Com os anos que levo de
Belenenses já não preciso de ver os jogos, basta-me adivinhar. Para tira teimas
socorro-me dos velhos hábitos, e raramente me engano.
Por falar em recorrências, moralizar
os adversários em maus lençóis é uma delas! A Académica não ganhava a ninguém
no seu estádio até lá ir o Belenenses, qual pronto-socorro, e os estudantes
passaram logo com distinção! Levámos quatro! O Estoril, que até exibia um
futebol razoável, mas não conseguia materializar essa superioridade, teve que chamar
o Belenenses para desbloquear o problema.
Outra tradição muito antiga tinha a
ver com o número de oportunidades que desperdiçávamos até conseguirmos concretizar.
Estou evidentemente a referir-me ao Belenenses antigo, àquele que lutava pelo
título. Essa tradição perdeu-se, mas a outra, a de falhar golos, não.
De regresso ao Estoril olhemos as
diferenças em relação ao passado recente:
De facto a equipa está mais
espevitada, aparentemente mais coesa, mas continua a sofrer dois golos por jogo.
Assim é difícil ganhar. Noutra perspectiva, Carlos Martins parece estar a
exibir-se melhor, mas continua a ser admoestado com cartões. Ora bem, nas
outras equipas, na concorrência, os jogadores acima da média costumam amarelar
os adversários. Com Carlos Martins é ao contrário!
E por último duas notas sobre o
treinador. É sem dúvida um treinador diferente, eu diria, peculiar! Gostei da
sua sinceridade, e porque não dizê-lo, da sua ousadia! A quinze minutos do fim, fora de casa, com o jogo empatado, tirar um central e meter um avançado para tentar ganhar o
jogo, é bonito, mas perigoso. Ainda por cima com os problemas defensivos que vamos exibindo. E acabámos por
perder. Assumiu o risco e pediu desculpa aos adeptos. A sua frontalidade marca
a diferença. Acontece que estamos em Portugal onde, tirando três ou quatro equipas, toda a gente joga para o pontinho. O que vier a mais é ganho. A mentalidade é essa. Aqui, o risco não compensa.
Aguardemos pelo próximo capítulo
em Vila do Conde.
Saudações azuis
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