Uma vitória em casa, factor que
nos é adverso, e logo por dois a zero, foi aquilo a que podemos chamar uma
Páscoa feliz!
Mas nem tudo foram amêndoas… Começámos
lentos, com os jogadores indecisos face a um novo modelo de jogo, e sendo assim
o Moreirense apossou-se naturalmente do meio campo. Sem no entanto criar
perigo.
Subiram-se então as linhas,
começámos a pressionar mais alto e o último quarto de hora da primeira parte foi
claramente azul. Chegámos aos dois a zero e podíamos inclusivé ter marcado mais.
Adivinhava-se portanto uma segunda parte na mesma linha até porque o Moreirense
ficou reduzido a dez unidades em cima do intervalo.
Mas não. Entrámos outra vez sem
velocidade, o meio campo demorava a soltar a bola, enquanto do outro lado surgiu
uma equipa solidária, que discutia cada palmo de terreno a ponto de nunca se ter notado que estavam em inferioridade numérica! Controlámos o jogo é certo, mas à
custa de muitas faltas, algumas delas desnecessárias, fruto de precipitação ou
nervosismo, faltas essas que deram origem a livres perigosos e a um trabalho
redobrado do nosso sistema defensivo. Num desses lances esteve para acontecer o
golo do Moreirense e nesse caso teríamos um problema bicudo para resolver.
Obviamente que também criámos
duas ou três situações em que podíamos ter dilatado o marcador, mas o que ficou
na retina foi uma segunda parte em que podíamos ter feito mais.
Análise individual:
Ventura – este guarda-redes é um
achado! É sem sombra de dúvida, o esteio da defesa transmitindo em todas as
situações uma enorme segurança! Na segunda parte safou uma bola traiçoeira para
canto e ainda se opôs a uma recarga fortíssima evitando o golo. No lance em que
a bola percorre a linha de baliza fez o que podia.
Nelson – a jogar a defesa
direito, lugar onde se sente mais à vontade, teve alguns momentos razoáveis mas vê-se
que ainda não atingiu a plena forma. Subiu várias vezes pelo seu flanco e
cruzou com a propósito, especialmente naquele período em que fizemos os golos.
Algumas faltas desnecessárias.
João Afonso – fez dupla com
Gonçalo Brandão e não comprometeu. Às vezes parece algo displicente, fruto talvez de nervosismo que não consegue controlar. Neste sentido lembro-me
de alguns lançamentos incompreensíveis para… o adversário! Mas cumpriu.
Gonçalo Brandão – na mesma linha,
esteve melhor que o colega na saída de bola e em termos defensivos também cumpriu.
Perto do intervalo, numa disputa mais rija levou uma cotovelada acabando
o árbitro por expulsar o prevaricador e mostrar o cartão amarelo ao nosso
defesa.
Filipe Ferreira – exibição regular,
com alguns cruzamentos menos conseguidos durante a primeira parte. No segundo
tempo face ao atrevimento do Moreirense, sentiu dificuldade em ligar jogo
com Miguel Rosa. Com a saída deste e a deslocação de Sturgeon para o lado
esquerdo a situação no flanco esquerdo do nosso ataque melhorou muito. Criámos
então os lances mais perigosos da segunda parte.
Ricardo Dias – a par de Sturgeon uma
das melhores exibições do Belenenses no jogo de ontem! Parece invisível mas
está em toda a parte – dobra os centrais, desarma, recupera bolas e entrega bem.
É actualmente o ponto de equilíbrio da equipa. Apenas um reparo, até porque é
reincidente: - atenção aos braços e mãos (sempre desnecessários) nas disputas
de bola. Os árbitros marcam sempre e os livres já nos custaram golos.
Pelé – desenvolveu um jogo
razoável na brega do meio campo com o senão de ser pouco expedito a ler o jogo
e a soltar a bola. Mas lutou bastante e cumpriu.
Carlos Martins – o terceiro homem
de meio campo é o maestro da equipa. Evidenciou-se no melhor período e
apagou-se no pior período. E podemos ler a coisa ao contrário – na segunda parte a
equipa ressentiu-se quando quebrou em termos físicos e de lucidez. Foi
substituído por Tiago Silva.
Sturgeon – foi um dos melhores em
campo, quer no flanco direito, onde jogou na primeira parte, quer no flanco
esquerdo onde jogou na segunda. Marcou o primeiro golo após boa movimentação. Perto
do fim deu o seu lugar a Abel Camará.
Miguel Rosa – não esteve feliz.
Em casa não me parece que o seu lugar seja num dos flancos, mas sim mais perto
da área onde o seu sentido de golo pode ser melhor aproveitado. Foi substituído
por um extremo puro, Dálcio, que no entanto foi jogar para o lado direito.
Rui Fonte – o avançado centro
esteve perto de marcar no final da primeira parte através de um grande remate a
que se opôs Marafona. Algumas tabelas interessantes, mas sem oportunidades para
marcar.
Tiago Silva – entrou para o lugar
de Carlos Martins e deu nas vistas. Entrada positiva.
Dálcio – entrou aquando da saída
de Miguel Rosa. A ideia era abrir a frente de ataque. Não esteve feliz. Estávamos
no período em que tentávamos defender o resultado e também por isso acabou por
não ser bem servido.
Abel Camará – substituiu Sturgeon, já perto do fim. Mas mostrou energia e velocidade. Quem sabe se
não poderia ter entrado mais cedo!
Quanto ao novo treinador, Jorge
Simão, gostei de o ouvir nas declarações finais. Calmas e ponderadas. Poderia
ter mexido mais cedo na equipa, para lhe dar mais velocidade, mas compreende-se
que é difícil alterar modelos de jogo em tão pouco tempo.
Saudações azuis
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