A vitória de ontem no Restelo
sobre o Desportivo de Chaves não tem uma explicação puramente futebolística!
Precisamos de descer às profundezas psicológicas para compreender porque é que
duas ou três arrancadas pelo lado direito do recém-entrado Fábio Nunes alteraram
completamente a fisionomia do encontro?! Faz lembrar aquelas batalhas perdidas
que, por obra e graça de um acontecimento menor, se transformam em vitórias
inesperadas! É também um desafio à humildade dos treinadores de bancada, e falo
por mim, que depois daquele massacre que foi a primeira parte teriam retirado
um avançado e preenchido melhor o meio campo. Isto porque não era possível
substituir metade da equipa, pelo menos! Mas não, Quim Machado retirou de facto
um avançado, no caso um desastrado Juanto, mas manteve a aposta inicial em dois
pontas de lança! Camará foi fazer companhia a Maurides e Fábio Nunes ocupou o
flanco direito. O que é certo é que a história do jogo mudou. Os flavienses, logo
no início da segunda parte, ainda tiveram uma oportunidade soberana para fazer
o segundo golo mas ficaram-se por aí. E o que aconteceu a seguir já é matéria
da psicologia colectiva. O Chaves, face às ameaças provocadas pelas tais
arrancadas de Fábio Nunes, temeu-se, e começou a pensar em resguardar a
vantagem. O Belenenses pelos motivos opostos empolgou-se e acreditou na
reviravolta! Do nosso lado, a velocidade aumentou, a intensidade também, e o
empate chegou. Foi a altura de reforçar a aposta ofensiva e Quim Machado fez entrar
Tiago Caeiro. E ganhou o jogo.
No final subsistem duas perguntas:
- Onde se perdeu o Chaves avassalador da primeira parte?! Onde estava o
Belenenses que reapareceu na segunda parte?! E voltamos ao princípio e à
inesgotável caixinha de surpresas que é o futebol!
Análises individuais?! Mas como e
para quê se não é possível comparar a noite com o dia?! O inferno com o
paraíso?! Ainda assim e para ser justo devo realçar que o naufrágio da primeira
parte só não foi maior porque o guarda-redes Cristiano e a extrema defesa azul,
nomeadamente os dois centrais, nunca perderam a cabeça. Na segunda parte, no
outro Belenenses, há que destacar o incontornável Fábio Nunes, a confirmação de
Maurides, e o sentido de oportunidade de Caeiro. Mas repito, a força psicológica do
colectivo é que fez a diferença.
Resultado final: Belenenses 2 - Chaves 1
Resultado final: Belenenses 2 - Chaves 1
Saudações azuis
Sem comentários:
Enviar um comentário