Antes de me debruçar sobre o
Belenenses há que olhar para o panorama que nos rodeia e ele é, como não podia
deixar de ser, de forte contenção, com os chamados grandes a apostarem na prata
da casa. É que a folha salarial está incomportável e os bancos já faliram.
Neste contexto, empréstimos de jogadores muito valorizados, caso de Suk, só
seriam possíveis se o clube emprestador pagasse parte dos elevados vencimentos que
aufere. E isso, pelo que acabo de explicar, é hoje práticamente impossível.
Dito isto passemos ao Belém, um dos clubes que mais alterações sofreram no
mercado de Janeiro. Entraram oito jogadores e saíram sete se as contas não me
falham. Isto quer dizer duas coisas – que a época foi mal planeada, como já
tenho referido, e que a SAD sabe reagir com prontidão aos erros que comete, uma
qualidade que também já várias vezes assinalei. Dos que saíram, e agora vou ser
muito sincero, só um tinha lugar de caras no Belenenses actual, e estou a falar
do jovem guarda-redes Joel Pereira! Não é por acaso que entretanto já defendeu
durante alguns minutos a baliza do Manchester United! Para além deste só
Sturgeon reunia condições para ser titular indiscutível. No entanto, como sabemos, estava em
fim de contrato, queria mudar de ares e assim só nos resta desejar-lhe boa
sorte em Guimarães. O caso de Gonçalo Brandão é um pouco diferente – perdeu a titularidade
e já não sendo novo é legítimo que queira jogar com regularidade. Vai para o
Estoril e também lhe desejo as melhores felicidades. É belenense, foi capitão,
terá sempre as portas abertas para regressar. Tal como Sturgeon que aliás
dirigiu uma mensagem bem simpática aos adeptos.
Depois deste parêntesis voltemos
ao futebol puro e duro. E a minha primeira impressão é positiva! Penso que
ficámos com um plantel mais equilibrado e com mais soluções. Quim Machado vai
agarrar-se naturalmente à equipa que ganhou no Bessa, que jogou já com quatro
dos recém-chegados (Edgar Ié, Juanto, Fábio Nunes e Cristiano) e a partir daí
promoverá as substituições que entenda fazer. Um dos aspectos que me leva a
considerar a equipa mais equilibrada tem a ver com a polivalência de alguns
jogadores, factor de grande importância no futebol moderno. Finalmente, e já com
o prazo a expirar, chegaram um médio e um extremo, tal como tinha requerido.
Não conheço o jogador sueco mas tratando-se de um futebolista experiente tenho
que acreditar que não foi contratado ao acaso. Diogo Viana por seu turno é um
extremo que foi sempre internacional nas camadas jovens e poderá relançar a sua
carreira em Belém. Vem compensar a saída de Sturgeon e em termos técnicos não
fica a perder. O resto é com Quim Machado.
Saudações azuis
Nota: Para não haver dúvidas nunca considerei Palhinha um jogador
fundamental na equipa. Agradeço o facto de nos ter ajudado enquanto envergou a
nossa camisola mas o seu processo de crescimento, principalmente no que toca à
construção de jogo ainda vai demorar. Mas esse é agora um problema de Jorge
Jesus. Em compensação tem a sorte de receber um dos jogadores mais dotados do
futebol português – Podence!
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