segunda-feira, maio 17, 2021

Era uma pequena alegria...

 

De facto era uma pequena alegria para os adeptos que andaram com o credo na boca durante toda a época, adeptos cansados de esperar por um salto em frente, algo que esteja mais de acordo com a história centenária do Belenenses. Não foi possível, a manta é curta, os jogadores sentiram a pressão e os braços do Esgaio são afinal maiores do que pensávamos! Ainda por cima o sistema defensivo, a nossa maior arma, voltou a tremer. Não apenas no início mas noutras ocasiões como foi o caso do segundo golo onde os erros defensivos se sucederam.


Muitas coisas ao mesmo tempo e para um só jogo, às quais me atrevo a acrescentar a falta que Taira fez (desde o início) naquele meio campo. Está em grande forma, sabe defender e assegura uma transição com outra qualidade e segurança. É claro que todas as previsões (e opiniões) se podiam ter alterado se por acaso temos chegado ao empate ainda na primeira parte. E tivemos ocasiões para isso.


Enfim, foi o que foi, e não é uma derrota que apaga o que de bom tem sido feito por esta equipa técnica, num campeonato muito difícil e nas condições que sabemos. Condições que terão de ser revistas pois não me parece possível subir a outro patamar enquanto permancer o actual impasse entre Clube e SAD. A isso voltarei em melhor oportunidade.


Entretanto deixo aqui algumas notas individuais:


Krichiuc – mais nervoso que o habitual, o tal nervosismo que venho notando numa defesa remendada desde a saída de Henrique. Uma defesa à zona não se remenda facilmente. Faltam rotinas. E isso transmite-se para a frente (médios) e para trás, ou seja, para o guarda-redes.


Esgaio – embora tenha sido o causador do penalty prematuro, um penalty que alterou os planos que tinhamos para este jogo, a verdade é que não foi pelo seu lado que o Santa Clara criou verdadeiro perigo. Foi pelo flanco esquerdo que a nossa defesa foi ultrapassada diversas vezes. Flanco esquerdo onde existe um conhecido déficit de velocidade, sendo que o Santa Clara se preparou muito bem para as nossas perdas de bola.


Gonçalo Silva – o mais pendular dos três centrais embora no segundo golo se tenha esquecido do avançado açoreano plantado na nossa área.


Cafu – tem grande poder de elevação e é rápido mas não é um central de origem. Poderá vir a sê-lo?! Para já falta-lhe a segurança e a serenidade que o lugar exige. Está a fazer as vezes de Henrique o melhor que pode e sabe. Não foi por ele que passaram mas ás vezes precipita-se e desposiciona-se. É diferente ser comandante da defesa ou ocupar um dos lados do trio defensivo.


Tomás Ribeiro – não está em forma e vão aparecendo alguns erros que não eram habituais. Fica ligado a uma perda de bola infantil que deu origem ao segundo golo. Segundo golo que matou qualquer hipótese de reviravolta.


Ruben Lima – a sua experiência é importante nesta equipa. Precisa no entanto de cobertura quando avança no terreno e tem que recuar rápidamente. Contra esta equipa açoreana a velocidade e acutilância do respectivo defesa direito pregaram-nos alguns sustos.


Shitolle – médio defensivo com potencial mas que por enquanto só se destaca nos aspectos defensivos. Transformar as suas intervenções em transições ofensivas é uma fase que ainda não atingiu. Nem sei se a equipa principal do Belenenses é o lugar indicado para fazer esse up grade. Estou a pensar em Palhinha que teve que rodar noutros emblemas.


Afonso Sousa – o crescimento de Afonso Sousa coincide com o crescimento do Belenenses durante toda a segunda volta. Um jovem cujo talento abre caminhos para ferir o adversário. Ainda tem algumas intermitências mas o seu remate pode resolver um desafio. Ontem esteve perto de mudar a história do jogo.


Francisco Teixeira – surpreendeu-me a sua inclusão de início, na minha opinião não era o jogo indicado, mas não posso dizer que tenha jogado mal. Sempre muito solidário, batalhou tal como o resto da equipa por um resultado melhor. Simplesmente o Santa Clara viu-se a ganhar desde muito cedo e fechou-se bem dando poucas hipóteses ao ataque do Belenenses.


Miguel Cardoso e Cassierra – tal como o jogo decorreu os dois homens mais adiantados do Belenenses tiveram naturalmente prestações discretas. Chegava-lhes pouco jogo e o Santa Clara fez-lhes uma marcação cerrada não lhes permitindo grandes veleidades. Só através de cruzamentos (ou bolas paradas) era possível criar algum perigo. Foi aliás num desses lances que Cassierra esteve muito perto do golo.


Taira, Calila e Bruno Ramires – a entrada deste trio coincidiu com o segundo golo do Santa Clara. Mas nada tiveram a ver com isso. No entanto a partir daí o jogo complicou-se definitivamente.


Edgar Pacheco – pouco tempo em campo.


Resultado final: - Belenenses 0 – Santa Clara 2


Saudações azuis



Notas finais: Em primeiro lugar constatar mais uma vez a facilidade com que se marcam penalties em Portugal! Se a bola toca na mão de um jogador, a não ser que o jogador esteja na posição de sentido, é logo penalty. Alvalade, Paços de Ferreira e ontem no Jamor fizemos penalties que não prenunciavam jogadas de golo iminente e perdemos pontos por causa disso. Contabilizo mais de três pontos o que é muito ponto.

Em segundo lugar reconhecer que o Santa Clara mereceu ganhar, em especial pelo que fez na segunda parte, e tem caminho aberto para ocupar o sexto lugar no fim do campeonato. Aliás é uma das cinco equipas que tem goal average positivo.


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