terça-feira, abril 29, 2008

Decisão esperada

No fundo todos esperávamos por este desenlace, o contrário é que seria uma verdadeira surpresa! Imaginem um órgão de justiça da federação portuguesa de futebol, pese a sua proclamada independência, a produzir um veredicto que pusesse em causa a competência da própria federação! Mas o argumento maior, não foi esse, foi o facto de ter sido infringida uma norma da FIFA. Aqui sim, aqui se abrigaram os doutos conselheiros para manter a decisão da comissão disciplinar da liga, salvaguardando por essa via, a incapacidade, a irresponsabilidade, e porque não dizê-lo, a inutilidade da estrutura federativa! Que serve apenas como peça de propaganda do regime, com a sua selecção de emigrantes de luxo. Organizar o futebol português, torná-lo credível e rentável, isso não interessa, nem é ‘desígnio nacional’!
E agora?! Agora teremos de acatar a decisão e com a maior serenidade mas também com a maior firmeza, prosseguir na luta pela credibilidade das instituições que gerem o futebol português. Podemos e devemos aproveitar os argumentos que por certo constam do nosso recurso, para expor perante as entidades que regulam o futebol, a necessidade de alterar leis e regulamentos por forma a garantir mais certeza nas relações jurídico-desportivas, protegendo ao mesmo tempo a boa fé dos vários intervenientes. Isto que se diz conta para o futuro, agora interessa mostrar a nossa têmpera nos dois jogos que faltam, pois é nos momentos difíceis que homens e instituições definem a sua grandeza.
E recebamos também a nossa lição: para a próxima estaremos mais atentos para não sermos surpreendidos.
Saudações azuis.

segunda-feira, abril 28, 2008

Regresso à normalidade


O país sossegou, o ambiente está mais desanuviado, as nuvens que pairavam sobre a segunda circular, dissiparam-se, e sendo assim, os milhões da europa já não correm o risco de ir parar ao bolso de algum paraquedista ou aventureiro!
A questão ainda não está totalmente resolvida, mas a forma rápida como os juizes de campo decidiram sobre a marcação das faltas dentro da área ou nas suas proximidades, deixa adivinhar que os intrusos não terão sorte nenhuma!
Lucílio, em Alvalade, e Soares Dias na Luz, encarregaram-se de esclarecer dúvidas, se dúvidas houvessem. O primeiro, assinalando uma grande penalidade inabitual na nossa Liga! O segundo, não permitindo qualquer contacto naquela zona onde os encarnados têm especialista afinado. A alegria de Rui Costa quando Di Maria 'arrancou' o livre que viria a resultar no segundo golo, não engana ninguém. Claro que também existem responsabilidades, quer de Gregory (estava avisado do jogo anterior), quer de Amorim, ambos deviam saber que somos todos iguais, mas uns são mais iguais do que os outros!
Os subsídios da europa, no que respeita ao futebol seguem a regra geral, são para os grandes, e tal como os outros subsídios europeus, ajudam a cavar o fosso entre ricos e pobres, e nós gostamos que seja assim!
Saudações azuis.

sábado, abril 26, 2008

Ai Jesus, Jesus...


Tu que não nasceste em Belém mas que puseste o meu Belém a jogar tão bem!
Tu que sabes treinar como ninguém, que em poucos meses transformaste um grupo de jogadores numa grande equipa, com uma defesa em linha impecável, um pressing que não deixou o Benfica jogar, um futebol apoiado que confundiu e calou o 'terceiro anel'... que necessidade tinhas de estragar tudo por causa daquela ponta de vaidade que estraga sempre tudo!
Qual a necessidade de mexer numa equipa que tinha tomado conta do jogo, recuperava as bolas rápidamente, e ameaçava a cada jogada chegar ao empate!!! Ninguem percebeu, nem eu!
Se por hipótese chegássemos aos 80 minutos de jogo na mesma situação, então sim, arriscava-se tudo. Aos 65 minutos, não.
Costuma dizer-se: 'quem tudo quer, tudo perde', e nós apressámos a derrota sem necessidade nenhuma. Jesus deve ter-se lembrado da última goleada, só que o Benfica na Luz não é o Vitória de Setúbal no Restelo. Ainda por cima o Gabriel Gomez estava a realizar uma grande exibição! Ele saíu, trocaram-se posições, a equipa desuniu-se, e para cúmulo, tinha que ser o Amorim a provocar uma falta desnecessária numa zona proibida! O Gavillan na primeira parte já tinha cometido esse erro, mas felizmente a bola foi desviada na barreira. Cardozo não desperdiçou uma segunda oportunidade e acabou com o jogo. A partir daí nunca mais fomos os mesmos.
É fácil falar depois do jogo, e eu aceito. Mas desta vez toda a gente viu que Jesus errou nas substituições. Ninguém é perfeito e todos temos as nossas limitações.
Enfim, o jogo acabou, acabámos com dez porque Alcântara fez das suas, e hoje não vou dar os parabéns a ninguém, porque estou farto de derrotas honrosas. Dito isto, espero que Jorge Jesus cumpra o contrato e continue a ser o treinador do Belenenses.
E mantenho o que disse ontem: este era o jogo mais importante do campeonato.
Resultado final: Benfica 2 – Belenenses 0.

sexta-feira, abril 25, 2008

Amanhã...


Amanhã é o jogo mais importante do campeonato! Jogamos na Luz contra o Benfica, jogamos contra a nossa inferioridade, jogamos contra o próprio campeonato! Se ganharmos... se ganhássemos... e nunca estivemos tão ombro a ombro... sei lá, desde os tempos... já nem me lembro! Tempos do Yaúca, também ganhámos, e eu estava lá... ainda de igual para igual, no limite... Amanhã não vou, já não vou. Se ganharmos, estava eu a dizer, esqueço a novela Jesus, esqueço tudo, não me interessa quem tem razão, bela palavra, no futebol não há razão, quem tem razão é o golo, única verdade, a ele todos se rendem, todos se contradizem, ao menos valha-nos isso!
Noto que estou inconcreto, acontece, amanhã é o jogo mais importante do campeonato!
A dar-me razão, (afinal o futebol tem razão) Jesus convocou todo o plantel, e em jogada de antecipação, protegeu o Amorim! Dupla fatalidade – se o rapaz jogar mal, fico com pena pelo Belém! Se o rapaz jogar bem, fico com pena pelo Belém!
O melhor é dar um fim à crónica.
Até amanhã.

quarta-feira, abril 23, 2008

Belém à consignação!

Confesso que tinha alguma esperança que esta Direcção (intercalar) não alterasse as regras do jogo a meio do jogo, ou seja, antes do fim da época. Refiro-me básicamente ao dossier treinador, que concentrava e concentra algum poder, talvez exagerado, mas que as circunstâncias assim determinaram e que o próprio fez questão de assegurar com êxito. Também por isso encaixou sem pestanejar o contratempo 'Meyong', vestindo a camisola em deslize alheio, o que convenhamos tem que ser realçado!
Mas não, apressada, querendo de imediato instalar-se e instalar os seus conceitos, a Direcção terá ajudado a criar um ambiente de desconfiança, que é sempre mútuo, e a partir daí as coisas começaram a correr mal e pelos vistos estão em vias de descarrilar!
Em anterior postal evidenciei a consonância que deve existir entre o treinador e o presidente, pois seja o clube que for, é meio caminho andado para o sucesso; também estou convencido, e isto vale igualmente para qualquer clube, que o problema nunca é do treinador mas sim da Direcção, e no caso do Belenenses, conhecido cemitério de treinadores, esta afirmação parece ainda mais indiscutível. Seria uma razão acrescida para ter algum cuidado no relacionamento com Jorge Jesus, que se adaptou ao peculiar funcionamento de um clube “à consignação” (!), ganhou a simpatia dos adeptos, conseguindo ainda obter bons resultados desportivos!
“Clube à consignação” é isso mesmo que estão a pensar, é a realidade de muitos clubes da primeira Liga, em que o clube funciona como entreposto dos negócios dos outros, cobrando pelo espaço uma pequena comissão!!! O que não se esperava é que o Belenenses caísse nessa ridícula situação! Pelos vistos, jogadores e até o treinador não são nossos, podem sair livremente sem recebermos nada em troca! Por isso alguns nos atingem com o insulto de 'clube virtual'! E mesmo assim o nosso discurso pouco tem mudado, é ele também um discurso virtual! Hoje como ontem é o discurso das 'contas certas'... e elas, as marotas, sempre incertas! Damos agora o mau exemplo do Boavista mas esquecemo-nos do bom exemplo do Boavista quando ousou ganhar um campeonato nacional!
A ver se nos entendemos, toda a gente é pelas contas certas, mas a justificação é que tem que ser outra, e afirmada alto e bom som: temos que ter as contas certas porque não queremos sofrer na pele aquilo que 'outros' (vocês sabem quais são) nunca sofrerão em igualdade de circunstâncias. E podemos acrescentar - por isso somos obrigados a aceitar uma concorrência desleal permanente. Este, e não outro, é o discurso certo para as contas certas, a ser proferido no local certo - na Liga, na Federação, e na Secretaria de Estado. E deixem o Boavista em paz.
Saudações azuis.

terça-feira, abril 22, 2008

A força do colectivo

Boa exibição, bons golos, mas tenham calma, não descobri nenhum craque a caminho do Real Madrid! Como é habitual só hoje consegui ver o jogo na Sport Tv, e dada a celeuma sobre a debandada do plantel, ao que parece requisitado por meio mundo, estava curioso para ver que exibições esplendorosas tinham acontecido e da parte de quem! Afinal, só vi um enorme trabalho colectivo, tudo em movimento, atentos às marcações, trocando a bola pacientemente, recuperando-a depressa, à espera do momento mais propício para desferir três, como poderiam ter sido quatro estocadas mortais. Isto aconteceu na primeira parte e foi realizado com grande eficácia, e já agora, com grande beleza! Bonitos golos, sim senhor!
E como cada equipa joga o que a outra deixa jogar, está explicado o sucesso azul e o insucesso sadino.
Claro que também vi as insuficiências dos intérpretes, as deficiências conhecidas, menos evidentes porque tudo correu bem, e reconheçamos, o Vitória está em quarto minguante, como aliás outras equipas da Liga. Nós felizmente estamos em quarto crescente!
Antes da análise individual quero referir que não me passou despercebida a ausência no onze inicial de Gavillan, desta vez Jorge Jesus optou por uma brigada mais ligeira a meio campo tirando partido do bloco habitualmente muito recuado do Vitória de Setúbal, e ganhou a aposta, apenas em dois cantos se notou que faltavam centímetros na nossa área, mas com o avolumar da derrota o Vitória foi desaparecendo. Pitbull estava demasiado só.

Destaques:

Paulo César com muito pouco trabalho, teve uma noite descansada;
Amaral tácticamente bem, precisa de ganhar confiança e um bocadinho mais de atrevimento;
Rolando impecável;
Hugo Alcântara fez um grande jogo e teve uma excelente e decisiva intervenção no segundo golo;
Alvim sempre esforçado e raçudo;
Amorim jogou a trinco e foi um dos melhores;
Rafael Bastos confirmou que está a adaptar-se, mexido, com iniciativa, um grande passe na origem do terceiro golo, merece continuar na escola de Jesus;
Silas o problema das recepções continua, mas esteve em todo o lado, é um pilar do nosso sistema de jogo;
Zé Pedro é o outro pilar, para o melhor e para o pior, mas neste jogo a palavra pior não se aplica. Apesar de alguns passes falhados, gostei de o ver comandar a equipa!
Roncatto também merece ficar na escola de Jesus, porque ainda é um jovem jogador;
Weldon bisou, dois belos golos, é um jogador feito, veio emprestado para render e rende, se houver capacidade financeira tudo bem, se não houver, paciência.
Gavilan entrou nervoso mas serenou e é sempre útil;
Cândido Costa cumpriu, cruzou bem para o quarto golo;
João Paulo querer, raça, e dois golos espectaculares!

Saudações azuis.

Presidente e treinador


Ainda falta algum tempo para ver a repetição do jogo na SportTV, tenho assim uns minutos para comentar o teor das controversas declarações de Jorge Jesus no final do desafio com o Vitória de Setúbal!
Em primeiro lugar a oportunidade, pouco feliz, sabendo-se que esta será a semana de todas as cabalas, de todos os golpes, advinhando-se uma última golpada no 'caso Meyong', cuja decisão está agendada para a próxima segunda-feira!
Em segundo lugar a questão do vencimento do treinador, uma falsa questão que esta Direcção terá abordado de uma maneira também pouco feliz. Digo, terá, porque não conheço os bastidores do assunto, mas não nos podemos esquecer que Jorge Jesus tem desempenhado várias funções, que correspondem em condições normais a vários ordenados, nomeadamente o de Director Desportivo, e nessa perspectiva não sei se o seu vencimento é caro ou barato. Pode questionar-se que independentemente de ser caro ou barato, o Belenenses não tem condições de suportar tal despesa e sendo assim haveria que tentar renegociar o respectivo valor. Ora é precisamente aqui que pode estar a chave do problema, a saber: estou convencido que Jorge Jesus seria (será) sensível a esse problema desde que não lhe tocassem no poder que desfruta na parte desportiva própriamente dita. E na qual tem tido sucesso indiscutível! Melhor seria (será) aproveitar esta questão para mobilizar ainda mais o treinador dando-lhe a importância (e confiança) que até à data tem merecido.
Noutro sentido e se a Direcção entende rever o conceito e as funções do treinador do Belenenses, deve deixar isso para melhor oportunidade, evitando dar qualquer motivo a especulações.
Por último, há quem desconfie de Jesus, sugerindo que este se oferece constantemente ao Benfica ou a qualquer clube que tenha um projecto desportivo mais aliciante! Bem, eu sou insuspeito nesta matéria, não há nada que me irrite mais do que subserviências aos três clubes do estado! Mas por isso mesmo quem contrata um treinador com cláusulas de rescisão que lhe permitem sair a custo zero para o mercado nacional, não se pode admirar de incutir essa mesma mentalidade nos seus eventuais empregados.
Em suma, o sucesso de qualquer clube assenta sempre numa grande simbiose (e cumplicidade) entre Presidente e Treinador. Querem exemplos?!
Saudações azuis.
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Post Scriptum: E a talhe de foice vem a utilização de Amorim no jogo contra o Benfica! Convenhamos que o timing (por certo escolhido pelo Benfica) para anunciar a transferência não terá sido o melhor para proteger o jogador!