O presidente da selecção (que também é presidente da
federação) foi ao parlamento explicar aos deputados o seu desabafo sobre o
clima de ódio que se vive no futebol português. E defendeu os árbitros,
primeiras vítimas daquele clima. As medidas que propôs para erradicar o ódio e
proteger os árbitros são quatro e visam apenas reprimir! Não há uma medida que
tenha em conta as causas da suspeição e por conseguinte do ódio instalado. É caso
para dizer que esteve igual a si próprio.
A desigualdade cada vez maior entre os chamados três grandes
e os restantes emblemas não o incomoda e por isso não propôs nada para a
corrigir! Não se lembrou da centralização dos direitos televisivos e de uma
distribuição mais equitativa das respectivas receitas!
A dependência cada vez maior dos clubes pequenos em relação
aos grandes não o preocupa e por isso não propôs nenhuma medida que limitasse o
número de jogadores que cada clube pode ter na sua esfera patrimonial!
E falemos por fim da arbitragem onde todos concordam que a
defesa dos árbitros é essencial. Estranhamos por isso que das
quatro medidas que propôs nenhuma se destine a proteger os árbitros das
tentativas de corrupção por parte de alguns clubes! Tentativas que estão na
ordem do dia mas que pelos vistos passaram ao lado de Fernando Gomes e do
parlamento!
O ódio tem causas, é disso que interessava falar. Propondo ao mesmo tempo medidas que as possam mitigar. Preferiu falar dos efeitos, é mais fácil, mas não
serve para nada. A não ser para enganar os que gostam de ser enganados.
Saudações desportivas
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