Veio agora Fernando Gomes,
presidente da Federação Portuguesa de Futebol, apelar à pacificação do futebol
português, em nome do bom nome, em nome da indústria, e a gente fica a pensar onde
terá andado este senhor nestas últimas épocas. Ah, já sabemos, andou a tratar da
selecção porque o trabalho de casa ficou sempre por fazer.
Fala do ‘bom nome’ do nosso
futebol, um pântano de emails comprometedores, mas nem uma palavra sobre o
assunto!
Fala da indústria mas nada fez para
diminuir o fosso entre os três gigantones e os restantes competidores! Antes pelo
contrário, tem sido feito de tudo para catapultar os gigantones para a Europa
deixando os outros aqui a vegetar! É uma questão de opção. Daí não haver
resposta para a seguintes perguntas:
Onde está a centralização dos
direitos televisivos para uma melhor distribuição do respectivo bolo?! Onde
está a limitação ao número de jogadores que são propriedade de cada clube?! É que
qualquer dia os jogadores, embora emprestados, têm o mesmo dono!
Fala da violência dos adeptos como
se fosse novidade! Não fala das claques legalizadas e daquelas que não são!
Fala da honorabilidade dos
árbitros mas não explica porque foram intimados a fecharem as respectivas
contas nas redes sociais! Qual a razão desta súbita medida?!
Não fala do vídeo árbitro porque
bem sabe que se tratou de uma medida prematura, que para ter algum sucesso
exigiria duas condições prévias: - em primeiro lugar uma limpeza e reorganização
do sector arbitragem; em segundo lugar que a realização televisiva estivesse a
cargo de uma única entidade e não de duas como agora sucede. Sem estes dois
requisitos o vídeo árbitro é mais um instrumento ao serviço de interesses ocultos.
Fala da forma mas nunca fala da
substância. Quer acabar com o clima de altercação e ódio entre clubes como se
isso fosse independente das suspeitas que existem sobre a veracidade dos emails
já divulgados! A verdade desportiva não aparece no seu discurso! A corrupção é sempre
lateral e o exemplo que dá é sintomático - tem a ver com as apostas ilegais em
jogos de divisões secundárias! A primeira Liga nunca é referenciada!
Quem gostou deste discurso foi o
governo, que veio logo apoiar, governo que nunca teve a coragem de impor, em
nome da equidade e à semelhança do seu congénere espanhol, a centralização dos
direitos televisivos!
Quem também deve ter gostado deste
discurso foi a própria corrupção! O seu maior desejo é calar as denúncias para
continuar a corromper pela calada.
Saudações desportivas
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