Passado o tempo necessário para
arrefecer as emoções, vamos então analisar o clássico que se jogou no Restelo:
Sobre a ‘enchente’… para quem já viu aquele jogo com perto de quarenta mil espectadores, pouco tenho a acrescentar. Outros tempos… Era outra a rivalidade…
Sobre a ‘enchente’… para quem já viu aquele jogo com perto de quarenta mil espectadores, pouco tenho a acrescentar. Outros tempos… Era outra a rivalidade…
Ainda assim devo confessar que a
postura do Belenenses me surpreendeu pela positiva! Uma lição muito bem estudada,
melhor executada, e como referi em postal anterior, não fora o brinde inicial,
verdadeiro balde de água fria, e tudo poderia ter sido diferente. Assim,
resolvido o principal problema do Benfica, que era marcar o primeiro golo, tudo
se tornou mais complicado para as nossas cores uma vez que o ataque, o nosso
ataque, especialmente aquele que apresentámos de início, me pareceu demasiado
ingénuo para marcar golos, seja ao Benfica, seja a quem for. Para maiores
esclarecimentos consulte-se, não as páginas amarelas, mas a lista de melhores marcadores
do campeonato. Não aparecemos lá.
E surge a primeira crítica: - continuo
sem perceber porque é que se aposta tanto no Dálcio e tão pouco no Fábio
Nunes?! A segunda crítica ainda é mais antiga: - porque é que só nos minutos
finais é que jogámos com alas sem os pés trocados?!
Chamo a atenção que a jogada que
nos ía proporcionando o golo só é possível de realizar com um extremo esquerdo
que tenha… pé esquerdo! Jogada aliás que já tinha sido tentada uns minutos
antes!
Tirando estas objecções, há que
dar os parabéns ao treinador pela excelente estratégia que montou, reduzindo o
anunciado fulgor benfiquista à sua verdadeira expressão: - uma equipa espremida
por Jesus até á última gota, que vive de dois ou três craques, mas que pode ser
batida se houver coragem e não houver grandes interferências exteriores.
E passemos à análise individual:
Ventura – fez o impossível no
atraso suicida de Pelé, assim como se viu confrontado com mais uns atrasos (de
vida) de Nelson! Sofreu dois golos indefensáveis sem ter possibilidades de
fazer qualquer defesa difícil O Benfica não teve mais oportunidades para marcar.
Nelson – não gostei da exibição
de Nelson. Pareceu preocupado em demonstrar qualquer coisa a alguém, foi pouco
lesto a decidir e complicou desnecessariamente algumas jogadas.
João Afonso – cumpriu no centro
da defesa mas revela algumas vezes pouca convicção naquilo que faz. O ar
tremendista também não ajuda. Foi lento ao acorrer a uma recarga promissora.
Palmeira – boa exibição de um
jogador que continua a evoluir. Dois cortes magníficos sobre Gaitán (num deles
lesionou-se) definem um defesa de categoria.
Filipe Ferreira – um jogo
esforçado mas inglório já que deixou passar a bola que deu a Jonas o segundo
golo. Reconheçamos no entanto que há mérito no cruzamento de Gaitán, no domínio
de bola de Jonas e no respectivo remate! Mas Filipe Ferreira está a subir o nível
do seu jogo! Foi dele o lançamento para Fábio Nunes numa grande jogada do ataque
azul.
Meira – a melhor exibição azul! A
jogar a trinco auxiliou bem a defesa e fartou-se de ganhar segundas bolas ao
meio campo encarnado. Disputou também lances dentro da área benfiquista e num
deles foi injustamente amarelado por simulação. Não houve simulação mas um quase
penalty de Eliseu.
Pelé – teve aquele lance infeliz,
fruto de alguma desconcentração, mas no resto do tempo lutou muito naquele meio
campo transformado em floresta de pernas e trincheira de vontades. Globalmente
a sua exibição acaba por ser positiva.
Carlos Martins – para a maioria
dos comentadores foi o melhor jogador azul. Não compartilho totalmente desta
opinião mas não tenho dúvidas que fez tudo para levar de vencida a sua antiga
equipa. Mas esta obsessão não se revelou nalguns momentos boa conselheira. Agarrou-se
um bocadinho à bola, exagerou nos remates, que já sabemos resultaram de
instruções do treinador, mas nalguns lances havia melhores opções. Dois tiros,
um deles de livre, assustaram Júlio César.
Dálcio – como vem sendo hábito apareceu
na ala direita e revelou muita ingenuidade. Foi sempre presa fácil para a defesa encarnada. Nos últimos instantes
acorreu bem ao cruzamento de Fábio Nunes mas falhou um golo certo. Há que
experimentar este esquerdino, nem que seja para treinar, na ala esquerda do
nosso ataque.
Abel Camará – sem os atributos
técnicos que lhe dariam outra dimensão, foi com generosidade e força que
incomodou seriamente Luizão e companhia. Sempre muito desapoiado, fez quanto a
mim uma exibição conseguida.
Sturgeon – é actualmente o jogador
com maior potencial do plantel azul. Evoluiu muito, já não cai, já não parece um
bailarino do teatro Bolchoi, sabe receber a bola e dar-lhe o destino adequado.
Pena ter alinhado fora do seu lugar. Protagonista do caso do jogo, um possível
toque de Luizão, a única coisa que podemos discutir tem a ver com a verdade
desportiva do nosso campeonato: - não me pareceu haver falta, mas se o lance fosse
na outra área, na área do Benfica, seria ou não grande penalidade?! Uma dúvida
eterna.
Gonçalo Brandão – substituiu o lesionado
Palmeira e apesar de termos sofrido o segundo golo pouco tempo depois, não foi
por ali que a defesa vacilou. Pelo contrário, Gonçalo Brandão revelou sempre
segurança e classe nas suas intervenções.
Fábio Nunes – uma boa entrada em
jogo, a mostrar codícia e acutilância. O seu arranque e cruzamento para golo
ficaram na retina.
Tiago Silva – no pouco tempo que
esteve em campo, cumpriu.
Saudações azuis
Post-scriptum: Analisadas as imagens verifica-se que Luizão não toca na bola mas atinge Sturgeon na sola do pé, o que configura um lance para grande penalidade. O jogo prossegue e a bola chutada por Sturgeon segue para Meira que por sua vez a faz seguir para Dálcio sem que Eliseu a consiga interceptar. Do contacto entre os dois jogadores resulta o derrube de Meira que fica assim impedido de prosseguir a jogada. Nessas condições o arbitro, se quisesse, também poderia ter marcado grande penalidade. Em vez disso, erra, exibindo cartão amarelo a João Meira por simulação!
Resumindo e concluindo: - admite-se que o árbitro não tenha visto o toque em Sturgeon, como também se admite que tenha visto um choque e não um derrube, no contacto entre Meira e Eliseu. Menos admissível terá sido o cartão amarelo mostrado ao jogador do Belenenses.
Agora, o que me parece totalmente inadmissível, é que já depois de analisadas as imagens, continue a haver gente a sustentar que não houve nada! Gente encartada, ex-árbitros e tudo!
Como já escrevi noutro local, só gostava de saber o que diriam se tudo se tivesse passado na outra área!
Enfim, é a verdade desportiva a que temos direito...
Post-scriptum: Analisadas as imagens verifica-se que Luizão não toca na bola mas atinge Sturgeon na sola do pé, o que configura um lance para grande penalidade. O jogo prossegue e a bola chutada por Sturgeon segue para Meira que por sua vez a faz seguir para Dálcio sem que Eliseu a consiga interceptar. Do contacto entre os dois jogadores resulta o derrube de Meira que fica assim impedido de prosseguir a jogada. Nessas condições o arbitro, se quisesse, também poderia ter marcado grande penalidade. Em vez disso, erra, exibindo cartão amarelo a João Meira por simulação!
Resumindo e concluindo: - admite-se que o árbitro não tenha visto o toque em Sturgeon, como também se admite que tenha visto um choque e não um derrube, no contacto entre Meira e Eliseu. Menos admissível terá sido o cartão amarelo mostrado ao jogador do Belenenses.
Agora, o que me parece totalmente inadmissível, é que já depois de analisadas as imagens, continue a haver gente a sustentar que não houve nada! Gente encartada, ex-árbitros e tudo!
Como já escrevi noutro local, só gostava de saber o que diriam se tudo se tivesse passado na outra área!
Enfim, é a verdade desportiva a que temos direito...
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