Dores musculares, esforço exagerado, prognóstico reservado, não há futebol vai para quinze dias, o clube sofre de mialgias porque não joga, porque vive eliminado pelos iluminados, desfalece, mas a crise directiva não desmotiva, antes pelo contrário, a julgar pelo que se lê e ouve, candidatos não faltam! Surgem propostas e projectos, de cimento, em contra ciclo, dizem-me que são os alicerces do futuro. Não duvido que possamos melhorar e rentabilizar o espaço Restelo, mas o que temos feito até agora, abarracamentos que destoam do plano original, não augura nada de bom. Já escrevi sobre esta matéria, torna-se absolutamente necessário nobilitar o território que ocupamos e para efeito devemos estabelecer uma aliança natural com a autarquia. Sem esquecer o enquadramento da Capela do Senhor Santo Cristo, património quinhentista que nos foi confiado.
Mas, se eu fosse candidato, e também já glosei o tema, teria duas prioridades, e uma terceira, forçado pelo desnorte vigente, a saber: parece que existem dúvidas na cabeça de alguns dirigentes sobre o destino do Clube de Futebol “Os Belenenses”! Alguns querem saber o que pensa sobre isso a actual massa associativa! Esta era uma dúvida que eu nunca teria e para manter a identidade do clube cumpriria todos os sacrifícios, inclusive suspender por tempo indeterminado, as actividades que não estivessem relacionadas com a promoção da equipa de futebol de onze. De seguida, as duas prioridades reais, uma que desafia a nossa capacidade, mas que é, essa sim, vital para o futuro, e todos sabem qual é: ter uma grande equipa de futebol. E uma grande equipa de futebol não é um elenco de jogadores credenciados, mas um grupo de bons jogadores com a mentalidade e o objectivo de serem campeões nacionais. Se não estivermos para aí virados, então sim, o melhor é fecharmos a porta. Já expliquei que em Portugal não há meio-termo, ou entramos na carruagem da frente ou ficamos sempre na detrás. Desde o último campeonato que ganhámos, em 1945, há portanto sessenta e três anos, só o Boavista conseguiu chegar ao título, e em circunstâncias, digamos, especiais, mas a lei das carruagens manteve-se, apesar do título voltaram para a carruagem traseira. E o problema não tem a ver com as infra estruturas, já que fizeram um estádio novo, têm bingo, estão bem localizados, no centro do Porto, uma cidade que parecia poder comportar dois grandes clubes… mas não é assim que as coisas se têm passado. Já tinha referido que tudo isto se relaciona com a situação política do país, cada vez mais pequeno e dependente, situação que se reflecte naturalmente no futebol, agravando as condições já se si precárias, com um mercado diminuto, concentrado em dois ou três produtos, no caso Benfica, Sporting e Porto, que por enquanto ainda dão algum retorno financeiro. E todos sabemos que numa economia em que o estado é um balcão de negócios, trocados por votos e propaganda, economia doente e corrupta por isso mesmo, neste delírio democrático e consumista, a lei em vigor é conhecida – quem não ganha, não é falado, e quem não é falado, não existe. Nestas condições, pode dizer-se que o Belenenses não existe. Aqui chegados, chegámos também à segunda prioridade do candidato imaginário: considerando que a situação atrás descrita não se vai alterar no curto prazo, resta ao futuro presidente do Belenenses um único caminho: contestar o sistema vigente transformando-se ele próprio, e o Clube por arrastamento, numa fortíssima voz anti-sistema. Aliás, este meu texto é todo ele uma denúncia, um pronunciamento contra esta farsa a que pomposamente chamamos campeonato nacional! Excluindo as capacidades potenciais da região autónoma da Madeira, que agora não vou discutir, em Portugal existem apenas três clubes com adeptos próprios (antigamente havia mais e o Belenenses era um deles), assim, nestas circunstâncias não é possível organizar um campeonato nacional O que temos é uma actividade subsidiada pelo erário público! Veja-se a situação em que se encontram actualmente os estádios do Euro, seja no Algarve, seja em Leiria ou em Aveiro! O prometido salto, o esperado apoio das populações locais não se verificou. Elas assistem na televisão aos jogos do Benfica; Sporting e Porto e quando estes lá vão jogar, enfeitam-se, e já nem fingem apoiar o clube da terra!
Claro que sabemos da crise, inevitável, da escassez de euros na carteira dos portugueses, das horas dos jogos, mas nada disso são causas, são apenas consequências… ‘que de longe vêm’!
E termino com dois conselhos práticos ao candidato imaginário:
O primeiro, diz respeito a uma necessária e prévia auditoria às contas do clube, para que não surjam surpresas muito desagradáveis. Trata-se de uma velha prática que existia nas empresas saudáveis e que consistia em trocar de tesoureiro periodicamente. Sem dramas.
O segundo conselho tem a ver com deslocações aos estádios da Luz e Alvalade: se o convite for institucional, mande alguém em representação. Se não for, se for só para ver jogos europeus do Benfica/Sporting, então não vá. Veja na televisão, porque transmitem sempre.
Saudações azuis.
Mas, se eu fosse candidato, e também já glosei o tema, teria duas prioridades, e uma terceira, forçado pelo desnorte vigente, a saber: parece que existem dúvidas na cabeça de alguns dirigentes sobre o destino do Clube de Futebol “Os Belenenses”! Alguns querem saber o que pensa sobre isso a actual massa associativa! Esta era uma dúvida que eu nunca teria e para manter a identidade do clube cumpriria todos os sacrifícios, inclusive suspender por tempo indeterminado, as actividades que não estivessem relacionadas com a promoção da equipa de futebol de onze. De seguida, as duas prioridades reais, uma que desafia a nossa capacidade, mas que é, essa sim, vital para o futuro, e todos sabem qual é: ter uma grande equipa de futebol. E uma grande equipa de futebol não é um elenco de jogadores credenciados, mas um grupo de bons jogadores com a mentalidade e o objectivo de serem campeões nacionais. Se não estivermos para aí virados, então sim, o melhor é fecharmos a porta. Já expliquei que em Portugal não há meio-termo, ou entramos na carruagem da frente ou ficamos sempre na detrás. Desde o último campeonato que ganhámos, em 1945, há portanto sessenta e três anos, só o Boavista conseguiu chegar ao título, e em circunstâncias, digamos, especiais, mas a lei das carruagens manteve-se, apesar do título voltaram para a carruagem traseira. E o problema não tem a ver com as infra estruturas, já que fizeram um estádio novo, têm bingo, estão bem localizados, no centro do Porto, uma cidade que parecia poder comportar dois grandes clubes… mas não é assim que as coisas se têm passado. Já tinha referido que tudo isto se relaciona com a situação política do país, cada vez mais pequeno e dependente, situação que se reflecte naturalmente no futebol, agravando as condições já se si precárias, com um mercado diminuto, concentrado em dois ou três produtos, no caso Benfica, Sporting e Porto, que por enquanto ainda dão algum retorno financeiro. E todos sabemos que numa economia em que o estado é um balcão de negócios, trocados por votos e propaganda, economia doente e corrupta por isso mesmo, neste delírio democrático e consumista, a lei em vigor é conhecida – quem não ganha, não é falado, e quem não é falado, não existe. Nestas condições, pode dizer-se que o Belenenses não existe. Aqui chegados, chegámos também à segunda prioridade do candidato imaginário: considerando que a situação atrás descrita não se vai alterar no curto prazo, resta ao futuro presidente do Belenenses um único caminho: contestar o sistema vigente transformando-se ele próprio, e o Clube por arrastamento, numa fortíssima voz anti-sistema. Aliás, este meu texto é todo ele uma denúncia, um pronunciamento contra esta farsa a que pomposamente chamamos campeonato nacional! Excluindo as capacidades potenciais da região autónoma da Madeira, que agora não vou discutir, em Portugal existem apenas três clubes com adeptos próprios (antigamente havia mais e o Belenenses era um deles), assim, nestas circunstâncias não é possível organizar um campeonato nacional O que temos é uma actividade subsidiada pelo erário público! Veja-se a situação em que se encontram actualmente os estádios do Euro, seja no Algarve, seja em Leiria ou em Aveiro! O prometido salto, o esperado apoio das populações locais não se verificou. Elas assistem na televisão aos jogos do Benfica; Sporting e Porto e quando estes lá vão jogar, enfeitam-se, e já nem fingem apoiar o clube da terra!
Claro que sabemos da crise, inevitável, da escassez de euros na carteira dos portugueses, das horas dos jogos, mas nada disso são causas, são apenas consequências… ‘que de longe vêm’!
E termino com dois conselhos práticos ao candidato imaginário:
O primeiro, diz respeito a uma necessária e prévia auditoria às contas do clube, para que não surjam surpresas muito desagradáveis. Trata-se de uma velha prática que existia nas empresas saudáveis e que consistia em trocar de tesoureiro periodicamente. Sem dramas.
O segundo conselho tem a ver com deslocações aos estádios da Luz e Alvalade: se o convite for institucional, mande alguém em representação. Se não for, se for só para ver jogos europeus do Benfica/Sporting, então não vá. Veja na televisão, porque transmitem sempre.
Saudações azuis.
Sem comentários:
Enviar um comentário