A tarde convidativa levou a esperança azul até ao Restelo e de facto quando Juanto inaugurou o marcador as bancadas agitaram-se a lembrar velhos tempos! Um golo dividido entre a aselhice do guarda – redes forasteiro e o oportunismo do avançado belenense. Mas foi um golo importante, um golo que dava alento face às dificuldades que vamos experimentando nos jogos em casa, dificuldade geral, diga-se, pois nesta jornada apenas o Vitória de Setúbal e o Chaves fizeram valer a ‘vantagem’ de jogar em casa! E isto devia dar que pensar pois reflecte não só um grande equilíbrio entre as equipas (refiro-me evidentemente às quinze* equipas que lutam para não descer) como reflecte também o aparecimento de uma nova geração de treinadores que sabem trabalhar as equipas e lutam pelos resultados sem quaisquer complexos!
Aliás o duelo visível, especialmente na segunda parte, foi entre Quim Machado e Nuno Manta, com este a levar a melhor, enquanto os adeptos azuis vociferavam contra as substituições que se faziam, contra as que não se faziam, sem perceberem bem o que estava a acontecer. Daí a frustração final, ainda por cima uma derrota no último minuto, derrota ditada por um penalty num lance infeliz de Edgar Ié, ele que foi dos que mais remou contra a maré.
Mas voltando ao duelo de treinadores, a primeira parte foi ganha por Quim Machado. Deslocou o sueco Persson para o lado esquerdo servindo de tampão às subidas de Florent e através desse flanco o Belenenses foi construindo algumas jogadas perigosas. Não muitas pois para além do golo só me lembro de uma perdida de Juanto, seriam os dois a zero, ao concluir por alto um cruzamento rasteiro e atrasado de Miguel Rosa.
No entanto na primeira parte nem tudo foram rosas! Bem pelo contrário, o Feirense teve muito espaço no corredor central e fez daí alguns disparos que poderiam ter sido fatais. E comprova-se o que escrevi no último postal – os bons trincos nunca são demais! Ou seja, Persson e Vítor Gomes juntos, não fazem um bom trinco. Outro erro de casting de Quim Machado teve a ver com o terceiro homem do meio campo! Nem é Juanto, nem pode ser Miguel Rosa, e sendo assim seria aquela fragilidade que nos haveria de arruinar na segunda parte. No banco, em condições de força mental, só havia Bernardo mas não foi ele que entrou.
E veio a segunda parte e com ela a desorientação. Quim Machado aproveitava cada interrupção para chamar Vítor Gomes á linha e dava-lhe instruções que pelos vistos ele não compreendia! Nuno Manta estava menos inquieto e queria mudar o resultado. O Feirense ameaçava o empate e em duas jogadas pelo lado direito só não marcou por milagre. Florent recuperava a posição cada vez com mais dificuldade e nas alas mantínhamos Camará e Miguel Rosa que não atacavam nem defendiam. Quanto a Maurides e se fosse por este jogo diria que não o reconheci! E o empate chegou naturalmente.
Posso agora fazer a psicanálise das substituições: - eu, doente na bancada, gritei para que ninguém me ouvisse – mete o Mica Pinto e segura o empate na ala esquerda! Mas o Belenenses não pode fazer substituições dessas. O Belenenses ainda é um grande clube quando se
trata de deveres e Quim Machado apostou noutras opções. Ouviu um coro de assobios
(e impropérios) quando trocou o apagadíssimo Maurides por Tiago Caeiro mas aí
nem podia fazer outra coisa. Não é possível jogar com onze avançados.
E para a vitória de Nuno Manta
ser completa as declarações finais de ambos os treinadores são sintomáticas. O
treinador do Feirense disse que precisava de mais dois pontos porque os trinta
e cinco que amealharam ainda não garantiam matemáticamente a manutenção. Quim
Machado por seu turno referiu que os trinta e dois pontos que conseguimos já
garantem a manutenção. Embora tenha reconhecido que isso não satisfaz o grau de
exigência dos adeptos do Belenenses.
E não satisfaz mesmo!
Resultado final: Belenenses 1 - Feirense 2
Saudações azuis
Saudações azuis
* Pode discutir-se se o Braga se vai consolidar definitivamente como o quarto grande. Eu duvido e continuo convencido que só o Belenenses pode aspirar a esse estatuto. Noutras circunstâncias, claro.
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