Ao Belenenses nunca bastou jogar bem para ganhar! Foi sempre
preciso superar outras dificuldades, nomeadamente quando jogava contra os seus
rivais de Lisboa. Ontem no Restelo cumpriu-se essa sina. E a nomeação de Bruno
Paixão, um árbitro que mesmo sem querer acaba por interferir com os resultados,
anunciava já esse cenário. O VAR, ao princípio, ainda deu ideia de imparcialidade
quando avisou Bruno Paixão para o facto de Rui Patrício, guarda-redes do
Sporting, ter atingido o Yazalde na cara, derrubando-o, e não ter tocado na
bola. Isto é um penalty clássico em qualquer parte. O problema é o sistema de
compensações que começou imediatamente a funcionar. Na primeira parte não foi
preciso. O Sporting empatou pouco tempo depois e numa desatenção azul (livre
rápidamente marcado) chegou à vantagem. O terceiro golo leonino, perto do
intervalo, já revelou a verdadeira identidade do VAR que temos. Desatento quando
convém. O golo é precedido de falta e deveria por isso ter sido invalidado.
E veio a segunda parte, e com ela a capacidade do Belenenses
para dar a volta ao texto. Com o empate soaram os alarmes na cidade do futebol.
O VAR concentrou-se, foi buscar a lupa, e na molhada que habitualmente acontece
nos pontapés de canto, descobriu um braço do Yebda a tocar na cabeça do Bas
Dost! Nenhum deles tocou na bola e nem se pode falar naquela molhada em
qualquer oportunidade de golo para ninguém. Bruno Paixão, aliás, não assinalou
nada. Mas esta era a oportunidade para um Sporting em nítida quebra física de conseguir
chegar à vantagem. E, como se esperava, Paixão recuou e marcou penalty. Curiosamente
o VAR não viu nesse lance o derrube de Nathan por parte, suponho, do mesmo Bas
Dost! O Sporting tinha que ganhar.
E para aqueles comentadores que questionaram a marcação do
penalty cometido por Rui Patrício dizendo que se tinha aberto uma ‘caixa de
pandora’, neste último penalty sim, abre-se um precedente que a ser seguido vai
transformar cada canto ou cada ’molhada’ num manancial de grandes penalidades ao
sabor das inclinações do VAR. E nós já sabemos quais são essas inclinações.
Sobre o jogo própriamente dito ele já foi escalpelizado por
tanta gente que não vale a pena acrescentar grande coisa. O Belenenses está
diferente para melhor e não é todos os dias que assistimos a um duelo de
treinadores em que o vencedor foi o aluno e não o mestre! Silas até com dez jogadores
conseguiu manter a equipa no jogo. Não há melhor elogio.
A única nota negativa tem a ver com a expulsão de Sasso, já
depois do jogo acabar. Compreendo a sensação de injustiça dos jogadores mas não
vale a pena dizer nada ao árbitro. Até porque Bruno Paixão reagiu como se tivesse
algum peso na consciência.
Resultado final: - Belenenses 3 – Sporting 4
Saudações azuis
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