terça-feira, julho 16, 2019

A cabala de Alcochete


Desprezo em primeiro lugar este Sporting e aqueles sportinguistas que tiveram a 'coragem' de expulsar Bruno de Carvalho no próprio pavilhão que o ex-presidente conseguiu tornar realidade! Pavilhão onde celebraram vitórias como há muito não celebravam. Desprezo igualmente a actual direcção do Sporting que nem foi capaz de se constituir parte interessada nos processos onde o Sporting pode ter sido claramente prejudicado pelo Benfica a confirmarem-se as suspeitas de corrupção desportiva que neles constam. Mas desprezo sobretudo a indiferença com que os ditos sportinguistas aceitam que cerca de quarenta elementos de uma das suas claques (legalizadas, diga-se) estejam há mais de um ano a apodrecer em prisão preventiva como se estivéssemos a falar de terroristas, tese miserável que tem feito o seu caminho patrocinada pelo nacional benfiquismo vigente. Tese que ofende as vítimas do verdadeiro terrorismo!

O desprezo é o último sentimento que podemos ter antes da necessária revolta que terá de acontecer mais tarde ou mais cedo. Pois não é possível continuarmos a dar cobertura a uma justiça comandada de fora para dentro e a uma política comandada pela televisão.

Não preciso de referir, só tenho um clube, o Belenenses, não conheço Bruno de Carvalho de lado nenhum, posso até reconhecer que tem imensos defeitos e terá cometido muitos erros, mas já estou como o seu advogado – um homem que vale tantos quilómetros de prosa em todas as televisões, mesmo quando está a dormir, mesmo quando já não é presidente de nada, é por alguma razão que nos escapa! O que sabemos é que foi ele o primeiro a denunciar o caso dos vouchers, ponto de partida para o caso dos emails etc. etc. O que sabemos também, porque ouvimos, é que a tese do terrorismo associada à invasão de Alcochete é fervorosamente defendida por comentadores televisivos ligados ao Benfica. Os mesmos que tratam cenas de violência bem mais graves (vidé apedrejamento indiscriminado de comboios e polícias) como excessos de 'jovens' no calor da juventude!
Enfim, estamos conversados.


Saudações azuis


Nota: Sou um firme partidário da abolição das claques e do combate ao hooliganismo no desporto em geral e no futebol em particular. Isto já foi feito com sucesso em Inglaterra e só não se percebe porque não é feito entre nós! Há aqui um factor que também não ajuda. Em Inglaterra, como em toda a parte, prevalece o clube/modalidade e não há esta coisa de sair do futebol e ir para o pavilhão 'apoiar' o andebol ou o vólei, como se fosse futebol. É mais um factor de violência e que pouco contribui para o progresso das modalidades. Pelo menos das modalidades olímpicas.

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