quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Entre dúvidas e certezas

Antes de me debruçar sobre o Belenenses há que olhar para o panorama que nos rodeia e ele é, como não podia deixar de ser, de forte contenção, com os chamados grandes a apostarem na prata da casa. É que a folha salarial está incomportável e os bancos já faliram. Neste contexto, empréstimos de jogadores muito valorizados, caso de Suk, só seriam possíveis se o clube emprestador pagasse parte dos elevados vencimentos que aufere. E isso, pelo que acabo de explicar, é hoje práticamente impossível. Dito isto passemos ao Belém, um dos clubes que mais alterações sofreram no mercado de Janeiro. Entraram oito jogadores e saíram sete se as contas não me falham. Isto quer dizer duas coisas – que a época foi mal planeada, como já tenho referido, e que a SAD sabe reagir com prontidão aos erros que comete, uma qualidade que também já várias vezes assinalei. Dos que saíram, e agora vou ser muito sincero, só um tinha lugar de caras no Belenenses actual, e estou a falar do jovem guarda-redes Joel Pereira! Não é por acaso que entretanto já defendeu durante alguns minutos a baliza do Manchester United! Para além deste só Sturgeon reunia condições para ser titular indiscutível. No entanto, como sabemos, estava em fim de contrato, queria mudar de ares e assim só nos resta desejar-lhe boa sorte em Guimarães. O caso de Gonçalo Brandão é um pouco diferente – perdeu a titularidade e já não sendo novo é legítimo que queira jogar com regularidade. Vai para o Estoril e também lhe desejo as melhores felicidades. É belenense, foi capitão, terá sempre as portas abertas para regressar. Tal como Sturgeon que aliás dirigiu uma mensagem bem simpática aos adeptos.

Depois deste parêntesis voltemos ao futebol puro e duro. E a minha primeira impressão é positiva! Penso que ficámos com um plantel mais equilibrado e com mais soluções. Quim Machado vai agarrar-se naturalmente à equipa que ganhou no Bessa, que jogou já com quatro dos recém-chegados (Edgar Ié, Juanto, Fábio Nunes e Cristiano) e a partir daí promoverá as substituições que entenda fazer. Um dos aspectos que me leva a considerar a equipa mais equilibrada tem a ver com a polivalência de alguns jogadores, factor de grande importância no futebol moderno. Finalmente, e já com o prazo a expirar, chegaram um médio e um extremo, tal como tinha requerido. Não conheço o jogador sueco mas tratando-se de um futebolista experiente tenho que acreditar que não foi contratado ao acaso. Diogo Viana por seu turno é um extremo que foi sempre internacional nas camadas jovens e poderá relançar a sua carreira em Belém. Vem compensar a saída de Sturgeon e em termos técnicos não fica a perder. O resto é com Quim Machado.


Saudações azuis



Nota: Para não haver dúvidas nunca considerei Palhinha um jogador fundamental na equipa. Agradeço o facto de nos ter ajudado enquanto envergou a nossa camisola mas o seu processo de crescimento, principalmente no que toca à construção de jogo ainda vai demorar. Mas esse é agora um problema de Jorge Jesus. Em compensação tem a sorte de receber um dos jogadores mais dotados do futebol português – Podence!

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