quinta-feira, junho 18, 2020

A sorte do Paços e o nosso azar...


Começo pelo Rúben Lima que elogiei no último postal. Foi a melhor aquisição do Belenenses, é um jogador acima da média, esteve um ano parado, ainda não está em forma, e cometeu um penalty grosseiro no início da segunda parte. Se não tivesse jogado aquele flanco teria sido cilindrado pelo Paços de Ferreira. E não foi, pese a substituição de Gonçalo Silva, curiosamente antes do penalty, o que terá desequilibrado momentaneamente aquele sector. Isto não é uma justificação para o penalty, que infelizmente aconteceu na pior altura, mas é para percebermos que não há milagres. Aliás mesmo durante a segunda parte a nossa defesa nunca permitiu grandes veleidades aos comandados de Pepa. Lembro-me apenas de uma gaffe de Danny Henriques que se esqueceu do alinhamento validando um cruzamento vindo do outro lado. Dos penosos últimos minutos falaremos já de seguida.

A lesão de André Santos a meio da segunda parte foi um golpe quase fatal, não apenas neste jogo, mas para os próximos jogos, no caso de não recuperar. Não temos ninguém para o substituir. E aqui não vale a pena sonharmos pois por muitos elogios que Petit faça aos jovens do plantel, aquele rapaz (Chano) que entrou foi como se não tivesse entrado. Teria sido melhor meter o Pina, para defender o resultado, embora Petit, honra lhe seja feita, ainda quisesse ganhar o jogo! Em termos tácticos é verdade que equilibrámos a partida mas muito dificilmente chegaríamos à vitória. Até porque Ely Semedo foi outra aposta furada. Entrou para substituir Licá mas está muito verde, tem velocidade mas não a sabe usar. E não tem drible, que é uma qualidade que não se aprende. Ainda entrou Keita (para o lugar de Cassierra) e esse sim pareceu-me mais magro e com condições para acrescentar qualquer coisa. Mas Pepa não estava parado e também ía jogando os seus trunfos, que se revelaram melhores que os nossos. O tempo corria e eu já só rezava para que o jogo acabasse. Era mais um ponto, mantínhamos a distância para a linha de água e mantínhamos a equipa moralizada. Porém havia um Diaby à solta, sem marcação que se visse! E já nos descontos permitimos um cruzamento fatal que deu em auto-golo. É o que se chama morrer na praia.

Daqui resultam muitas interrogações e perplexidades. Uma das perplexidades é que se o Portimonense tem ganho*, como merecia, a questão da descida ganharia novos contornos. Perigosos contornos. Outra das perplexidades é que acabado o jogo em Paços fico com a sensação estranha de que fizemos um jogo acima das (minhas) expectativas (em Paços de Ferreira costumamos perder) mas ao mesmo tempo temo que a derrota deixe marcas na equipa. E não há pior (ou melhor) jogo para desfazer essa dúvida que o próximo contra o Sporting.
Aí não podemos meter jogadores sem maturidade, sendo que a maturidade não tem a ver com a idade mas sim  com a estrutura mental indivíduo. Por exemplo Show é jovem mas tem maturidade a jogar. Ainda comete erros mas tem personalidade e sentido de equipa. O Rúben Amorim também tem lançado jovens na equipa mas a camisola do Sporting ainda funciona como factor motivacional. Privilégio de grandeza, que é um sentimento. Sei o que estou a dizer porque o Belenenses já teve esse sentimento e perdeu-o. Mas pode recuperá-lo.

Saudações azuis



Nota: Continuo sem saber o que se passa com Chima Akas pois bem falta nos faz.


*Atenção aos 'superiores interesses do futebol português' para não dizer outra coisa! Dá a sensação que a classificação já está cozinhada. O Portimonense foi escandalosamente prejudicado e daqui para a frente ai de quem se atreva a tirar pontos a Benfica e Porto. Acaba a jogar com nove. Ou desfavorecido por penaltis fantasmas. O outro privilegiado é o Sporting, já lhes expliquei porquê. Tem que ficar à frente do Braga. Vamos ver o que vai acontecer na cidade do futebol. Belém não te deixes enrolar.

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