É costume, no final de cada ano, fazer um balanço de actividades sobre o que correu bem, o que correu menos bem, que expectativas existem para o futuro. Não foge à regra este ‘espaço’ dedicado ao Belenenses.
Foram mais de cem textos que pretendemos coerentes, que nos identificam melhor do que qualquer assinatura reconhecida em notário! Penso que ninguém ficou com dúvidas. Não quero com isto dizer que não houve erros, houve decerto. Também corrigimos a rota nalguns casos, quando não tínhamos razão, mas de tudo o que ficou escrito é ainda possível reconhecer uma linha de rumo, uma directriz, que imagino firme e sem hesitações.
Mas comecemos pelo princípio:
- Os símbolos – ‘A Camisola Azul com a Cruz de Cristo ao peito’.
Fizemos a profecia: enquanto os que se auto intitulam belenenses, não perceberem ou não assumirem o verdadeiro significado dos símbolos do ‘Clube de Futebol ‘Os Belenenses’, a decadência não pára, e não vamos a lado nenhum. Especiais responsabilidades têm, nesta matéria, os que se propõem dirigir os destinos do Clube.
- O Belenenses é um Clube anti-sistema – ‘O sistema’ (ou regime, como queiram), atirou-nos para o fundo, com culpas próprias. Entretanto fez passar a ideia de que fomos beneficiados durante o Estado Novo, o que é mentira.
Mas nós, não nos temos sabido defender. Subservientes com os outros dois clubes de Lisboa, pouco firmes com o tradicional aliado do Norte, andamos, sem política própria, a fazer figura de anjinhos. Ao sistema que nos repudiou, fazemos fretes na esperança de migalhas! E realmente vamos recebendo migalhas!
É preciso cortar a direito, sem medo. E medo de quê? O que é que nos pode acontecer de pior? Se andamos há trinta anos a descer ou a lutar para não descer!?
- Futebol, futebol, futebol – foi, é e será sempre a nossa razão de existir. Defendemos isto contra a ideia pusilânime e ridícula do ecletismo – doença infantil das sociedades atrasadas. Onde se fazem estádios imponentes, com pistas de atletismo e outras excrescências, mas também onde, curiosamente, não se pratica desporto de base, e as populações vivem com enormes carências.
Para além do mais, e como oportunamente expliquei, o chamado ecletismo nos Clubes de futebol profissional é contraproducente para o desenvolvimento das próprias modalidades. Nos Países civilizados e desenvolvidos, os que ganham medalhas a sério, a educação física inicia-se na escola e prossegue nos clubes-modalidade. Por cá, esta brincadeira do ecletismo serve apenas de elemento de propaganda do Clube de futebol e por consequência, serve também para abichar algum dinheiro do orçamento de Estado. Claro que com o necessário reconhecimento de Instituição de Utilidade Pública, porque se substitui ao Estado nas tarefas em que não se deveria substituir! E não saímos disto!
Mas o que fica dito não chega, se não houver uma adequada intervenção sobre a ‘envolvente’, o tal ‘sistema da treta’. A seu tempo, defini as tarefas patrióticas:
- Escavacar a Federação – é a tarefa de qualquer belenense ou desportista lúcido.
É uma estrutura piramidal, desadequada, retrato de corpo inteiro do tal sistema redutor, feito à imagem e semelhança das extintas democracias populares de Leste, e cuja única preocupação é manter-se. Para isso organiza imensos campeonatos profissionais, sem adeptos, e para que conste!
Justifica-se ainda, para benefício dos Grandes e para delapidar o erário público com inúmeras selecções, dentro da linha de propaganda deste País de eventos!
- Corrigir a Liga – fundamental. Mas para que isso aconteça, torna-se necessário que existam clubes independentes, que possam votar sem constrangimentos, que não temem, porque não devem. Sabemos que o que se passa actualmente é exactamente o contrário. Mas o Belenenses está em boas condições de remar contra a maré, porque ainda tem adeptos (poucos) que são só do Belenenses! Esta situação, se não serve para defrontar os grandes interesses que mandam no futebol português, pode ao menos servir para denunciar as injustiças mais gritantes.
Exemplos: Diminuir o leque de distribuição dos dinheiros da Televisão; proibição de empréstimos de jogadores entre clubes concorrentes; estabelecimento de um tecto razoável para os défices, devidamente fiscalizados, evitando assim maiores desequilíbrios entre os participantes no mesmo campeonato; acabar com o ‘canibalismo’ que, ano após ano, e impunemente, se vai praticando sobre os pequenos clubes (Alverca, Estoril, Vitória de Setúbal...), prejudicando a transparência e a verdade desportiva, situação que parece não incomodar, quer o poder político, quer a comunicação social!
- Requerer a realização da Taça da Liga, que só não existe porque não interessa aos Grandes e atrapalha as selecções do Dr. Madaíl! As receitas dos pequenos não interessam para nada!
- Valorizar o nosso campeonato – é uma síntese do que se pretende que envolve uma nova filosofia de encarar o futebol português, actualmente formatado para ‘emigrar’ para a Europa na busca de sustento e verbas que compensem um campeonato interno inviável, nos moldes em que é disputado.
Enfim, há muito para dizer e fazer mas o texto já vai longo. Na próxima crónica falarei então das expectativas do Belenenses para 2006. Haja esperança.
Saudações azuis.
Foram mais de cem textos que pretendemos coerentes, que nos identificam melhor do que qualquer assinatura reconhecida em notário! Penso que ninguém ficou com dúvidas. Não quero com isto dizer que não houve erros, houve decerto. Também corrigimos a rota nalguns casos, quando não tínhamos razão, mas de tudo o que ficou escrito é ainda possível reconhecer uma linha de rumo, uma directriz, que imagino firme e sem hesitações.
Mas comecemos pelo princípio:
- Os símbolos – ‘A Camisola Azul com a Cruz de Cristo ao peito’.
Fizemos a profecia: enquanto os que se auto intitulam belenenses, não perceberem ou não assumirem o verdadeiro significado dos símbolos do ‘Clube de Futebol ‘Os Belenenses’, a decadência não pára, e não vamos a lado nenhum. Especiais responsabilidades têm, nesta matéria, os que se propõem dirigir os destinos do Clube.
- O Belenenses é um Clube anti-sistema – ‘O sistema’ (ou regime, como queiram), atirou-nos para o fundo, com culpas próprias. Entretanto fez passar a ideia de que fomos beneficiados durante o Estado Novo, o que é mentira.
Mas nós, não nos temos sabido defender. Subservientes com os outros dois clubes de Lisboa, pouco firmes com o tradicional aliado do Norte, andamos, sem política própria, a fazer figura de anjinhos. Ao sistema que nos repudiou, fazemos fretes na esperança de migalhas! E realmente vamos recebendo migalhas!
É preciso cortar a direito, sem medo. E medo de quê? O que é que nos pode acontecer de pior? Se andamos há trinta anos a descer ou a lutar para não descer!?
- Futebol, futebol, futebol – foi, é e será sempre a nossa razão de existir. Defendemos isto contra a ideia pusilânime e ridícula do ecletismo – doença infantil das sociedades atrasadas. Onde se fazem estádios imponentes, com pistas de atletismo e outras excrescências, mas também onde, curiosamente, não se pratica desporto de base, e as populações vivem com enormes carências.
Para além do mais, e como oportunamente expliquei, o chamado ecletismo nos Clubes de futebol profissional é contraproducente para o desenvolvimento das próprias modalidades. Nos Países civilizados e desenvolvidos, os que ganham medalhas a sério, a educação física inicia-se na escola e prossegue nos clubes-modalidade. Por cá, esta brincadeira do ecletismo serve apenas de elemento de propaganda do Clube de futebol e por consequência, serve também para abichar algum dinheiro do orçamento de Estado. Claro que com o necessário reconhecimento de Instituição de Utilidade Pública, porque se substitui ao Estado nas tarefas em que não se deveria substituir! E não saímos disto!
Mas o que fica dito não chega, se não houver uma adequada intervenção sobre a ‘envolvente’, o tal ‘sistema da treta’. A seu tempo, defini as tarefas patrióticas:
- Escavacar a Federação – é a tarefa de qualquer belenense ou desportista lúcido.
É uma estrutura piramidal, desadequada, retrato de corpo inteiro do tal sistema redutor, feito à imagem e semelhança das extintas democracias populares de Leste, e cuja única preocupação é manter-se. Para isso organiza imensos campeonatos profissionais, sem adeptos, e para que conste!
Justifica-se ainda, para benefício dos Grandes e para delapidar o erário público com inúmeras selecções, dentro da linha de propaganda deste País de eventos!
- Corrigir a Liga – fundamental. Mas para que isso aconteça, torna-se necessário que existam clubes independentes, que possam votar sem constrangimentos, que não temem, porque não devem. Sabemos que o que se passa actualmente é exactamente o contrário. Mas o Belenenses está em boas condições de remar contra a maré, porque ainda tem adeptos (poucos) que são só do Belenenses! Esta situação, se não serve para defrontar os grandes interesses que mandam no futebol português, pode ao menos servir para denunciar as injustiças mais gritantes.
Exemplos: Diminuir o leque de distribuição dos dinheiros da Televisão; proibição de empréstimos de jogadores entre clubes concorrentes; estabelecimento de um tecto razoável para os défices, devidamente fiscalizados, evitando assim maiores desequilíbrios entre os participantes no mesmo campeonato; acabar com o ‘canibalismo’ que, ano após ano, e impunemente, se vai praticando sobre os pequenos clubes (Alverca, Estoril, Vitória de Setúbal...), prejudicando a transparência e a verdade desportiva, situação que parece não incomodar, quer o poder político, quer a comunicação social!
- Requerer a realização da Taça da Liga, que só não existe porque não interessa aos Grandes e atrapalha as selecções do Dr. Madaíl! As receitas dos pequenos não interessam para nada!
- Valorizar o nosso campeonato – é uma síntese do que se pretende que envolve uma nova filosofia de encarar o futebol português, actualmente formatado para ‘emigrar’ para a Europa na busca de sustento e verbas que compensem um campeonato interno inviável, nos moldes em que é disputado.
Enfim, há muito para dizer e fazer mas o texto já vai longo. Na próxima crónica falarei então das expectativas do Belenenses para 2006. Haja esperança.
Saudações azuis.
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