Neste dia em que não sabemos bem o
que celebrar será talvez indicado fazer o ponto da situação sobre o futebol
indígena. Até porque estamos perto do fim do campeonato, uma prova que como vem
sendo habitual se joga mais fora das quatro linhas do que dentro. Vamos lá
então:
Dos três candidatos o Benfica não terá grandes
dificuldades em ser novamente campeão. Tem um bom treinador, tem os melhores
avançados e tem a melhor ‘estrutura’, expressão que descodificada quer dizer
que é ele quem mais ordena! Ao longo das minhas crónicas já dei vários exemplos sobre este poder mas podemos sempre acrescentar outros, como a impunidade do flagrante delito no caso de Samaris.
Talvez seja castigado no fim do campeonato.
Mas o Benfica também tem sido
ajudado pelos seus adversários directos. Na última jornada só faltou estenderem
a passadeira! Mas vejamos o que aconteceu e ficam já apresentados
Porto e Sporting.
O Porto tem um psicólogo no lugar
do treinador, psicólogo que a cada jogo decisivo dá uma parte de avanço, e a
atrapalhação é tanta que não me admira, que no fim, venha ele próprio a
precisar de um verdadeiro psicólogo!
O Sporting apesar de ter falhado
quase todas as contratações para esta época teve este fim-de-semana uma oportunidade
de ouro para se aproximar do topo da tabela. Mas falhou. E falhou porque Jorge
Jesus deixou no banco o ás de trunfo – Podence! Na minha opinião o jogador mais entusiasmante deste campeonato e com a vantagem de já ter despachado o Benfica na Taça da Liga! O miúdo só entrou a dez minutos do
fim, altura em que o Benfica já só pensava em defender, mas mesmo assim ainda
arrancou um cartão amarelo ao Luizão. Jesus teve medo e apostou na defesa. Um
erro quando se defronta uma equipa que tem no ataque o seu ponto forte.
Vistos os candidatos vejamos o que acontece com os
outros:
Como bem constatou Domingos
Paciência, os campeonatos em Portugal são um atentado à inteligência e ao
desportivismo. Na verdade, espalhados pelas duas Ligas profissionais, jogam mais
de trezentos jogadores vinculados aos chamados três grandes! São naturalmente
os melhores, e esta situação subverte completamente a verdade desportiva. Por outro lado impossibilita a ascensão de qualquer outro clube! Ou seja, quem
é pequeno tem que continuar a ser pequeno e quem é grande tem que continuar a ser grande! E
estamos a falar de futebol. Imaginem o resto.
E volto ao princípio da crónica:
- é isto, é esta desigualdade, que vamos celebrar no 25 de Abril?!
Saudações azuis
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