quinta-feira, abril 08, 2021

Proposta de redução! Não obrigado.

 

A Liga de Clubes tem este nome mas não é verdadeiramente uma Liga de Clubes. Para o nome condizer devia chamar-se Liga dos Clubes Grandes. E sendo assim a proposta de redução para 16 clubes na primeira Liga se calhar até faz sentido. Embora fique aquém do ideal. E o ideal seria garantir que Benfica, Sporting e Porto ocupam no fim do campeonato os lugares que dão direito aos milhões da liga milionária. Assim é que está bem. Podia até haver um decreto de expulsão no caso haver algum intruso que consiga romper a cuidada barragem de artilharia que começa na arbitragem de campo, passa depois pelo VAR e acaba em providência cautelar sendo necessário.


Estarei talvez a exagerar mas vamos lá ver a quem serve esta proposta! O argumento invocado (sobrecarga de datas devido às competições da UEFA) diz apenas respeito aos três clubes acima mencionados a que mais recentemente se juntou o Braga. E mesmo o Braga veremos por quanto tempo. Digo isto porque um clube que deixa sair para a concorrência os seus melhores activos (jogadores e treinador) não pode aspirar a grandes voos. Mas seja como for, restam 14 clubes que não têm problemas de datas. Aliás o seu maior problema é estarem parados (com despesas e sem receitas) nas inúmeras interrupções impostas pela selecção.


A outra verdade que esta pandemia revelou diz-nos que as receitas televisivas são o único e verdadeiro sustento dos clubes ditos pequenos. Sendo que em Portugal não há clubes médios bastando para tal olhar para a tabela classificativa e verificar que, com excepção de quatro ou cinco equipas, está tudo a lutar para não descer! É isto que se pretende?!


Aliás esta psicose da redução (tal como o problema das datas) não existe nos campeonatos mais competitivos! E sabemos porquê. Esses campeonatos não estão ao serviço de dois ou três clubes e ao contrário do que acontece entre nós não é um drama descer de divisão. Isto tem a ver com filosofia competitiva e verdade desportiva, dois princípios que não cultivamos. Antes pelo contrário. Daí termos sido os últimos europeus a decretar a centralização dos direitos televisivos! E só lá para 2028!


Portanto quaisquer propostas de alteração ao actual quadro competitivo deveriam ser consideradas e discutidas só após aquela data. E nunca antes. Com efeito enquanto não houver uma distribuição mais equitativa das receitas que afinal são geradas por todos, vamos continuar a fingir que o nosso campeonato é um campeonato igual aos outros. Mas não é. E que nas assembleias da Liga os clubes são todos iguais. Mas não são.


Saudações azuis

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