Mais
calmo mas ainda inconformado revi o jogo, em especial a segunda
parte, e infelizmente confirmei a primeira impressão. A mudança
para quatro defesas contra equipas fortes como o Sporting é sempre
de alto risco. Para além das perturbações que acontecem com
qualquer mudança em termos de marcações, (vidé Fredy no primeiro
golo) aquilo que se ganhou no meio campo (e por consequência no
ataque) foi muito pouco comparado com aquilo que se perdeu. Os
laterais leoninos avançaram logo alguns metros no terreno, a nossa
defesa recuou outros tantos metros, e com os riscos inerentes. Como
se viu no segundo golo. Por outro lado não sendo crível que a
batalha do meio campo se inclinasse a nosso favor as recuperações
de bola que eventualmente conseguíssemos eram-no mais longe da área
adversária. Mas isto sabe Silas. O que não se compreende é porque
é que insiste nestas alterações com o resultado empatado?! Ambição
é uma coisa, noção das realidades é outra. Quando tivermos mais
alguém no meio campo que não perca a bola e a saiba direccionar de
imediato para o ataque, e quando tivermos um goleador na lista dos
melhores marcadores, então poderemos ensaiar outros esquemas em
Alvalade. Quer isto dizer que não jogámos de igual para igual com o
Sporting?! Jogámos mas só na primeira parte. Como se queria
demonstrar.
Análise
individual:
Muriel
– Salvou a fífia de Gonçalo Silva (remate de Acunha), salvou a
meia fífia de Nuno Coelho que isolou Diaby, uma estirada de alto
risco sem fazer penalty e deu como é costume segurança à equipa.
Na segunda parte e depois das mudanças ainda teve a tentação de
entrar naquele joguinho dos atrasos de bola de antigamente. Mas foi
só tentação.
Diogo
Viana – está um bocadinho inseguro e seu futebol ressente-se
disso. Adiantou-se algumas vezes com a propósito mas confesso que
esperava mais. Fruto daquela insegurança foi atrás das provocações
de Acunha e lá se foram os quatro minutos de compensação. Mas os
árbitros não podem continuar a proteger as arruaças de Acunha.
Nuno
Coelho – para além da falha de cabeceamento, o tal lance que
isolou Diaby, fez um excelente jogo e a prova é que Bas Dost ficou
em branco. Acabou por se lesionar e essa terá sido a razão, penso
eu, para a substituição.
Sasso
– central sobre o lado esquerdo da defesa teve uma exibição
pautada pela regularidade. Costuma oferecer bem o corpo à bola,
desta vez saiu-se mal no lance que deu o primeiro golo mas já se
tinha saído bem num remate de Nani que desviou para a trave.
Gonçalo
Silva – um atraso que ficou a meio caminho e que ia dando golo não
fosse a grande defesa de Muriel, é um pecado que contra as grandes
equipas não pode acontecer. No mais contribuiu para a boa perfomance
defensiva.
Zacarya
– peça chave na transição ofensiva, correu imenso e manteve um
padrão de jogo muito aceitável.
André
Santos – é a placa giratória do meio campo e fez uma boa exibição
embora com um ou outro individualismo dispensável. Mas é
indiscutivelmente um jogador importante naquele meio campo.
Eduardo
– ainda não tem o estofo físico que o lugar exige. Acabou quase a
passo. E a equipa precisa do seu futebol o tempo inteiro.
Lucca
– jogou mais adiantado e apareceu por duas vezes em boa posição
para criar perigo. Na bola ao poste de Fredy tinha que recargar de
qualquer maneira. Em vez disso tentou contornar Acunha pelo lado
esquerdo. Má opção. No cômputo geral esteve bem.
Fredy
– talvez o melhor com o senão da dobra no primeiro golo do
Sporting. Na retina ficam a arrancada para um inglório remate ao
poste e a recarga para o golo de consolação.
Licá
– um belo jogo a revelar que se lhe meterem a bola na frente pode
fazer estragos. Muito bem na assistência para o nosso golo.
Henrique
– entrou quando Nuno Coelho saiu e entrou bem. Vê-se que está a
subir de forma. E nada disto invalida a opinião que tenho sobre as
alterações tácticas operadas por Silas. Em termos de análise
individual esteve no lance do nosso golo e foi travado em falta numa
jogada perigosa a que o árbitro fez vista grossa.
Dálcio
– entrou para o meio campo com vontade de levar a equipa para a
frente mas falta-lhe qualquer coisa. Explosão?! Será?!
Dramé
– pouco tempo em campo.
Nota
final – o árbitro Capela quis levar as coisas sem grandes ondas e
conseguiu. Esqueceu-se foi do tempo de compensação.
Saudações
azuis
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