Fui
finalmente ao estádio nacional para assistir à última participação
do Belenenses no campeonato que hoje termina. Estava um dia
desagradável, cumprimentei a porta-bandeira, subi até à colunata e
fiquei-me por aí. Deu no entanto para constatar o abandono a que foi
votado o estádio nacional, petrificado, como se fora um museu dos
anos cinquenta do século passado!
O
investimento do governo e da federação teve e tem outros
destinatários como todos sabemos. Vai parar aos cofres da Luz, do
Dragão, ou de Alvalade, sempre que a selecção nacional joga em
casa!
Quanto
ao Belenenses - Nacional podemos dizer que foi um jogo equilibrado
mas que acabámos por ganhar com mérito e com três bonitos golos.
Ponto final na nossa participação na prova. À hora em que escrevo
falta apenas saber quem desce e quem ocupa o quinto lugar num
campeonato controverso, suspeito, onde temos que incluir o VAR.
Aliás, e como sempre afirmei o vídeo árbitro foi introduzido à
pressa, não para assegurar a verdade desportiva, mas para dar uma
resposta aos escândalos revelados no caso dos emails. Um
procedimento típico de um dirigismo fraco e serviçal.
Mas
voltando ao campeonato, ganhou quem tinha que ganhar, e o Belenenses
acaba por cumprir os objectivos mínimos traçados no início da
época (primeira metade da tabela) ficando-se por um modesto nono
lugar. Sabe a pouco até porque houve uma altura em que parecia
possível ir mais longe. Este será um tema do defeso, averiguar das
causas que expliquem a fraca prestação final. Já inventariei
algumas razões, a SAD já puxou pelas estatísticas, e hoje ao olhar
para a classificação posso adiantar uma outra.
Por
exemplo, enquanto Belenenses, Guimarães e o próprio Moreirense
vacilaram muito na recta final, outros emblemas* subiram imenso de
produção nesse mesmo período. Refiro-me em particular ao Aves, ao
Boavista e ao Rio Ave, embora este último tivesse argumentos desde o
início para aspirar a um lugar europeu. Curiosamente todas estas
recuperações assentaram na aparição de um 'jóquer' cujo
desempenho sobressaiu da mediania e arrastou a equipa para outro
nível. O Aves teve o Luquinhas, o Boavista** para além do eterno
Mateus beneficiou do regresso de Yusupha e no Rio Ave o regressado
Nuno Santos fez a diferença. Parece que não mas os craques ainda
são importantes no futebol.
Saudações
azuis
*O
Benfica, em contraste com o FC Porto, e apesar das ajudas por fora também fez uma grande segunda
volta. E também aqui fizeram a diferença
a 'recuperação' mental de alguns jogadores (Seferovic e Samaris) e
o lançamento de jovens talentos. No Porto nada. Antes pelo
contrário. Uma equipa pouco criativa, pesadona, que para marcarem um golo precisam de fazer mil ataques!
**O
Boavista de Lito fez aquisições cirúrgicas que resultaram –
Jubal para defender resultados, Bueno (FCP) para dar alguma classe ao
meio campo ofensivo e um brasileiro desconhecido (Gustavo Sauer) que
luta e corre que se farta!
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