Ainda bem que não pedi dispensa do trabalho. Vi hoje na televisão com calma, sem enervamentos, mesmo assim a vesícula deu sinal!
Não vou fazer crónica nenhuma sobre o jogo. Aliás rectifico: do ‘não jogo’ da primeira meia hora, da ‘tentativa de jogo’ no tempo restante. Os últimos minutos merecem uma referência especial – incapacidade para o jogo!
Depois disto há que olhar para a frente. Couceiro tem, no entanto, uma margem de manobra muito estreita.
Antigamente o Belenenses antecipava-se aos outros, tinha gente que percebia de futebol. Agora parece que não. Está à vista de todos, que não vale a pena andarmos a descobrir jogadores jeitosos na II Divisão ou mesmo aproveitar jogadores das equipas que descem. Ponho mesmo em causa a utilidade da tradicional ‘cantera’ de jovens jogadores. Hoje, uma boa equipa constrói-se rápidamente, ou com muito dinheiro (caso do Chelsea), ou com bons jogadores brasileiros (casos do Marítimo e do Nacional). Não estou a falar de cracks, estou a referir-me à imensidade de jogadores que jogam no Brasileirão. Um bom treinador, de preferência brasileiro (como tenho vindo a referir), faz o resto.
O que é que o Belenenses resolveu fazer este ano? Foi comprar uma série de jogadores jeitosos, mas que tirando Silas e Meyong, são claramente inferiores, em termos técnicos, aos tais bons jogadores brasileiros. E não só em termos técnicos, em termos tácticos e de ciência de jogo, em suma, ao nível da maturidade.
Veja-se o caso de Rolando, Ruben Amorim ou Paulo Sérgio – são jovens promissores, mas verdes. Num ano em que descem quatro equipas, não nos podemos dar ao luxo de formar jogadores no decurso da época.
Os outros clubes também não o fazem. Porque é que andamos armados em patetas?! Outro exemplo, acham que o Fábio Januário tem maturidade para filtrar todo o nosso jogo atacante? Claro que não. É um jovem jogador, que pode evoluir, que pode entrar durante os jogos, mas não lhe peçam mais.
Nos primeiros jogos, com Silas e Meyong ao seu melhor nível, disfarçámos a situação. Agora é impossível esconder que precisamos de reforços.
Este campeonato vai ser disputadíssimo, já não há grandes diferenças entre as equipas, por isso não podemos falhar.
Três ultimas notas: defesa esquerdo, centro campista e guarda-redes.
Quanto ao defesa esquerdo, e enquanto não tivermos outro, ponham lá o Sousa. No que respeita ao meio campo, não sei. Relativamente ao guarda-redes, não quero ter razão, mas é urgente dar mais oportunidades ao Pedro Alves.
Saudações azuis.
terça-feira, novembro 22, 2005
Crónico
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