quinta-feira, setembro 11, 2008

A invasão silenciosa

Não é ficção científica, é uma história clássica que prenuncia a derrocada final. Começa devagarinho, na maior parte das vezes é premeditada mas no caso do Belenenses não foi, aconteceu ou foi acontecendo com a decadência do futebol e foi nesse vazio crescente que as modalidades foram ganhando peso e importância. Isto significa que o actual quadro dirigente do clube (aqueles que têm influência decisiva na sua vida) se alterou substancialmente e é hoje constituído por pessoas que ‘subiram’ através das tais modalidades e não porque tivessem contribuído para o êxito do futebol azul - antigamente o único critério para todos os belenenses.
Nestas condições e para esse grupo de pressão o futebol aparece já não como a alma ou a essência da colectividade mas apenas como mais uma modalidade, por enquanto a mais importante.
Por aqui se compreende que surjam expressões divisionistas como sócios ‘futeboleiros’ para os distinguir dos outros, sejam os que frequentam o Restelo por causa do pavilhão, das piscinas, do rugby, ou por qualquer outro foco de interesse. Sejam inclusive os chamados eclécticos que vão a todas.
Esta situação era aliás inevitável e chegamos ao ponto da galinha e do ovo – discussão tão interessante quanto inútil. Incluindo nas inutilidades andar a escavar sobre mortos e vivos, numa espécie de caça às bruxas sem fim à vista.
Mas existe uma discussão útil, a saber: cientes de como esta história vai terminar não seria de enfrentar o destino pelos cornos em lugar de continuarmos com paliativos a adiar o Clube de Futebol “Os Belenenses”?!

Saudações azuis.

Sem comentários: