De alta finança nada percebo pois
se percebesse era rico. Da baixa finança, aquela ginástica que a maioria
pratica tentando fazer chegar o ordenado ao fim do mês, dessa finança tenho
umas luzes. Coisas mais complicadas como viver (à larga) à custa de um amigo de
infância, isso é para artistas e eu não sou artista. E como também não sei
viver a crédito do que fizer no futuro, como se o futuro fosse meu, estou
tramado. Melhor dito, estou dessincronizado! Mas posso escrever sobre
concorrência desleal, e posso inclusivé propor uma greve, simbólica já se vê,
contra quem usa e abusa do ‘factoring’. Palavrão que significa receber adiantado
sobre algo que ainda não aconteceu. Nomeadamente receber dinheiro por conta de
transmissões televisivas que só vão acontecer nos próximos anos… ou séculos!
Talvez todos os clubes o façam e por isso ninguém terá legitimidade para
invocar concorrência desleal. O prato de lentilhas com que vamos vendendo a
alma. Para maior despudor o argumento que já ouvi contra a centralização dos
direitos televisivos na Liga invoca precisamente os contratos em vigor! Mas em
vigor até quando?! Até à eternidade?! Eu sei que a lei estabelece uma limitação
temporal para estes contratos mas mesmo assim… é muito tempo!
Já uma vez sugeri, façam-se as
contas, pois é imperioso acabar com esta paródia no futebol português. Se os
grandes clubes já recebem milhões nos jogos em que hoje participam, enquanto os
adversários recebem tostões, estender essa desigualdade às próximas épocas, a
título de factoring, é uma vergonha. E os clubes pequenos que o consentem não
merecem existir. Algemas para toda a vida?! Não, obrigado!
Saudações azuis
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