sexta-feira, outubro 07, 2005

As Verdades

Raramente num simples comentário, se toca tão fundo na origem da doença que vai minando o Belenenses. Por essa razão decidi transformar em postal esta oportuna intervenção, certo de que o autor não se importará porque é a favor do Belenenses.

“Também não vi em directo o jogo com o EA, mas o resultado em nada me admirou. Contra o UL e o VG as nossas exibições foram fracas e muito pouco convincentes, mas as vitórias, ambas por 2 golos, deram a ideia errada de que tudo estaria bem. Nada mais falso e perigoso, como agora se viu. A verdadeira questão não é termos perdido, mas sim como perdemos: jogando sem vontade, sem ambição, sem humildade, sem ponta de categoria/classe. O problema de sempre do nosso CFB, com níveis de exigência competitiva teimosamente baixos, estratégias condicionadas pelo eterno medo de assumir objectivos claros e ambiciosos, desresponsabilização permanente dos principais actores. Esta cultura de derrota e mediocridade está arreigada no clube há "séculos" e dá cabo dele e de nós, sócios que são do Belenenses e de mais ninguém e não se contentam com um CFB saneado financeiramente, mas também eternamente saneado do espírito ganhador que está naturalmente associado à sua fundação. O clube precisa, como aliás o País, de se libertar deste pesadíssimo fardo e de explicar (urgentemente) porque é que existe. Se for para continuar nesta vidinha, estará rapidamente liquidado e será melhor deixar de competir a nível profissional o quanto antes. O passado do Belenenses é soberbo, mas não nos satisfaz: queremos presente e futuro, com seriedade, humildade mas também ambição. Para tal é necessário mudar o espírito nefasto a que aludi. A mudança terá de ser induzida de cima para baixo, tocando todos os níveis do clube. Provavelmente, não serão os actuais responsáveis que a farão. Então, os numerosos sócios que, como tenho lido em variados sítios, sentem que o verdadeiro problema do clube é este, têm que se chegar à frente. Caso contrário, não é demais repeti-lo, o Belenenses não sobreviverá, pelo menos nos moldes actuais.”
FQ

Sem comentários: