quinta-feira, junho 22, 2006

Sombreros e barretes

Comecemos pelos barretes: aquela segunda parte contra o México, reduzido a dez unidades, caramba! Muito fraquinha.
Se os deuses ancestrais estivessem com os Aztecas, não sei se conseguiríamos segurar o primeiro lugar do grupo! Mas o que conta são os factos, quero dizer, resultados, e assim sendo, lá vamos nós para os oitavos de final com nove pontos, o equivalente a três vitórias! Scolari continua a não ser desmentido.
Apetece no entanto enviar daqui dois ou três recados para a rapaziada, a ver se atina de vez com o sentido da baliza adversária! Esta, fica normalmente na direcção oposta à nossa baliza; na segunda parte, muda; é esse o segredo que alguns dos nossos jogadores ainda não descobriram!
Por exemplo, temos médios e defesas muito recuados, que adoram jogar com o Ricardo!
Lá na frente, também há gente de sombrero, meio adormecida, mas não são mexicanos! Metem a trote e não saem daquele andamento!
De cadeirão, que não há verba para ir viajar, ainda me irritei, nomeadamente a seguir à expulsão do mexicano, francamente, não percebi tanta contenção!
Mas ganharam, repito, por isso, parabéns.

Outro barrete de aba larga, a lembrar o sombrero, é esse insigne jurista da bola, conhecido por Meirim! O apelido tem ressonâncias de antigo magistrado judicial, mas não deve ser o mesmo.
Ora bem, foi este Meirim notícia, por ter desenvolvido uma tese que garantia razão jurídica ao Gil Vicente no “caso Mateus”, e por isso, anda muito desconsolado com o evoluir da situação, sem compreender o que terá levado Fiúzas e companhia, a enveredarem por processos pouco ortodoxos, no sentido de garantirem uma votação vitoriosa na comissão disciplinar da Liga! Eles que tinham a lei e a justiça do seu lado!
O infeliz nem por um segundo se questiona, a si e à sua tese, mantém-se incrédulo, prisioneiro da constituição, mais um!
Enquanto não acorda para a realidade, convém esclarecê-lo: a legislação desportiva tem a sua própria especificidade, tendo em vista pôr todos os competidores em igualdade de circunstâncias; e neste caso, é tão evidente que o Gil Vicente furou o esquema para obter uma vantagem desportiva, estritamente desportiva, que não vale a pena lembrar que outros tentaram o mesmo, antes do Gil Vicente, mas foram dissuadidos de o fazer, pela lei e pela respectiva penalização. Assim o Gil Vicente utilizou Mateus, que o Paços de Ferreira também queria utilizar, se pudesse. E outros utilizariam, se pudessem.
Porque o Mateus jogou bem enquanto jogou, até marcou golos. Isto é estritamente desportivo, tem reflexo directo na competição.
E por ser tão claro, a Direcção do Gil Vicente percebeu logo que a argumentação do Meirim seria chumbada pelos juízes, e então, vá de recorrer aos expedientes de faca na liga, qualquer que seja a liga e os expedientes.
Resta concluir, aconselhando os organismos do futebol mundial a prevenirem-se, blindando o ordenamento desportivo à tentação de juristas que por tudo e por nada invocam a constituição.
Muito bem, o tempo está bom, vou enfiar um sombrero e dormir uma bela siesta.
Estou farto de barretes!
Saudações azuis.

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