Foi na primeira parte que o jogo
se definiu. Um primeiro golo cedo é meio caminho andado para um clube como o
Benfica quando joga no seu terreno contra uma equipa menos apetrechada. Pelo
contrário, quanto mais tempo retardássemos esse golo mais hipóteses teríamos de
os enervar e quem sabe marcarmos nós primeiro. Este não é um segundo postal
para crucificar o Miguel Rosa mas é uma explicação mais detalhada e mais frontal
sobre o que aconteceu. Muitos dirão que se não fosse aquela abébia haveria outra,
de outro jogador azul e que o Benfica com aqueles avançados e em última análise
com aquela equipa de arbitragem acabaria sempre por chegar à vitória. Em
primeiro lugar não é obrigatório dar abébias, há quem não dê, e em segundo
lugar se for assim o melhor é nem nos equiparmos e dar o jogo e a vitória ao
nosso adversário. Não vou por aí. Mas vamos aos erros básicos:
Contra o Benfica eu não teria
feito alinhar Miguel Rosa e ponto final. Estive para o escrever antes do jogo mas
fiquei-me (e bem) pelas entrelinhas. Não está em causa o brio e a vontade de ganhar
do jogador, que sei que é muita, mas estão em causa aspectos psicológicos que devemos
ter em conta. Mas se o pusesse a jogar nunca o colocaria na ala esquerda e isto
já tem a ver com a ideia que tenho do jogador e da sua utilidade. Aliás já glosei
este tema. Ora bem, na posição em que jogou na primeira parte caber-lhe-ia
dobrar defensivamente o lateral Florent, coisa que Miguel Rosa faz mal e não
tem a ver com a distracção no primeiro golo do Benfica. Tem a ver com a sua inadequação
defensiva. Quem tiver dúvidas que analise as perdas de bola comprometedoras de Juanto
(três) e Miguel Rosa (duas) no jogo contra o Chaves. São dois avançados puros que
se esquecem que estão a defender e continuam a jogar como avançados em zonas
perigosas para a nossa baliza. Outra razão tem a ver precisamente com o
contrário! Ou seja quando os defeitos defensivos se tornam virtudes atacantes. E
assim aconteceu quando na segunda parte foi jogar para mais perto da área
adversária! Tornou-se mais perigoso e até podia ter marcado. E sobre Miguel Rosa
não digo mais nada.
Sobre o resto do jogo devo realçar as alterações que foram
feitas na segunda parte e que tornaram o Belenenses mais rápido e mais
perigoso. Isto não quer dizer que não concorde com o esquema que Quim Machado montou
para a primeira parte! Concordo porque o objectivo era não sofrer golos e
tentar fazê-los na segunda. É certo que depois, com o jogo partido, o Benfica
teria sempre mais hipóteses de marcar mas a verdade é que nós também o podíamos
ter feito. Enfim, foi o que foi para mal dos nossos pecados.
Não termino sem
uma referência à arbitragem e aos comentários posteriores. Simplesmente ridículos
e dentro da linha que vaticinei. A arbitragem foi caseira e permitiu sempre que
quer Eliseu quer Samaris entrassem à vontade sobre os jogadores do Belenenses. O
contrário era logo motivo para falta e reprimenda pública do prevaricador azul.
No meio disto pode ter ficado uma grande penalidade por marcar em falta
cometida sobre Fábio Nunes. E mais ridículo ainda foi (e é) a compreensão geral
para o golo irregular de Jonas! Compreensão quer do fiscal de linha quer dos
analistas! Um grande golo, disseram, não interessa que tenha sido precedido de um
fora de jogo indiscutível! O que era preciso era acabar com o jejum do Jonas! E ainda dizem
que eu tenho a mania do nacional benfiquismo! Pois, pois.
Saudações azuis
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