domingo, junho 08, 2008

Ah pois, os empréstimos…

Todos os anos por esta época recomeça em Belém uma eterna querela, a saber: devemos ou não aceitar jogadores emprestados provenientes dos nossos (antigos ) rivais?
Uns argumentam que se trata de uma cedência inadmissível face aos pergaminhos do clube. Outros reagem dizendo que a nossa realidade não se compadece com grandezas passadas. E existe uma conclusão célebre, levemente demagógica, mas que ainda se aplica: ambas as partes têm razão quando dizem que a outra não tem razão!
Ou se preferirem, todos temos razão.
O problema da decadência só se resolve se houver a coragem de a admitir em toda a sua crueza e ao mesmo tempo houver a vontade de a inverter. A inversão passa naturalmente por uma estratégia inflexível e certeira, e então sim, poderemos analisar cada acto de gestão desportiva à luz dessa mesma estratégia.
Fora deste contexto qualquer discussão parece-me oca e sem futuro.
Por exemplo, de que serve hoje não aceitar jogadores emprestados do Benfica ou do Porto se acabamos de lhes vender as ‘jóias da coroa’ por tuta e meia! Neste caso pode até fazer algum sentido receber uma demasia, por pequena que seja, que amenize tamanha ‘oferta’.
Mas é como digo acima, não podemos continuar a navegar à vista de costa, incapazes de tomar rumo, incapazes de cumprir o nosso destino.
Saudações azuis.

sábado, junho 07, 2008

Esclarecimento e confirmação

COMUNICADO
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.Em reunião do Conselho de Administração da "Os Belenenses” Sociedade Desportiva de Futebol SAD realizada durante o dia de ontem, foi deliberado informar todos os sócios e simpatizantes do seguinte:
.1. A Federação Portuguesa de Futebol, através do seu Órgão de Gestão de Licenciamento, decidiu não atribuir à “Os Belenenses” SAD, licença para participação nas Competições da UEFA na época 2008/09, com fundamento na falta de verificação de todos os Pressupostos de Natureza Financeira exigíveis, designadamente por incumprimento do Critério F.04 do Manual de Licenciamento da FPF.
De acordo com aquele critério «o candidato à licença deve provar que, no que diz respeito a obrigações contratuais ou legais não tem dividas aos seus trabalhadores em 31 de Dezembro do ano que precede a época a ser licenciada, incluindo no que se refere às contribuições sociais e impostos retidos na fonte, salvo se, a 31 de Março do ano seguinte, as dívidas tiverem sido totalmente regularizadas, tiver havido um diferimento da dívida por mútuo acordo com o credor ou a dívida tenha sido objecto de um litígio, que não seja manifestamente infundado, submetido a uma autoridade competente».
.Esclarece-se, porém, que na presente data, todas as situações financeiras pendentes e que impediram o licenciamento desta SAD se encontram absolutamente regularizadas.
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2. No que respeita ao processo judicial conhecido como “caso Meyong” foi igualmente deliberado pelo Conselho de Administração desta SAD não prosseguir com o Recurso oportunamente interposto junto do TAS, com vista a obter a revogação da deliberação do CJ e posterior indemnização. Tal deliberação funda-se, igualmente, na ausência do referido licenciamento por parte da FPF e na impossibilidade prática daí resultante de “Os Belenenses” SAD participar numa Competição da UEFA na próxima época desportiva, (mesmo em caso de revogação ou suspensão da deliberação proferida pelo Conselho de Justiça da FPF), bem como na consequente redução dos prejuízos patrimoniais emergentes de tal deliberação e passíveis de ressarcimento, em contraposição com os elevados custos inerentes à continuação desse Processo.
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Lisboa, 6 de Junho de 2008
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.A Administração da SAD
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.Fonte: Portal oficial do "Clube de Futebol "Os Belenenses"
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.Comentário: Depois deste comunicado oficial não há que retirar uma vírgula ao que foi escrito no postal anterior. Podemos apenas acrescentar que nos congratulamos pela regularização das dívidas entretanto verificada. Infelizmente fora de prazo, não evitando assim a nossa exclusão da UEFA, por falta de requisitos extra-desportivos.
Relativamente ao recurso pelo 'caso Meyong', compreendemos a posição agora tomada.
Saudações azuis.

sexta-feira, junho 06, 2008

Empréstimos, modalidades…

E falta de requisitos para poder participar numa prova europeia! Gostava que me explicassem para que serve ter um estabelecimento aberto ao público se o público não pode entrar!!! E andámos nós a apontar baterias à Europa, a contratar treinadores nessa base, a estipular prémios por objectivos como se o objectivo existisse! Afinal lutámos para nada, simplesmente porque não cumprimos os requisitos! E não cumprir os requisitos significa aquilo que temíamos, significa que não pagámos os impostos e as contribuições devidas à segurança social! Nestas circunstâncias, de quem é a responsabilidade?! Quem é que anda a enganar os sócios e os adeptos do Belenenses?

Passemos às ‘modalidades’ e à velha conversa eleitoral de que devem ser auto suficientes, acrescentando logo a seguir que somos um clube eclético (eu percebi caquético), e neste engano nos vão enganando!
A ver se me consigo explicar: o Belenenses é tão eclético como o Sporting ou Benfica, para mencionar os rivais, que tal como nós usaram e usam as modalidades para compor a sua grandeza, mas que não têm qualquer pejo em desinvestir ou eliminar modalidades, em nome dos superiores interesses do futebol. Nós teremos naturalmente que seguir o mesmo caminho, mas marcando também aqui alguma diferença, até por respeito às próprias modalidades. Por isso entendo que o discurso da auto suficiência é um discurso hipócrita, no fundo é o discurso de quem não quer ter modalidades, ou então, que as admite desde que não dêem chatices. Além disso convém desmistificar a auto suficiência – ela nunca existe, as modalidades dão sempre despesa, ocupam o espaço que falta ao futebol, oneram o clube (ver sobre este assunto a mais recente entrevista do presidente do Sporting). Nestas condições, se aceitamos continuar com esta ou aquela modalidade, é para apostarmos nela a fim de sermos campeões, única forma de termos alguma visibilidade, o clube e os atletas, assegurando assim os objectivos desportivos e extra-desportivos a que nos propuzemos.
Mas só pode haver modalidades se tivermos dinheiro para pagar os impostos e as contribuições devidas, ou seja, quando preenchermos os requisitos mínimos para o futebol poder competir ao mais alto nível.
Não, não estou a confundir o futebol com as modalidades, o dinheiro vem do mesmo sítio, a algibeira é a mesma, é do Belenenses.

Os empréstimos de jogadores, tema recorrente entre os adeptos, será assunto de um próximo postal.
Saudações azuis.

quarta-feira, junho 04, 2008

Estranho silêncio!

Um estranho silêncio percorre o país, aquela que parecia uma alvorada de justiça, ao menos desportiva, foi recebida com um misto de surpresa e má consciência. De repente todos se calam, todos perceberam que têm culpas no cartório, por isso os artigos de opinião que antes vomitavam ódio, balbuciam agora desculpas - que já tinham avisado, que foi um erro não terem recorrido - a própria segunda circular, que tudo fez para obter este resultado, remói em segredo uma satisfação incompleta. Quanto à federação portuguesa de futebol, no caso do Porto ser definitivamente condenado, o melhor é fechar para balanço. Madaíl, nem com o caneco do europeu se há-de salvar!
É sempre assim quando a justiça é enviesada, quando escolhe os seus alvos, e porque não dizê-lo, quando pretende eliminar um batoteiro para que os outros continuem a fazer batota.
Deste imbróglio ninguém sai a ganhar, nem a UEFA, que se limitou a tratar Portugal como um país insignificante.
Saudações azuis… sem riscas e definitivamente a léguas da segunda circular.

terça-feira, junho 03, 2008

Conselho Fiscal sim e não

Demitiu-se o conselho fiscal que vinha de trás com argumentos que nunca usaram atrás e está marcada a eleição de um novo conselho fiscal cujo mandato vai prolongar-se para além do mandato desta direcção. O que há a dizer sobre isto, que comentário posso fazer, por mais prematuro que seja?!
Em primeiro lugar quero referir que não me incomoda, desde que os estatutos (e a lei) o permitam, que no futuro o conselho fiscal seja eleito em lista própria garantindo assim alguma independência em relação aos outros órgãos; naturalmente que a independência não significa criar uma força de bloqueio à regular actividade da direcção e muito menos erigir-se como entidade supra orgânica porque para isso já existe a Assembleia Geral.
Porém o que me preocupa no momento presente é a possibilidade da próxima eleição para o conselho fiscal degenerar numa luta entre passado que se quer a todo o custo esconder e o presente que é preciso viver com clareza e verdade. A verificar-se este cenário estas eleições assumem grande importância para o futuro Belenenses e por isso repito aqui o aviso: conselho fiscal sim, jogo escondido, não.
Saudações azuis.

segunda-feira, junho 02, 2008

Os ‘volantes’

Volante é expressão brasileira para definir os armadores de jogo, aqueles jogadores que pensam o jogo, que pegam na batuta, ‘que querem bola’, e por isso vale a pena gastar alguma prosa com este assunto.
Relacionado com o que fica dito, um destes dias fui dar a um site do Cruzeiro onde os ‘torcedores’ comentavam a novela Weldon. Um dos comentários chamou-me a atenção pois lá se dizia (por outras palavras) que o Weldon se regressasse não seria titular, e como não era ‘volante’, a Directoria podia vendê-lo à vontade! O ponto de exclamação é meu, lembrei-me da venda do Amorim, e apreciei a capacidade daquele adepto da ‘toca da raposa’, para perceber que os armadores de jogo nunca se vendem.
Mas porque são estes jogadores tão valiosos e que ‘volantes’ temos no actual plantel para encarar o próximo campeonato!
A primeira questão é dos livros: sem meio campo perdem-se mais jogos do que aqueles que se ganham. Já a segunda pergunta tem resposta mais complicada, até porque Amorim, por várias razões, porque foi utilizado em diversos lugares, nunca se assumiu como um verdadeiro patrão do meio campo e portanto da equipa. Essa tarefa era partilhada pelo Zé Pedro, Silas e pelo próprio Ruben Amorim. E temos que falar no Hugo Leal, jogador que tem perfil de armador e foi contratado para isso. Simplesmente, uma das características destes jogadores é sua capacidade física, a ‘endurance’ que lhes permite correr muitos quilómetros e jogar muitos minutos durante a época. Hugo Leal é neste aspecto um jogador frágil, muito dado a lesões, e se contarmos com ele teremos que contar também com outro jogador, que no caso de ser ambicioso (e ter valor) não se sujeitará a ficar no banco. Por outro lado Hugo Leal em boa condição física será naturalmente titular. Uma questão delicada que devemos resolver com sensibilidade e inteligência. A boa regra é pôr os interesses do Belenenses em primeiro lugar.
Saudações azuis.

domingo, junho 01, 2008

Gonçalo e a formação

O rapaz foi lançado a central, ou defesa esquerdo, num jogo contra o Porto e todos se recordam do seu belo salto, e melhor cabeceamento, que pôs o Belenenses em vantagem no marcador! No fim das contas acabámos por sair derrotados, mas tinha nascido uma estrela!
A partir daí o Gonçalo Brandão, seja por falta de oportunidades, seja pelo que for, nunca conseguiu impor-se na equipa principal do Belenenses, mantendo-se como uma promessa eternamente adiada!
Entretanto, é regularmente convocado para as selecções jovens, desta vez foram os sub-21, onde foi titular, o que torna a situação ainda mais estranha e complicada, sobretudo na hora de decidir sobre a renovação do seu contrato. Decisão que não cabe apenas ao treinador uma vez que Gonçalo é um produto da formação, ou seja, é um longo investimento do clube, as normas em vigor (e aquelas que mal ou bem se projectam) defendem-na, a federação paga uma verba por cada convocado, e nas transferências o clube formador também ganha.
Quero dizer, são muitos os aspectos a ponderar, e na dúvida, é sempre de fazer um ‘esforço’ e renovar.
Saudações azuis.