Bater no fundo é uma coisa, descer abaixo disso já é muito
complicado. Eu sei que os leitores (azuis) desta página, a única que fala do
Belenenses, gostariam que me debruçasse sobre quem deve substituir o Nuno Tomás sugerindo (mais uma vez) que se mantenha o esquema
que tem dado bons resultados. Porém, vão ter que compreender que perante a evidência do escândalo
benfiquista o mais importante é varrer o lixo em que o futebol português se
transformou.
Dir-me-ão, resignados, que foi sempre assim, e que não vale
a pena lutar. Discordo. Foi sempre assim, é verdade, mas nunca chegou à fase
siciliana, com polvos e toupeiras por toda a parte. Reafirmo o que venho
dizendo: - o ‘nacional benfiquismo’ nunca tomou estas proporções ao ponto de
assolar a justiça, indigitar governantes, e espiar adversários. Isto é novo,
existiu em Itália, talvez exista ainda no terceiro mundo, mas na Europa
civilizada, já não existe. E quando tenta existir as pessoas são presas e as
instituições desportivas descem de divisão. Para ser curto e grosso. E não pode
ser de outra maneira porque o que está a acontecer põe tudo em causa. Põe em
causa a eficácia das investigações, a capacidade dos tribunais, a fortaleza dos
governos e a competência de quem faz as leis, ou seja a assembleia da república.
Não é o segredo de justiça que está em causa, o que foi violado tem outro nome –
foi a credibilidade do estado português.
Quanto a saber se há aqui corrupção desportiva, questão que
tem levado muitos engravatados à televisão na tentativa de retirar o Clube/ SAD
do centro dos acontecimentos, o que me oferece dizer é o seguinte: - Enquanto o
Benfica for um clube de futebol o fim último das suas acções, sejam lícitas ou
ilícitas, tem a ver com a competição desportiva. Subornar funcionários judiciais
para se defender de quem o acusa de controlar os árbitros e comprar jogos, para
além de um crime punível pelo código penal, é também um comportamento que
afecta a verdade desportiva. Neste sentido punível pelo regulamento disciplinar
da Liga. Nem vejo qual seja a dúvida. As penas é que são diferentes. A corrupção
desportiva pode levar à descida de divisão. A corrupção por suborno de
funcionários judiciais pode levar à prisão.
Saudações azuis
Nota: Sobre a substituição do Nuno Tomás, e esperando que
Silas mantenha o esquema dos 3-5-2, inclino-me para Persson. Para jogar a
central no lado esquerdo. É uma adaptação, tem os riscos inerentes, mas prefiro
porque se trata de um jogador experiente. E que sabe colocar a bola à distância.
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