quinta-feira, julho 23, 2020

A conversa inevitável!


Não é sobre o Jorge Jesus tardia tábua de salvação do Vieira nem sobre os 'vistos gold' dos grandes craques internacionais desejosos de comprarem casa no Seixal! É sobre um assunto sério e que ninguém quer falar a sério. Refiro-me às relações entre os Clubes e as respectivas SAD.

Podíamos começar pelo Aves, onde as coisas correm mal, ir até Famalicão onde as coisas correm bem, ou olhar de novo para o Belenenses onde as coisas não correm e estão bloqueadas. Mas não, vou comentar aquilo que ouvi de um tal André Geraldes ex-dirigente do Sporting, e que depois de uma experiência bem sucedida no recém promovido Farense, rumou até à Reboleira onde é actualmente sócio maioritário de uma SAD que segundo consta comprou os restos mortais do Estrela da Amadora! A operação de reanimação do cadáver terá utilizado como barriga de aluguer um clube de Sintra, que entretanto, ao que percebi, desaparece na fusão e entra no esquecimento.

Eu estava a ouvir aquela conversa toda na Sport TV e pensei para os meus botões, mas onde é que que eu já ouvi isto?!

Dizia ele: - há clubes que precisam de investimento privado e por isso têm que ceder a maioria do capital da SAD ao investidor e há os que não precisam (Benfica, Sporting e Porto) porque conseguem ter proventos que os outros não conseguem. E deu o exemplo dos contratos televisivos. Esqueceu-se de outros maus exemplos, como por exemplo o BES ter sido accionista da SAD do Benfica, ou o Sporting ter beneficiado de uma estranha comutação bancária, quem sabe, em nome do interesse nacional! Assim, de facto, não são precisos investidores privados. Basta o Estado intervir quando for preciso.

E eu pergunto: - São estes os jovens dirigentes que vão mudar o futebol português?! Não, não são. A última questão foi aliás reveladora: - o sonho é ser um dia presidente do Sporting! E a conversa da treta torna-se finalmente compreensível. Só não se comprende o que foi fazer para a Amadora!

Saudações azuis

Nota: Em próximo postal abordarei então o problema da SAD do Belenenses. E a necessidade de encontrar um verdadeiro equilibrio entre os legítimos interesses das partes envolvidas.

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