sábado, fevereiro 06, 2021

Vistas curtas e vistas largas

 

Vistas curtas é andar a fazer negócios apressados com o Tomás Ribeiro. Que como se viu é fundamental naquela defesa e por isso nunca poderia sair agora. Aliás já fez imensa falta nos Açores. Não sendo um central perfeito, faltam-lhe alguns centímetros, compensa esse handicap com outras qualidades. Digamos que não tem pontos fracos o que só por si é óptimo. Com calma e deixando passar a pandemia podemos então pensar numa boa transacção. Mas claro que não é para vender ao Guimarães, um concorrente, além de que o Guimarães não tem dinheiro e também não tem um goleador que valesse a troca. De qualquer modo preferia ver Tomás Ribeiro como futuro capitão de equipa.


Vistas curtas é comprometer o projecto desportivo para tentar resolver um problema de tesouraria por mais premente que seja. Para estas alturas é que existem os accionistas. A não ser que os accionistas já não acreditem no projecto! Uma dúvida que começa a alastrar e não é o excelente resultado obtido contra o Porto que a vai estancar. Na verdade temos um plantel muito justo e basta faltarem alguns jogadores nucleares para a coisa ir por água abaixo. Andar sempre tão perto da linha de água não é futuro para ninguém. Qualquer dia afundamo-nos mesmo.


Vistas largas é pelo contrário assentar bem os pés no chão, ver em que país é que estamos e deixarmo-nos de modernices e quimeras. Portugal é o país mais retrógrado da Europa, e não vai deixar de o ser nas próximas décadas. Por isso aqui ninguém investe a não ser para especular e ganhar uns trocos. Espero que não esse seja o objectivo da SAD mas já tive mais certezas. De qualquer modo preconizei em tempos que a subida do Sporting, acabando com a dualidade Benfica/Porto, poderia ser benéfica para o regresso do Belenenses aos antigos patamares de grandeza. É claro que teria que ser um Belenenses que acreditasse nisso. Um Belenenses unido que se libertasse do supérfluo e mantivesse o essencial.


Conjugando isso com os efeitos que a pandemia inevitávelmente provocará tudo se encaminha para a valorização do campeonato nacional em detrimento da vertente internacional. E neste cenário convém não desprezar a história. Inovação e tradição são as duas faces da mesma moeda. Da melhor moeda. Para bom entendedor...



Saudações azuis



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