Não quero desvalorizar o excelente
trabalho que Quim Machado está a fazer no Belenenses mas empatar não chega para
dar descanso aos pobres adeptos azuis. Pobres adeptos, com uma resistência
infinita, adeptos a quem têm tirado tudo menos a esperança! E o futebol de Quim
Machado que ontem se apresentou no Estoril já é um futebol de esperança! Futebol
de equipa grande, que pressiona alto, com muitos jogadores no campo adversário,
que impede a outra de sair a jogar, reduzindo o opositor à insignificância de
um ou dois remates de longe! E mesmo o golo do empate só foi possível porque houve
muito demérito da nossa parte. Mas como vinha dizendo, se a ideia é boa alguns dos
intérpretes não estão à altura do esquema montado. E ainda assim reconheço que
a maioria dos jogadores têm vindo a subir de rendimento e são hoje melhores
jogadores do que eram! Apesar desse pequeno milagre foi visível a dificuldade
em marcar um golo! E lembrei-me da ‘doença do Porto’ cujo diagnóstico é atribuído
erradamente ao ataque mas que em minha opinião se situa no meio campo. É nesta
zona que tudo se decide, para o bem e para o mal. E a conclusão que retiramos é
que o Belenenses tem muitas carências nesta zona. Carências técnicas que se
reflectem no último passe para os avançados ou em perdas de bola inadmissíveis. Lembro-me de duas - a que deu origem ao golo do empate; e um livre muito mal marcado que deu origem a um contra ataque perigoso. Mas na questão das bolas paradas ainda há muita coisa a melhorar. E se a isto associarmos alguns excessos de vedetismo encontraremos a explicação
para o empate. Não vou particularizar mas todos sabem a quem me refiro.
O que fica dito é sobretudo um
alerta para a SAD que precisa de compreender que o Belenenses não pode ter
apenas quatorze pontos ao fim de doze jornadas. Estar a cinco pontos da linha
de água e com a única ambição de não descer!*
Resultado final: - Estoril 1 - Belenenses 1 (marcou Abel Camará)
Saudações azuis
*Se for preciso faço um desenho
mas já expliquei que em Portugal não há classe média. Quer na vida social quer
no futebol. Na vida social há os ricos (onde se incluem os administradores da
Caixa Geral de Depósitos e todo o alto funcionalismo público) e há os outros.
No futebol há os que vivem da Caixa Geral de Depósitos e dos outros bancos
falidos e também há os outros. Estes lutam todos para não descer salvo se têm
alguma autarquia ou região autónoma por trás. E que ainda não esteja falida. É
neste quadro que o Belenenses tem que fazer pela vida.
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