terça-feira, julho 30, 2019

O campeonato... e a armada francesa!


Os jogos oficiais aproximam-se e com eles a primeira jornada de um campeonato que promete uma 'luta' cada vez maior... fora das quatro linhas. Em relação aos três (eternos) candidatos ao título uma verdade já ninguém pode desmentir – sem os bancos e as empresas do estado por trás, estão a despachar todos os jogadores cujo salário se tornou incomportável face às receitas ordinárias que o nosso campeonato gera. Nessa perspectiva vai ser uma prova com jogadores mais jovens, seguindo a moda do Félix, para valorizar e exportar. Vamos ver é se o mercado internacional consegue absorver tanta necessidade. E tanta propaganda!

Neste contexto o Benfica parece estar em vantagem uma vez que em devido tempo conseguiu arrebanhar os jovens de mais qualidade e foi feliz na aposta em Bruno Lage um treinador que já demonstrou estar à vontade nessa área. O Sporting parece também mais consistente que o ano passado enquanto o Porto continua a apostar na terceira idade! Mas a luta, como disse, vai ser feroz, porque a desequilibrar a balança temos as receitas 'extraordinárias' da Champions. E serão três cães esfaimados a um osso. O VAR não terá mãos a medir e a Liga vai continuar distraída, esquecendo-se de cativar uma verba da receita extraordinária que é a Champions. Uma verba que compense os outros participantes no campeonato. Explico: - se algum dos leitores ganhar o euro milhões já sabe que 20% vão para o fisco. Não é assim?! É só aplicar a mesma doutrina*. E ter coragem para isso. Penso que em alguns campeonatos mais evoluídos já se pratica.

E chegamos ao Belenenses e à sua concorrência. Aqui tenho de partir do princípio que não é impunemente que se vão buscar cinco jogadores ao Lille! O futebol francês, graças a importantes reformas que fez no passado**, é actualmente muito competitivo em todos os capítulos, e onde também não é estranha a componente africana. Seguindo este raciocínio, a 'armada francesa' terá de trazer um importante 'up grade' à equipa. Com a particularidade de serem jogadores que não se inibem perante adversários teóricamente mais credenciados. A ver vamos, até porque houve outras contratações.

O último capítulo refere-se à finalização. Aos golos que têm sido escassos. E sabemos que é por aqui que num campeonato muito equilibrado (refiro-me ao G15) se cavam as diferenças na tabela. Não basta ter um futebol de posse de bola muito consistente se depois acabamos por perder por um a zero. Claro que os goleadores são caros embora ás vezes surjam do nada! Haja esperança. Vem aí a Taça da Liga e tocou-nos o Santa Clara. Cuidado com o Schettini.

Saudações azuis


*Em Portugal as receitas da Champions práticamente só contemplam três clubes. Em mais de setenta anos houve apenas duas excepções.  Num caso ainda não havia Champions e no outro as receitas não tinham nada a ver com o que se passa hoje em dia. Um argumento mais a favor da cativação. A não ser que os outros clubes sejam verbos de encher. Ou considerados como tal!


**Uma das reformas foi o equilíbrio obrigatório dos plantéis em termos de jogadores inscritos. A competitividade aumentou naturalmente. Note-se ainda que em França o futebol não é como em Portugal a única modalidade com muitos adeptos. Nem, por exemplo, os adeptos do râguebi (ou do andebol) são os mesmos do futebol. Nem os clubes são os mesmos. O antiquado ecletismo já era. Vigora o clube/modalidade.

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