Em Portugal não há justiça porque não existem juizes. Esta verdade também se aplica às competições desportivas. Não há juizes porque não há independência, seja de espírito, seja económica, seja social. E não havendo independência o que prevalece na decisão é o medo. O medo que obriga ao refúgio sistemático na letra da lei e não no espírito da mesma. O medo que inviabiliza a liberdade do juiz. Dou um exemplo recente: - há poucos dias ouvi na televisão um desses árbitros comentadores justificar a expulsão de um jogador do Estoril (em Alvalade) nos seguintes termos: - ‘quando um jogador pede ao árbitro que exiba um cartão amarelo, seja por palavras, seja através de linguagem gestual, o árbitro deve mostrar-lhe o cartão amarelo. É uma decisão automática, rematou!
Pois bem, quem ontem assistiu ao Barcelona – Real Madrid terá visto Messi gesticular para o árbitro nesse sentido e o árbitro não lhe mostrou nenhum cartão amarelo. O árbitro terá errado?! Penso que não, como penso que arbitrou bem. Usou aquilo que é fundamental num juiz, a capacidade de livre apreciação, usou o bom senso, defendeu a integridade competitiva. Segurou o jogo com conta, peso, e medida. Se o não fizesse, naquele lance, e em muitíssimos outros, (se tivesse arbitrado à portuguesa) teria expulsado alguns jogadores, em especial do Real Madrid.
Em relação às grandes penalidades parece que entrámos em paranoia justicialista! Quem sabe embalados pelos protestos grotescos do Benfica, que reclamou sem razão duas grandes penalidades assinaladas contra si no jogo com a Académica, a verdade é que desde aí, os árbitros devem ter recebido instruções para marcarem penalties por tudo e por nada!
Aconteceu no Sábado com o Belenenses, numa bola dividida, disputada nos limites da área, onde um esbracejar mais exuberante de Meira foi imediatamente punido com castigo máximo! Dando a vitória ao Aves.
Aconteceu com Duarte Gomes a inclinar o campo para o Vitória de Guimarães e a punir a Académica com a rapidez de um raio! Confundiu depois uma carga pelas costas com uma carga de ombro, prejuducando a Académica, e mais tarde deixou passar um fora de jogo escandaloso que deu a vitória ao Guimarães.
Aconteceu no jogo do Benfica onde Maxi (sabe-a toda) se baixou para iludir o árbitro, beneficiando o Benfica de uma grande penalidade muito discutível sobre o risco da área. E aconteceu também no Dragão onde temos que admitir que o primeiro penalty é bastante forçado.
Por isso devem os defesas usarem de todas as cautelas, não serem imprudentes, gesticularem o menos possível, mãos nos bolsos, porque vem aí penalty!
Saudações azuis