Hoje é normal classificar os
jogadores através de números. Dou um exemplo: - assim diz-se que um jogador é
um oito ou um seis mas que também pode fazer outro lugar, etc. Os alas são alas
e não interessa muito para esta classificação se são extremos esquerdos ou
direitos, sendo que a designação de extremo caiu em desuso. Encurtando razões a
verdade é que existem muitos jogadores que não cabem nestas baias e não é raro
que sejam eles, com a ajuda do treinador, a definir as suas funções dentro de
campo.
Seleccionei para hoje o caso de
Miguel Rosa, um jogador acima da média, que sente a camisola, mas que
infelizmente ainda não rendeu aquilo que poderia render. É a minha opinião
evidentemente. E antes de acrescentar o que quer que seja, peço a vossa atenção
para o golo que marcou ao Vitória de Guimarães! Se bem se lembram, Miguel Rosa
veio ao lado direito do ataque do Belenenses (estava a jogar na ala esquerda)
para marcar um livre. Um livre já perto da área adversária, mas descaído para a
linha lateral. Miguel Rosa optou (e bem) por um cruzamento sendo que a bola foi
rechaçada pela defensiva vimaranense para a zona de meio campo. Aí surgiu, oportuno,
Vítor Gomes que a devolveu de cabeça para o flanco direito do nosso ataque onde
ainda permanecia Miguel Rosa. Este, atento e com o faro do golo, arrancou ao
encontro da bola e rematou (de pé direito) para o fundo da baliza. Estava feito
o empate.
Ora bem, eu daqui tiro várias
conclusões: - a primeira é que Miguel Rosa tem que jogar nas imediações da
área, ponta de lança, falso ponta de lança, segundo ponta de lança, o que lhe
queiram chamar, pois só nesse lugar pode tirar partido da sua propensão
irresistível para o remate. A outra conclusão que podemos retirar é que aquele
golo se a jogada acontecesse do lado contrário não seria golo. Miguel Rosa é um
dextro muito vincado e para remates colocados tem sempre que puxar a bola para
o lado direito. E na situação não haveria tempo nem espaço para tal. Entretanto
podia perguntar-se se não seria possível jogar na ala direita, ou até mais
recuado, na construção de jogo?! Na construção de jogo é impossível porque
estamos a falar de um finalizador e não de um construtor. Miguel Rosa joga
muito de memória, não levanta a cabeça, tem por isso pouca visão periférica, em
suma não é um armador de jogo. Só pensa na baliza. Quanto à hipótese de jogar
na ala direita ela esbarra no facto de não ter um sprint longo. Tem um bom
arranque, como é próprio dos jogadores de área,
mas não é um ciclista. Além de que quando se tem um jogador com apetência
goleadora é um desperdício coloca-lo a jogar longe da área adversária. E
termino dizendo o seguinte: - Miguel Rosa tem que valer por época mais de dez
golos e não os números miseráveis que tem apresentado.
Saudações azuis
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