhar mais próximo da Alemanha. Não disse mas posso adivinhar que se baseia na comparação entre os salários mínimos dos vários países da união europeia. E podíamos retirar daqui uma regra - quanto mais baixo for o salário mínimo interno melhor deve ser o ranking externo! Em resumo vamos continuar com as desigualdades para sustentar três fidalgotes nas andanças europeias. Porque é isso que dá prestígio a um país e votos para Fernando Gomes subir nos cadeirões da UEFA. Quem não o conheça que o compre.

E termino com o 'VAR Verde' que vai assinalando penalties sobre o Bas Dost a um ritmo alucinante! Aquilo já não é futebol, é basket! Cuidado Belenenses na próxima deslocação a Alvalade.

Saudações azuis


Nota do dia seguinte: Há duas maneiras de encarar o futebol português. Ou queremos um futebol competitivo cá dentro, e para isso há que, primeiro, arrumar a casa, diminuindo as desigualdades gritantes entre os clubes, e a receita é simples, basta copiar o que se faz nas Ligas mais competitivas da Europa.  

Ou queremos continuar como estamos alimentando os sonhos megalómanos dos três clubes chamados grandes. E isto só funciona de duas maneiras: - com os bancos, o estado e as autarquias a injectarem dinheiro a fundo perdido naqueles três clubes, e mesmo assim não chega. E com o empobrecimento obrigatório de todos os outros clubes que não beneficiam de tais benesses. Porque este farrobodó não chega obviamente para todos. E nem interessa que chegue uma vez que também é obrigatório que os tais três clubes não sofram concorrência para que assim as receitas extraordinárias da UEFA passem a ter o carácter de receitas certas, ordinárias! Esta subversão explica com muita clareza toda a corrupção e batota existentes.

Fernando Gomes não quer obviamente que haja corrupção e batota no futebol português, mas as suas propostas do tipo - 'evolução na continuidade' - vão infelizmente lá parar. Não sou eu que o digo, é a realidade.

Uma realidade que adiou para amanhã as pronúncias do processo e.toupeira! Uma juíza com um parto difícil!  

Sem comentários: