Mesmo
com a pressão dos 5-0, dos 'fenómenos' do Seixal, e sem beliscar as
capacidades do Laje, que são reais, o Belenenses, ontem, podia ter
retirado pontos ao Benfica. Com uma pontinha de sorte, é certo,
porque é preciso ter alguma sorte quando se defronta um adversário
cujo orçamento é vinte ou trinta vezes superior! O que é que
faltou então?! Escrevi na última crónica quais os erros (não
forçados) que convinha evitar. Dei até o nome dos suspeitos.
Infelizmente voltaram a acontecer e não adianta minimizar a situação
ou chamar a si as responsabilidades como fez Silas no final. Não se
trata de 'coragem' em sair na transição mas de erros de
principiante por parte de dois dos jogadores mais experientes do
plantel.
Dir-se-á
que um jogo não pode resumir-se a dois momentos, que é muito mais
do que isso, e então desfilam-se números e tácticas, mas que
cairiam pela base se o Kikas tem concretizado uma oportunidade clara
no fim da primeira parte. Ou se o Velez tivesse aproveitado uma
benesse de um dos fenómenos do Seixal! Porque o futebol por mais
estratégias que se concebam é sempre o jogador e a sua
circunstância. Por isso o que hoje se fala é da 'bomba' do Rafa que
desbloqueou o jogo e o resultado. A origem do lance no entanto é uma
perda de bola infantil precedida ou não de falta. O tal momento do
jogo, bom para uns, mau para outros.
Concluindo,
perdemos, sofremos dois golos e continuamos sem marcar. O Benfica
acabou por ganhar bem, mas se tivéssemos empatado daí não viria
escândalo ao mundo.
Quanto
aos destaques individuais: Hervé Koffi confirma ser um valor seguro
e Nuno Coelho no centro da defesa esteve imperial. Dos que entraram
pela primeira vez, Chima Akas, que jogou a lateral esquerdo
substituindo um esgotado Varela, pareceu-me um jogador interessante.
No segundo golo o remate de Pizzi passa-lhe por entre as pernas mas é
uma infelicidade. No meio campo tanto Lucca, a tempo inteiro, e
Ljulic com intermitências, estiveram melhor que em Portimão. O
ataque, que ainda aguarda chegadas, é que continua sem marcar golos.
Aguardemos, sendo certo que já deu para ver que o plantel deste ano
parece ter mais (e melhores) soluções que na época passada.
Saudações
azuis
Nota:
Não posso deixar sem reparo mais uma declaração inoportuna por
parte do actual presidente da Direcção, senhor Patrick Morais de
Carvalho, nomeadamente ao afirmar que o Belenenses não ia jogar com
o Benfica!
Mas o que é que ele sabe das emoções e dos sentimentos
dos adeptos (não apenas dos sócios) do Belenenses que ontem
sofreram a bom sofrer durante os noventa minutos de jogo?! E que já
antes e durante a semana sonharam com uma vitória sobre o seu eterno
rival?! Ou acha mesmo que aquela equipa que joga actualmente no Jamor
ficou de repente órfã, sem passado nem futuro, por obra e graça de
uma qualquer providência cautelar?!
Sempre
considerei a actual situação divisionista um problema interno do
Clube e que um dia será resolvido pelos belenenses. Por isso evito
pronunciar-me sobre as várias equipas que estão sob alçada da
actual Direcção e não me passa pela cabeça vir para a praça
pública pronunciar-me sobre a respectiva legitimidade ou
representatividade. Considero-as, a todas, equipas do Belenenses. Mas
a equipa mais representativa do Belenenses é a sua equipa
profissional de futebol jogue ela onde jogar. A única condição é
que mantenha a esperança (e o projecto) de voltar a discutir o
título de campeão nacional da primeira divisão. Neste contexto e
enquanto a SAD continuar a respeitar essa herança e esse anseio não
tenho quaisquer dúvidas que foi o Belenenses que jogou ontem no
Jamor contra o Benfica. E que infelizmente perdeu. Com cruz, sem
cruz, de azul ou em tronco nu. Por isso talvez seja útil repensar a postura pois chega de mandar mais achas para a fogueira. Aliás se acredita mesmo que
serão os tribunais (e não os adeptos) a definir o que é o
Belenenses talvez seja melhor aguardar pela decisão do processo
principal que julga a questão de fundo.
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