quarta-feira, janeiro 31, 2018

Eu trafico, tu corrompes, ele branqueia… e ela investiga!

Verbo frequente nesta terceira república, sofreu agora um pequeno revés ou acrescento desde que a Procuradoria-Geral da república está entregue a Joana Marques Vidal. Procuradora que a nomenclatura pretende ver pelas costas no fim do respectivo mandato. E percebe-se porquê. Habituados à impunidade, à queima das escutas e a outros artifícios processuais os arguidos confrontam-se agora com outra atitude por parte da Procuradoria que, imagine-se, quer levar os processos até ao fim!

É dentro desta linha de actuação que chega até nós a ‘Rota do Atlântico’, nome de código de uma investigação que apanhou nas suas redes, peixe graúdo. Estamos a falar de juízes desembargadores, da Relação, e do incontornável presidente do Benfica! Aliás a maior parte dos arguidos tem ou teve fortes ligações ao Benfica. Um clube, pelos vistos, demasiado grande para o pequeno país que somos pois não existe investigação que não termine em buscas ao estádio da Luz! Isto dá que pensar! Mas faz um certo sentido se conjugarmos este processo com o dos emails a paixão é a mesma: - tudo o que seja árbitro, desde o juiz do Supremo ao fiscal de linha, o Benfica está na jogada!

Outra conclusão, esta mais séria, que o governo deveria tirar, seria proibir os clubes de futebol profissional, de se espraiarem por outras actividades que nada têm a ver com a indústria do futebol. Fundações, colégios, creches, universidades, rendas disto e daquilo, tudo isso só serve para mais tarde dar trabalho à polícia e aos tribunais. Em Inglaterra não me consta que o Arsenal ou o Manchester United tenham fundações ou pensem abrir universidades. Pelo contrário, concentram-se na indústria do futebol, que é pujante e todos os clubes ganham com isso.


Saudações azuis  

terça-feira, janeiro 30, 2018

Futebol nas quatro linhas…

Escrevo esta crónica com um zumbido nos ouvidos. Dizem as últimas que o presidente do Benfica, mais um juiz desembargador, foram constituídos arguidos e que para já há cinco detidos. Tráfico de influências parece ser a suspeita número um, mas é claro que por enquanto toda a gente é inocente. Eu é que não sou. E como não sou gostava que o meu clube, o Belenenses, se afastasse um pouco dos locais (e das pessoas) onde as suspeitas ganham asas e podem transformar-se em certezas. Para bom entendedor…

E passemos ao Jorge Silas e ao Zé Pedro, homens que não me parece que sejam suspeitos de nada a não ser de quererem ajudar o Belém a ser grande outra vez. Ainda há muitos erros não forçados, a cabeça dos jogadores ainda é pequenina e por isso ainda sofremos golos na última jogada do desafio! E assim passámos do céu ao purgatório e a felicidade plena vai ter que esperar. Pelo que vi e por mais voltas que se dê ao texto bastou entrar um jogador com a cabeça no lugar e com a baliza nos olhos para marcarmos um golo! Falta um dia para fechar a janela de transferências de Janeiro.

Rui Pedro Soares fez questão de falar no fim do jogo para desabafar e lançou mais uma farpa ao director de comunicação do FC Porto. Compreendo-o em parte. Mas teria sido mais sagaz se mantivesse o silêncio. Francisco J. Marques, como já escrevi, errou ao tentar instrumentalizar o Belenenses para acusar o Benfica de práticas duvidosas. Mas não está a mais no futebol. Pelo menos naquele que é jogado dentro das quatro linhas. E fico-me por aqui.

Parabéns ao Belenenses pela forma briosa e competente como se bateu emperrando a ‘equipa maravilha’ no dizer dos ‘jornalistas’ avençados. Parabéns aos homens valentes que não aceitam ser vassalos de ninguém.

Resultado final: Belenenses 1 – Benfica 1


Saudações azuis



domingo, janeiro 28, 2018

A mesma guerra, novos episódios!

Estive a ler a conferência de imprensa do presidente do CF Belenenses, Patrick Moraes de Carvalho, conferência que se seguiu à sessão de esclarecimento realizada ontem no Restelo. Está em causa um novo protocolo que regule as relações entre o Clube e a SAD uma vez que se considera que o anterior foi automaticamente revogado pela decisão arbitral que impediu a recompra da maioria da SAD por parte do Clube. Um argumento que me parece legítimo. O que eu já não acho legítimo é trazer para a praça pública esta questão, seja com sessões de esclarecimento que nada esclarecem, seja com assembleias que em última análise podem (com as suas ‘decisões’) atirar o clube para os distritais. Porque se, em teoria, não é isso que se pretende, na prática (e veja-se o exemplo do Atlético) é isso que vai acontecer. Que eu saiba nenhuma assembleia (com umas centenas de sócios, se tanto) tem poderes para acabar com o Belenenses. Esta é a minha opinião. Naturalmente que o Clube e a SAD devem entender-se e para isso o estádio do Restelo tem muito espaço para pôr uma mesa e duas cadeiras. Porque a falar é que as pessoas se entendem. Assembleias e jornais, para assuntos tão delicados, não me parece.

Uma última nota mas que poderia ser a primeira: - o Atlético também já foi campeão nacional na medida em que é o herdeiro legítimo do Carcavelinhos. A taça está lá, na sua sala de troféus. Estas confusões são de evitar quando estão em causa três títulos de campeão nacional que nos foram sonegados.


Saudações azuis

sexta-feira, janeiro 26, 2018

A verdade de cada um!

Sobre a troca de acusações entre o presidente da SAD do Belenenses (Rui Pedro Soares) e o director de informação do FC Porto (Francisco J. Marques) posso e devo fazer um comentário. Para o efeito vou cingir-me ao último comunicado de Rui Pedro Soares em que pretende encerrar o assunto. Mas o assunto está longe de estar encerrado.

Trata-se de um esclarecimento interessante, em que o autor dá o peito às balas em defesa do Belenenses, tocando ainda em alguns pontos cruciais para o desenvolvimento da modalidade. Pode dizer-se que subscrevo quase tudo, para não dizer que já escrevi sobre quase tudo. Evita no entanto falar no (indispensável) saneamento do mesmo futebol hoje ferido por uma série de revelações que põem em causa a integridade dos campeonatos. Campeonatos em que o Belenenses também participou e participa. Percebo que lhe custe referir-se ao passado, nomeadamente ao passado socrático de que fez parte, mas neste caso a verdade desportiva é um valor maior.

O director de comunicação do FC Porto no entanto ultrapassou limites que não podia ultrapassar para além de imprecisões e erros que não devia ter cometido. Nesse sentido Rui Pedro Soares fez bem em avisá-lo. Lembrando que os clubes mais pequenos sempre foram as grandes vítimas desta ‘oligarquia a três’ que há longos anos fazem o que lhes apetece ignorando tudo á sua volta. Ora é isto que tem que acabar.

Mas só acaba quando for resolvida a verdadeira raiz da querela: - de um lado estão aqueles que querem cortar a cabeça do polvo; do outro, os que pensam ser possível reformar o futebol português sem tocar no polvo!


Saudações azuis 

quarta-feira, janeiro 24, 2018

Os banqueiros do povo!

É fácil ser generoso com o dinheiro dos outros! E ainda é mais fácil quando esse dinheiro é dos bancos e pode ser usado à discrição, sem limite de crédito, até á insolvência! Insolvência do banco e do cliente! E uma vez falidos nem interessa indagar se o banco é público ou privado porque quem acaba por pagar a conta é sempre o público, ou seja, o contribuinte. Pelo menos em Portugal tem sido assim.
Estava eu a pensar nestes negócios da China quando oiço falar no nome do Belenenses! Ouvidos à escuta e lá aparecia, com prova exibida, o clube do costume a fazer de banqueiro, casa da sorte, ou santa casa, distribuindo benesses aos mais necessitados. E neste clima ‘soviético’, os mais necessitados são todos, menos o clube eleito! Que é o clube do regime, do partido e do raio que o parta.
Isto pode ser novidade para muitos mas não é novidade para mim. O regime é este, o sistema é este, a batota é esta, e há sempre uma desculpa para continuar tudo na mesma. Desculpa que não aceito. E por isso espero (ainda não perdi a esperança!) pelo dia da decência. Esse dia há-de chegar e talvez os estádios voltem a ter público. Agora aquilo que lá vai é outra coisa. Uma massa informe com controle remoto.  


Saudações azuis

terça-feira, janeiro 23, 2018

Golos na janela de Janeiro...

Entre o rol de incertezas em que o futebol é fértil, o estádio dos Barreiros deixou uma certeza - não basta dominar, ou ter ocasiões para marcar, para os golos aparecerem.É preciso mais qualquer coisa. Qualquer coisa que no Belenenses, ou não existe, ou existe pouco. Já uma vez escrevi que no actual plantel, se olharmos para o seu curriculum goleador, deve ser dos menos eficazes da primeira Liga. E não estou a falar de avançados, médios ou defesas, estou a referir-me a todos.Com a excepção óbvia dos guarda redes. Temos bons jogadores, alguns tecnicamente evoluídos mas com um histórico de poucos golos. São factos. E quando os goleadores de profissão que lá existem (Maurides e Caeiro) entram em jejum, então estamos perdidos.

Eu sei que é cada vez mais difícil marcar golos nesta primeira Liga, e mesmo para os três clubes do estado, a vida também não está fácil. E não está fácil porque o preço dos grandes goleadores é incomportável para o campeonato português. A solução é descobrir um 'Mapuata' qualquer e extrair dele o máximo (em golos) antes que o mercado nos obrigue a vendê-lo. É disso que estou à espera nestes últimos dias de Janeiro.


Saudações azuis


Nota: Vi na televisão um jogo do Real Massamá e fiquei impressionado com a qualidade de um jovem avançado de seu nome Vinicius! É brasileiro, proveniente de um clube pouco conhecido, e é apenas o melhor marcador da Liga de Honra! Isso não tem impedido o Real de ocupar o último lugar na classificação! Daqui podemos tirar imensas ilações. Eu tiro uma: - que pena não ter sido o Belenenses a ir buscar esta promessa. Que ao que parece está de malas aviadas para Itália.  

domingo, janeiro 21, 2018

Quero jogadores valentes!

Fazendo justiça ao trabalho realizado pelo antigo treinador, pois não é em quatro dias que se criam automatismos, a verdade é que este Belenenses apareceu na Madeira transfigurado! E não creio que tenham sido apenas os aspectos psicológicos que algumas chicotadas sempre provocam. Havia ali mais qualquer coisa. Quem sabe o orgulho de ser belenense! Por isso vou centrar-me nas palavras finais de Silas e naquilo que elas podem querer significar. Quem quiser jogar no Belenenses tem que ser valente, tem que perceber que há ali muita história para cumprir. Nem todos os antigos jogadores interiorizam a grandeza de um clube, apenas alguns o fazem e esses devem ser aproveitados para a transmitir. Posso estar a ser optimista mas a forma como se expressou, a desvalorização da sorte e do azar, e mesmo no banco, a calma e a determinação que passou para a equipa, manteve-a unida até ao fim. Não houve individualismos escusados, nem outras vaidades, apenas uma equipa! Também não inventou! A formação inicial e a disposição dos jogadores pareceu-me lógica e as substituições, com excepção da saída do Pereirinha, talvez por cansaço, também me pareceram as possíveis face ao plantel que existe. Reduzidos a dez a entrada de Sasso era obrigatória. O futuro?! Não sei. Mas gostava que o próximo jogo fosse de redenção. Algo que varresse a imagem negativa que anda colada aos jogos com o Benfica. Mas uma coisa de cada vez.

Resultado: Marítimo 0 - Belenenses 0


Saudações azuis