terça-feira, janeiro 29, 2019

Está cada vez mais difícil ser belenense...


Não sou o único a queixar-me e o teor das queixas vai aumentando. Ainda hoje quando me aproximava do café onde costumo tomar o pequeno almoço fui abordado sobre se era do Belenenses Clube ou do Belenenses SAD! À pergunta insidiosa respondi que eu sou do Belenenses que disputa o campeonato profissional de futebol e que não há outro nessas condições. Expliquei também que no ano passado já era assim. E como não desceu de divisão nem foi irradiado o Belenenses é o mesmo. O interlocutor matreiro fez então o seu número – disse que estava ao lado do Clube. Só que eu já o conhecia e despachei rápidamente o assunto. Mas tu agora és do Belenenses?! Curioso porque eu sempre pensei que eras do Benfica! O indivíduo resmungou qualquer coisa e desapareceu. E eu fiquei a pensar como é que de repente surgiram tantos belenenses do nada! E invariavelmente com o jornal A Bola debaixo do braço!

Mas para lá deste episódio não há que escamotear a questão – vivemos um momento muito perigoso e que em última análise pode ditar uma separação definitiva. A não ser que... parem os insultos por parte dos sócios do Restelo, que enquanto confundirem o investidor (hoje a Codecity, amanhã outro qualquer) com a equipa, não passam disso mesmo – sócios do Restelo! Do qual se apropriaram e se acham donos ou senhorios.

O Belenenses, felizmente, é muito mais do que o Restelo. A mim o Restelo não me faz falta para continuar a ser do Belenenses.

E termino relembrando uma pequena história, que faz parte da história e é elucidativa: - mostra como aquilo que julgamos seguro e eterno afinal pode não ser:

O meu pai jogou nos juniores do União de Santo Amaro, clube que mais tarde se fundiu com o Carcavelinhos dando origem ao Atlético. Nunca lhe perguntei porque é que se fez Belenenses em vez de seguir o Atlético. Vivia no princípio da Junqueira (junto à Carris) e a verdade é que a distância dali às Salésias seria idêntica à que vai até à Tapadinha. Embora para a Tapadinha tivesse que subir mais. Sou belenense porque passei a ir com ele às Salésias, não por causa das Salésias, mas por causa dos jogadores vestidos de azul e com a Cruz ao peito que eu mal distinguia naquele peão de terra batida. Mas soube mais tarde que houve alguns unionistas que nem foram para o Atlético nem foram para o Belenenses. Ficaram sem clube. Dá que pensar.

Saudações azuis

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