Sou insuspeito porque sempre gostei
de futebol e quem gosta de futebol, fala e discute futebol com os amigos. Até
podia ir à televisão dar uns palpites, nomeadamente sobre o Belenenses que é o
meu clube. Único clube, nada de confusões. Mas ninguém me convida e pela
anormalidade dos comentadores que frequentam aqueles espaços acho que é mais
por ser do Belenenses que por causa das minhas hipotéticas opiniões.
Dito isto e se por acaso fosse
chamado a desempenhar cargo de estado, seja por nomeação seja por eleição, nunca
mais me passaria pela cabeça vir a público comentar ou opinar sobre futebol.
Poderia, se os afazeres me permitissem ir ver algum jogo ao Restelo
(onde mantenho lugar cativo) mas sempre com a descrição aconselhável. E se
questionado, mais uma vez em público, sobre algum caso concreto, abster-me-ia
de dar opinião. É assim que eu entendo os direitos, os deveres e as limitações
dos políticos.
Ora não é nada disto que se passa
hoje em dia em Portugal, antes pelo contrário! Já me referi em anterior postal
ao jantar dos ‘deputados do Benfica’ com o respectivo presidente, não o da
assembleia da república, mas com o Vieira, presidente do Benfica!
Estranhíssimo grupo, diga-se, composto por deputados de todos os partidos com excepção talvez dos animais.
Também já vimos porque vem
noticiado em todos os jornais as vergonhas por que passam membros do governo (e
outros políticos) para irem ver (à borla) jogos de futebol no estrangeiro.
E vemos muitas vezes, eu diria
vezes de mais, figuras de estado a passearem-se nos camarotes dos principais
estádios do país.
E volto a repetir: - nada disto dignifica a
política e o futebol.
Mas ainda não tínhamos visto
tudo!
Ontem ao sintonizar os canais de notícias, que nesta época só dão fogos ou futebol, qual não é o meu espanto quando vejo que aquilo estava repleto de políticos a falarem de bola! Pensei estar enganado, mas não, não era o canal Parlamento, era mesmo futebol. Discutiam os plantéis dos seus clubes, dos 'três grandes' que os outros não contam.
Na RTP 3 peroravam Frasquilho, Diogo Feio e o Nuno Magalhães;
na CMTV e à mesma hora estavam o Telmo Correia e o Hélder Amaral! Feitas as
contas o CDS estava em maioria absoluta, aqui, na bola, porque na realidade um
partido que ainda não percebeu que não é para falar de bola que os
portugueses elegem os deputados, um partido assim, nunca vai perceber porque é que não cresce!
Mas o problema é geral. E alguém
tem que acabar com isto. Com mais esta promiscuidade.
Saudações azuis
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