É uma das polémicas do defeso, tem a ver com a carga fiscal portuguesa, mais propriamente com o IRS, versa sobre a competitividade do futebol português face a outros futebóis, nomeadamente quando nos comparamos com ‘nuestros hermanos’, que ganham mais do que nós e pagam menos imposto sobre o rendimento. Na perspectiva da indústria do futebol, isto significa que o mesmo ordenado bruto corresponde a vencimentos líquidos muito diferentes, beneficiando claramente os jogadores que actuam em Espanha. É verdade, terminou em Portugal o período de transição, em que apenas parte do vencimento auferido pelo futebolista estava sujeito a imposto. Neste momento já não é assim, o que quer dizer que em termos fiscais os futebolistas estão equiparados a todos os outros portugueses. E não podia ser de outra maneira, pese o argumento que reclama tratar-se de uma profissão de desgaste rápido a merecer um tratamento diferenciado por parte do Fisco. Mas não é por aqui que podemos avançar, numa altura em que se pedem sacrifícios a todos, com o país endividado, com a classe média a afundar-se e sem terra à vista! A questão prende-se uma vez mais com a política, com uma carga fiscal insuportável, que atinge níveis que dificultam, quando não impedem, o próprio desenvolvimento. Não é um problema dos clubes portugueses nem dos futebolistas a actuar em Portugal, é um problema nacional. De que serviria aligeirar o IRS aos futebolistas, só para que três ou quatro clubes em Portugal continuassem a alardear uma competitividade externa que não existe para o resto da comunidade! De que serviria, por exemplo, conseguirmos concorrer com o Recreativo de Huelva na disputa de um jogador, se não conseguimos concorrer, nem de perto nem de longe, com o salário mínimo espanhol! E ficamos ainda mais cientes da nossa realidade quando olhamos para a tabela de preços do 'Tereza Herrera', torneio a disputar por estes dias na Corunha e em que participa o Belenenses: - os preços mais baixos rondam os cinquenta euros, mais de cem euros para ver dois jogos de futebol na Galiza!
Na nossa terra já nos custa dar 20 euros para ver futebol!...
Nós, portugueses, é que não somos competitivos.
Saudações azuis.
Nós, portugueses, é que não somos competitivos.
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