No deserto que é o futebol português onde há três eucaliptos
que secam tudo à sua volta é uma excelente notícia saber que (finalmente)
alguém se atreve a contestar tamanha hegemonia! Hegemonia asfixiante, que não deixa
ninguém medrar, e mantém o futebol português num casulo soviético. Não vou aprofundar
a comparação, a união soviética já não existe, mas deixou testamento em
Portugal. Quando existia havia os clubes do estado, com todos os direitos, e os
outros, com todos os deveres. O imobilismo (em tudo) era a palavra de ordem para
que ganhassem sempre os mesmos. É isso que queremos?!
Na linha da frente deste movimento de emancipação aparecem o
Braga, o Boavista e o Belenenses, uma tríade que se saúda! Espero que tenham a
capacidade para agregar os quinze clubes numa plataforma que possa defender os
interesses comuns. Não vai ser fácil porque isto vai estragar o arranjinho em
que tem vivido o futebol português. O momento no entanto parece-me oportuno. Os
três clubes do estado estão envolvidos numa guerra fatal que anuncia o fim de
um ciclo. A caixa de esmolas, de tanto ser arrombada já não chega para os três.
Há que mudar de vida.
Em termos de reivindicação e mudança o G 15 já definiu as
prioridades. Prioridades óbvias que funcionam em todos os campeonatos europeus
excepto em Portugal e na Ucrânia! Refiro-me à centralização dos direitos
televisivos na Federação ou na Liga e à distribuição dos proventos segundo
critérios equitativos. Não é preciso inventar nada, basta copiar o que já se
faz nos campeonatos mais evoluídos.
Outra das reivindicações não pode deixar de ser um limite de
jogadores a inscrever na esfera patrimonial de cada clube. O objectivo é
terminar com a colonização de todos os clubes por parte dos três do costume.
E claro, o VAR tem que ser democratizado. Dito de
outra maneira para que todos percebam – o VAR deve estar ao serviço da verdade
desportiva em todos os jogos do campeonato e não, como temos constatado, ao
serviço da verdade desportiva nos jogos em que participam, Benfica, Sporting e Porto. Para bom entendedor…
Termino com alguma esperança sabendo como é difícil mudar mentalidades e subserviências que já têm barbas. A esperança é que o G15 representa o futuro, a verdade desportiva para todos, num futebol mais justo e competitivo.
Saudações azuis
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