O
Braga já se viu para o que serve. Serve para o que servem quase
todos os clubes que habitam na Liga – verbos de encher ou centros
de formação suplementares onde os três 'clubes do estado' se
possam abastecer de jovens talentos. No caso do Braga, vá lá
saber-se porquê, existe uma especial predilecção por um dos três
clientes – o Benfica. Nada a dizer, é uma política de vendas
como outra qualquer, escusam é de enganar os adeptos com sonhos de
campeonato. De facto, entregar o ouro à concorrência é meio
caminho andado para nunca atingir tal objectivo. Sei do que estou a
falar, aconteceu ao Belenenses, que em termos de grandeza não tem
nada a ver com o Braga. Porque o Braga nunca foi grande. E assim
nunca o será.
Já
agora convinha explicitar o conceito de 'grandeza' – não se mede
em números, seja de sócios, seja de instalações, seja de receitas
ou de outra realidade mensurável, mede-se em independência. Não é
fácil mas costuma compensar. É por isso que tenho gasto alguma
tinta neste tema ao longo das minhas crónicas, irrealistas admito,
num país cada vez mais estreito, mais dependente e mais estúpido.
Mas não convém desistir, não é bonito nem traz qualquer vantagem
no futuro.
Por
exemplo, há muito que propuz ao presidente do Belenenses imaginário,
e aqui não faço distinções entre SAD e Clube, que fosse o campeão
da transparência, denunciando a corrupção que grassa no nosso
futebol, um futebol onde ganham sempre os mesmos. E também sugeri
que empunhasse, nem que fosse sozinho, a bandeira da centralização
dos direitos televisivos e uma justa distribuição das respectivas
receitas. Estas é que são as batalhas que vale a pena travar e que
distinguem os verdadeiros líderes.
É
claro que são batalhas e que é preciso estar preparado para a
guerra. Sendo que para estar preparado basta possuir aquela
'grandeza' que acima explicitei – basta ser independente.
Saudações
azuis
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