domingo, agosto 18, 2019

Não há equipas imbatíveis!


Mesmo com a pressão dos 5-0, dos 'fenómenos' do Seixal, e sem beliscar as capacidades do Laje, que são reais, o Belenenses, ontem, podia ter retirado pontos ao Benfica. Com uma pontinha de sorte, é certo, porque é preciso ter alguma sorte quando se defronta um adversário cujo orçamento é vinte ou trinta vezes superior! O que é que faltou então?! Escrevi na última crónica quais os erros (não forçados) que convinha evitar. Dei até o nome dos suspeitos. Infelizmente voltaram a acontecer e não adianta minimizar a situação ou chamar a si as responsabilidades como fez Silas no final. Não se trata de 'coragem' em sair na transição mas de erros de principiante por parte de dois dos jogadores mais experientes do plantel.

Dir-se-á que um jogo não pode resumir-se a dois momentos, que é muito mais do que isso, e então desfilam-se números e tácticas, mas que cairiam pela base se o Kikas tem concretizado uma oportunidade clara no fim da primeira parte. Ou se o Velez tivesse aproveitado uma benesse de um dos fenómenos do Seixal! Porque o futebol por mais estratégias que se concebam é sempre o jogador e a sua circunstância. Por isso o que hoje se fala é da 'bomba' do Rafa que desbloqueou o jogo e o resultado. A origem do lance no entanto é uma perda de bola infantil precedida ou não de falta. O tal momento do jogo, bom para uns, mau para outros.

Concluindo, perdemos, sofremos dois golos e continuamos sem marcar. O Benfica acabou por ganhar bem, mas se tivéssemos empatado daí não viria escândalo ao mundo.

Quanto aos destaques individuais: Hervé Koffi confirma ser um valor seguro e Nuno Coelho no centro da defesa esteve imperial. Dos que entraram pela primeira vez, Chima Akas, que jogou a lateral esquerdo substituindo um esgotado Varela, pareceu-me um jogador interessante. No segundo golo o remate de Pizzi passa-lhe por entre as pernas mas é uma infelicidade. No meio campo tanto Lucca, a tempo inteiro, e Ljulic com intermitências, estiveram melhor que em Portimão. O ataque, que ainda aguarda chegadas, é que continua sem marcar golos. Aguardemos, sendo certo que já deu para ver que o plantel deste ano parece ter mais (e melhores) soluções que na época passada.


Saudações azuis



Nota: Não posso deixar sem reparo mais uma declaração inoportuna por parte do actual presidente da Direcção, senhor Patrick Morais de Carvalho, nomeadamente ao afirmar que o Belenenses não ia jogar com o Benfica! 
Mas o que é que ele sabe das emoções e dos sentimentos dos adeptos (não apenas dos sócios) do Belenenses que ontem sofreram a bom sofrer durante os noventa minutos de jogo?! E que já antes e durante a semana sonharam com uma vitória sobre o seu eterno rival?! Ou acha mesmo que aquela equipa que joga actualmente no Jamor ficou de repente órfã, sem passado nem futuro, por obra e graça de uma qualquer providência cautelar?!

Sempre considerei a actual situação divisionista um problema interno do Clube e que um dia será resolvido pelos belenenses. Por isso evito pronunciar-me sobre as várias equipas que estão sob alçada da actual Direcção e não me passa pela cabeça vir para a praça pública pronunciar-me sobre a respectiva legitimidade ou representatividade. Considero-as, a todas, equipas do Belenenses. Mas a equipa mais representativa do Belenenses é a sua equipa profissional de futebol jogue ela onde jogar. A única condição é que mantenha a esperança (e o projecto) de voltar a discutir o título de campeão nacional da primeira divisão. Neste contexto e enquanto a SAD continuar a respeitar essa herança e esse anseio não tenho quaisquer dúvidas que foi o Belenenses que jogou ontem no Jamor contra o Benfica. E que infelizmente perdeu. Com cruz, sem cruz, de azul ou em tronco nu. Por isso talvez seja útil repensar a postura pois chega de mandar mais achas para a fogueira. Aliás se acredita mesmo que serão os tribunais (e não os adeptos) a definir o que é o Belenenses talvez seja melhor aguardar pela decisão do processo principal que julga a questão de fundo.

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