domingo, setembro 11, 2016

Uma vitória contra o pessimismo!

Este era um dos tais jogos em que o Belenenses costumava empatar ou perder. Vindo de uma vitória fora, pressão adicional de ainda não ter ganho em casa, adversário desesperado para pontuar... Mas desta vez não aconteceu o que é bom sinal. É sinal de que a mentalidade é outra. Refiro-me à mentalidade vencedora, aquela que fomos perdendo ao longo dos anos e de muitas frustrações.

O futebol também está diferente e quem não perceber isso, atrasa-se e perde o comboio. A diferença faz-se no treino, na afinação do conjunto, na intensidade com que se joga. No profissionalismo. E também na inteligência. Jogadores há muitos, bons de bola existem aos montes, mas os que colocam essa sabedoria ao serviço da equipa não são assim tantos. Mas vamos ao jogo.

Começámos com tracção atrás, defensivos, ninguém segurava a bola, e vá de chutar para a frente à procura do desamparado Camará. O Nacional aproveitou para contra atacar com critério e num desses lances o lateral direito Victor Garcia, (um emprestado do Porto) arrancou, foi até à linha de fundo e sem ser incomodado cruzou como mandam as regras. Havia seis minutos de jogo e os madeirenses adiantavam-se no marcador!
Entretanto a bola pelo ar prosseguiu, até que, sem nenhuma explicação aparente assentámos jogo, e nos últimos dez minutos da primeira parte conseguimos praticar bom futebol e pressionar o adversário! Só não chegámos ao empate porque Sturgeon numa boa jogada de envolvimento em vez de cruzar para trás, para a marca de grande penalidade (onde estava Camará), ‘resolveu’ cruzar para a frente da baliza e o lance perdeu-se.

Na segunda parte Velasquez arriscou mais, tirou o amarelado Rosel fazendo entrar Gerso. A pressão aumentou, o Nacional recorreu às faltas, um dos seus jogadores foi expulso por entrada violenta sobre Camará e logo a seguir um penalty bem assinalado deu-nos a oportunidade de empatar. Abel Camará não tremeu. Curiosamente a seguir houve ali uns momentos em que o Belenense me fez lembrar o Belenenses inicial, pouco esclarecido, mas não, voltámos a controlar a partida e com a ajuda de um auto golo do Nacional ficámos em vantagem no marcador. Depois foi gerir o resultado, uma vitória fundamental para moralizar a equipa e dar-lhe outra embalagem para o campeonato.

Em termos de arbitragem houve cinco lances passíveis de discussão. Manuel Machado queixou-se mas em meu entender com pouca ou nenhuma razão.
O lance mais duvidoso resulta de uma bola parada, um canto, em que Ventura se atrapalha e quase entra com a bola para dentro da baliza. Se a bola chegou a ultrapassar totalmente a linha de golo ninguém pode ter certezas e nestas condições a única certeza que vale é a do fiscal de linha que não considerou golo.
Existe outro lance em que o Nacional introduz a bola na baliza do Belenenses. Mas o avançado do Nacional estava de facto adiantado em relação à defesa azul e assim o off-side foi bem assinalado. O Belenenses também viu um golo anulado a Tiago Caeiro por supostamente se ter apoiado num adversário. Foi um grande cabeceamento mas aceita-se a versão do trio de arbitragem.
Finalmente quer o penalty quer a expulsão foram decisões claras e sem mácula.
Portanto, podemos considerar que a arbitragem não teve influência no resultado.

Análise individual:

Ventura atrapalhou-se duas vezes, de resto teve pouco trabalho; Dinis Almeida ainda está a adaptar-se; Brandão esteve seguro. Os laterais também cumpriram. No entanto João Diogo tem de moderar a tendência para fazer faltas desnecessárias e que podem dar cartão.
Em relação a Florent reparei que tem apetência para se integrar no ataque. Tem um bom pé esquerdo mas atenção às dobras. Os médios defensivos Palhinha e Rosel começaram por se atrapalhar mutuamente até que descobriram um melhor posicionamento. Mas gostei mais do Palhinha da segunda parte. Além de que conquistou o penalty que nos permitiu igualar a partida; André Sousa e mais tarde Vítor Gomes, embora de características diferentes tiveram em comum o facto de não assegurarem completamente a armação do jogo. André Sousa leva a bola muito solta e perde-a com facilidade. Vítor Gomes entrou na segunda parte mas esperava mais da sua experiência – falhou passes, estava nervoso. A seu favor, marcou o canto que provocou o auto-golo do Nacional. Quanto ao ataque, Miguel Rosa esteve esforçado e tentou fazer algumas diagonais para rematar. Falhou um cabeceamento em boas condições. Saiu lesionado. Camará esteve bem, marcou o penalty com grande frieza e desta vez os seus (habituais) detractores têm que estar calados. Gerso jogou a segunda parte e deu intensidade à equipa. Está a justificar a titularidade. Caeiro jogou poucos minutos mas ainda deu para um grande cabeceamento como acima referi. Para o fim o melhor do Belenenses – Sturgeon – embora não tenha tido o discernimento para cruzar uma bola que daria o empate ainda antes do intervalo. Está mais jogador e cai menos.

Resultado final: Belenenses 2 – Nacional 1


Saudações azuis

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