segunda-feira, março 09, 2020

Crónica de segunda!


Começamos pelo Jamor onde o Belenenses realizou mais uma exibição consistente face a uma equipa muito perigosa e que comandou largas semanas o campeonato. Com efeito não é fácil manter as redes invioladas contra o Famalicão. Têm 38 golos marcados (o dobro dos nossos) e julgo que só ontem é que ficaram em branco. No entanto para além dos aspectos defensivos, que os treinadores adversários vão enaltecendo, a equipa de Petit está sempre pronta a ferir o opositor... seja ele qual for. O golo anulado, de forma incrível, diga-se, é prova disso. E disse 'incrível' porque na realidade não é só a norma do fora de jogo que precisa de afinação. Esta que deu origem à anulação também precisa. De qualquer modo, e face à turbulência arbitral em que vivemos, sempre é melhor haver uma norma imperfeita, mas objectiva, do que procurar uma perfeição cheia de subjectividades.

Ainda sobre a evolução nota-se que os jogadores subiram todos de forma, estão empenhados, concentrados, e o melhor sinal, como venho dizendo, é o facto de entrarem e saírem jogadores (casos de lesões e castigos) e o conjunto não se ressente. E agora já posso ver o Belenenses a jogar em qualquer campo, sem ameaça de surpresas indesejáveis ou sustos permanentes. Quem sabe se não vou um destes dias ao estádio nacional!

Abro aqui um parêntesis nos elogios ao actual treinador para esclarecer o seguinte: - eu sempre apoiei o treinador do Belenenses, fosse ele qual fosse, tal como apoio os jogadores que envergam aquela camisola, tenham eles mais ou menos jeito para a profissão que escolheram. E por feitio ou crença acredito que podem melhorar, aperfeiçoar-se, e serem melhores amanhã. No caso de Petit, as coisas são diferentes. Estamos perante um treinador com provas dadas embora, como o próprio já confessou, nunca lhe tenham dado as condições de uma pré-época, de um projecto, acabando por transformar-se em bombeiro ao serviço de equipas em situação difícil. Situações que tem conseguido reverter e essa é a minha esperança maior neste momento. Mas também espero que lhe sejam dadas as condições que o seu trabalho merece, e está à vista de todos. Aconteça o que acontecer.

Este tema liga-se com outro que também está na ordem do dia, e tem a ver com a ética e com a esperteza saloia. E com a hipocrisia geral. Diz-nos Salvador, grande protagonista do G15, que está preocupado com o que se passa no futebol português, onde é possível um treinador, na mesma época, comandar uma equipa e a sua rival, com a maior das naturalidades. Está preocupado mas nunca se lembrou de propor a alteração da norma aos clubes que fazem parte da Liga! Nem se coibiu de contratar outro treinador, sem o nível exigido pela lei, estipulando até uma cláusula de rescisão exorbitante, na mira, só pode, de um novo negócio do arco da velha! É caso para perguntar: - Quo vadis futebol português?!


Saudações azuis


Nota: Desta vez tenho que fazer justiça a André Moreira, está mais confiante, salvou-nos de um derrota certa, com uma defesa impossível. Chima também merece destaque noutro lance decisivo. Em sentido contrário espero que Petit, de uma vez por todas, aperte com o André Santos e lhe explique que há zonas do campo onde é proibido fazer disparates. Onde é obrigatório despachar a bola. É que ele é reincidente.


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