domingo, abril 05, 2015

Páscoa com amêndoas!

Uma vitória em casa, factor que nos é adverso, e logo por dois a zero, foi aquilo a que podemos chamar uma Páscoa feliz!
Mas nem tudo foram amêndoas… Começámos lentos, com os jogadores indecisos face a um novo modelo de jogo, e sendo assim o Moreirense apossou-se naturalmente do meio campo. Sem no entanto criar perigo.
Subiram-se então as linhas, começámos a pressionar mais alto e o último quarto de hora da primeira parte foi claramente azul. Chegámos aos dois a zero e podíamos inclusivé ter marcado mais. Adivinhava-se portanto uma segunda parte na mesma linha até porque o Moreirense ficou reduzido a dez unidades em cima do intervalo.
Mas não. Entrámos outra vez sem velocidade, o meio campo demorava a soltar a bola, enquanto do outro lado surgiu uma equipa solidária, que discutia cada palmo de terreno a ponto de nunca se ter notado que estavam em inferioridade numérica! Controlámos o jogo é certo, mas à custa de muitas faltas, algumas delas desnecessárias, fruto de precipitação ou nervosismo, faltas essas que deram origem a livres perigosos e a um trabalho redobrado do nosso sistema defensivo. Num desses lances esteve para acontecer o golo do Moreirense e nesse caso teríamos um problema bicudo para resolver.
Obviamente que também criámos duas ou três situações em que podíamos ter dilatado o marcador, mas o que ficou na retina foi uma segunda parte em que podíamos ter feito mais.

Análise individual:

Ventura – este guarda-redes é um achado! É sem sombra de dúvida, o esteio da defesa transmitindo em todas as situações uma enorme segurança! Na segunda parte safou uma bola traiçoeira para canto e ainda se opôs a uma recarga fortíssima evitando o golo. No lance em que a bola percorre a linha de baliza fez o que podia.

Nelson – a jogar a defesa direito, lugar onde se sente mais à vontade, teve alguns momentos razoáveis mas vê-se que ainda não atingiu a plena forma. Subiu várias vezes pelo seu flanco e cruzou com a propósito, especialmente naquele período em que fizemos os golos. Algumas faltas desnecessárias.

João Afonso – fez dupla com Gonçalo Brandão e não comprometeu. Às vezes parece algo displicente, fruto talvez de nervosismo que não consegue controlar. Neste sentido lembro-me de alguns lançamentos incompreensíveis para… o adversário! Mas cumpriu.

Gonçalo Brandão – na mesma linha, esteve melhor que o colega na saída de bola e em termos defensivos também cumpriu. Perto do intervalo, numa disputa mais rija levou uma cotovelada acabando o árbitro por expulsar o prevaricador e mostrar o cartão amarelo ao nosso defesa.

Filipe Ferreira – exibição regular, com alguns cruzamentos menos conseguidos durante a primeira parte. No segundo tempo face ao atrevimento do Moreirense, sentiu dificuldade em ligar jogo com Miguel Rosa. Com a saída deste e a deslocação de Sturgeon para o lado esquerdo a situação no flanco esquerdo do nosso ataque melhorou muito. Criámos então os lances mais perigosos da segunda parte.

Ricardo Dias – a par de Sturgeon uma das melhores exibições do Belenenses no jogo de ontem! Parece invisível mas está em toda a parte – dobra os centrais, desarma, recupera bolas e entrega bem. É actualmente o ponto de equilíbrio da equipa. Apenas um reparo, até porque é reincidente: - atenção aos braços e mãos (sempre desnecessários) nas disputas de bola. Os árbitros marcam sempre e os livres já nos custaram golos.

Pelé – desenvolveu um jogo razoável na brega do meio campo com o senão de ser pouco expedito a ler o jogo e a soltar a bola. Mas lutou bastante e cumpriu.

Carlos Martins – o terceiro homem de meio campo é o maestro da equipa. Evidenciou-se no melhor período e apagou-se no pior período. E podemos ler a coisa ao contrário – na segunda parte a equipa ressentiu-se quando quebrou em termos físicos e de lucidez. Foi substituído por Tiago Silva.

Sturgeon – foi um dos melhores em campo, quer no flanco direito, onde jogou na primeira parte, quer no flanco esquerdo onde jogou na segunda. Marcou o primeiro golo após boa movimentação. Perto do fim deu o seu lugar a Abel Camará.

Miguel Rosa – não esteve feliz. Em casa não me parece que o seu lugar seja num dos flancos, mas sim mais perto da área onde o seu sentido de golo pode ser melhor aproveitado. Foi substituído por um extremo puro, Dálcio, que no entanto foi jogar para o lado direito.

Rui Fonte – o avançado centro esteve perto de marcar no final da primeira parte através de um grande remate a que se opôs Marafona. Algumas tabelas interessantes, mas sem oportunidades para marcar.

Tiago Silva – entrou para o lugar de Carlos Martins e deu nas vistas. Entrada positiva.

Dálcio – entrou aquando da saída de Miguel Rosa. A ideia era abrir a frente de ataque. Não esteve feliz. Estávamos no período em que tentávamos defender o resultado e também por isso acabou por não ser bem servido.

Abel Camará – substituiu Sturgeon, já perto do fim. Mas mostrou energia e velocidade. Quem sabe se não poderia ter entrado mais cedo!

Quanto ao novo treinador, Jorge Simão, gostei de o ouvir nas declarações finais. Calmas e ponderadas. Poderia ter mexido mais cedo na equipa, para lhe dar mais velocidade, mas compreende-se que é difícil alterar modelos de jogo em tão pouco tempo.



Saudações azuis   

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